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Inflação

07-05-2011

Inflação rompe margem de segurança do governo pela 1ª vez em seis anos

Inflação

07-05-2011

A inflação rompeu a margem de segurança do governo no mês de abril, chegando a 6,51% (no índice acumulado em 12 meses), pela primeira vez desde julho de 2005 - quando ficou em 6,57%.

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento no preço dos combustíveis foi o grande responsável pelo descontrole. Pelo regime de metas do governo, a margem de segurança da inflação é de 4,5% ao ano, com possibilidade de oscilação de dois pontos para cima ou para baixo. Ou seja, o limite máximo aceitável seria o de 6,5%.

Em abril, o álcool e a gasolina contribuíram sozinhos com 39% da inflação registrada, colocando os combustíveis no topo da lista dos principais vilões da inflação em 2011, retirando assim a culpa do grupo Alimentos (que pressionava a inflação desde setembro de 2010).

Os preços do álcool subiram 11,2% em abril na comparação com março, totalizando assim 31,09% somente em 2011. Consequentemente, a alta influenciou diretamente o preço da gasolina, que subiu 6,26% em abril. Juntos, os combustíveis fizeram com que o grupo Transportes tivesse uma variação de 1,57%, na comparação com março.

De acordo com Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do índice de preços do IBGE, os combustíveis foram o principal vilão da inflação do mês de abril - e se tornam o maior vilão da inflação no ano de 2011 - já que empurram cada vez mais a taxa para cima, mesmo com a redução significativa dos preços dos alimentos.- A frota brasileira de carros flex (que utilizam gasolina e álcool) aumentou muitos nos últimos tempos, elevando demais a demanda por álcool, o que propicia aumento de preços. Já que os valores não estavam favoráveis ao álcool, o brasileiro buscou a gasolina, que pressionou o preço produto [já que o Brasil utiliza 25% de álcool no combustível].

Segundo Eulina, houve um choque de preços por conta da oferta e um impacto grande devido a dependência das famílias pelos combustíveis, já que aumentou o número de famílias motorizadas no Brasil.

Até março de 2011, as vendas de carros flex no Brasil chegavam a 84,5% do total comercializado, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Álcool e gasolina Brasil afora

Até abril de 2011, de acordo com o IBGE, Goiás é o Estado brasileiro que registrou a maior alta do álcool, com valorização de 43,69%. Em seguida aparece o Paraná, com aumento de 37,15%; Rio Grande do Sul (34,41%); Distrito Federal (32,90%) e Rio de Janeiro (30,95%).

Já a gasolina, também no acumulado de 2011, ficou mais cara em Minas Gerais, com alta de 14,61%, acompanhada de Goiás (12,92%), São Paulo (10,87%), Rio Grande do Sul (10,53%) e Rio de Janeiro (88,99%).

Fonte: R7 Notícias