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Policial

Beatriz Abagge é condenada

28-05-2011

Beatriz Cordeiro Abagge foi considerada culpada pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, em um ritual de magia negra. A pena estabelecida pelo júri do caso foi de 21 anos e 4 meses.

Beatriz Abagge é condenada

28-05-2011 Fonte: Banda B FOTO - AE

 

Beatriz Cordeiro Abagge foi considerada culpada pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, em um ritual de magia negra, ocorrido em 1992, na cidade de Guaratuba, litoral do Paraná. A pena estabelecida pelo júri do caso foi de 21 anos e 4 meses. No primeiro julgamento, em 1998, ela havia sido considerada inocente, ao lado da mãe, Celina Abagge. Agora, poderá recorrer em liberdade.

O julgamento durou dois dias. Por volta das 17h15min., deste Sábado (28), o juiz Daniel Surdi de Avelar leu a sentença com a decisão do corpo de jurados (quatro mulheres e três homens), que consideraram Beatriz culpada por 4 votos a 3.

No plenário estavam a mãe de Beatriz, Celina, que chorou muito ao ouvir a sentença da filha. A avó da ré passou mal e precisou sair do plenário em uma ambulância. Os pais de Evandro também estavam presentes e disseram aos jornalistas que a justiça foi feita. "A justiça demorou mas veio, mas não vai trazer nosso filho de volta", afirmou Maria Caetano.

Beatriz também chorou muito e, ao ser questionada pelos jornalistas sobre o que teria a dizer aos pais de Evandro, respondeu: "Se eu fosse eles, procuraria Evandro que está vivo", afirmou. Por já ter cumprido cinco anos e nove meses de prisão, Beatriz deverá cumprir o restante da pena em regime semi-aberto, caso não consiga reverter a condenação com o recurso que seus advogados vão impetrar.

Tensão

No primeiro julgamento, em 1998, especialistas apontam que o principal motivo para a absolvição de Beatriz e Celina foi a inconsistência de algumas provas sobre a identificação do corpo encontrado como sendo o de Evandro, seis dias depois do desaparecimento do garoto. Agora, a promotoria rebateu o argumento apresentando laudos de DNA e de arcada dentária, não reconhecidos pela defesa.

A promotora Lucia Inês Giacomitti Andrich levou ao plenário e apresentou aos jurados um shorts e um chinelo, embalados em um saco plástico, que foram recolhidos no matagal em que o corpo identificado com o de Evandro foi encontrado. Ela disse com grande eloquência que o pai reconheceu as peças como sendo do filho e apresentou ainda laudos técnicos atestando o reconhecimento.

A promotora também rebateu o vídeo de 15 segundos apresentado pela defesa com cenas que mostrariam Beatriz sendo torturada pelos policiais para confessar o crime. Andrich apresentou outro vídeo de dois minutos que mostra, segundo ela, que nos 15 segundos que Beatriz estaria sendo torturada, na verdade, o policial estava pedindo para que ela olhasse para a câmera e admitisse o crime.

A promotoria também rebateu a alegação da defesa de que Beatriz teria sido estuprada com a introdução de um pedaço de cano em suas partes íntimas, afirmando que não existe nenhum laudo médico que comprove isso, apenas a palavra dela.