06-12-2010
.Cabos submarinos de telecomunicação em Fortaleza (CE) e no Rio de Janeiro (RJ) e minas de manganês, ferro e nióbio em Araxá (MG) e Catalão (GO) estão na lista secreta de locais sensíveis em todo o mundo que os Estados Unidos desejam proteger de ataques terroristas, de acordo com documentos do Departamento de Estado americano divulgados pelo site WikiLeaks.
Segundo a correspondência confidencial, a perda desses locais "afetaria de maneira significativa" a segurança americana, especialmente no que diz respeito à capacidade de comunicações e ao suprimento de materiais essenciais à indústria.
Um telegrama do Departamento de Estado com data de fevereiro de 2009 pede às embaixadas americanas em todo o mundo um inventário das infraestruturas e empresas "cuja perda afetaria de maneira significativa a saúde pública, a segurança econômica e/ou a segurança nacional dos Estados Unidos".
Em seguida, o documento enumera as instalações que, em 2008, faziam parte dessa mesma lista, entre as quais cabos submarinos de telecomunicações, portos, minas e empresas que fabricam, entre outras coisas, produtos farmacêuticos importantes para a saúde pública.
O nióbio, por exemplo, pode ser utilizado em componentes de usinas nucleares e na fabricação de ligas metálicas super-resistentes a altas temperaturas, essenciais para a fabricação de foguetes ou mísseis.
O documento faz parte de um lote de mais de 250 mil correspondências diplomáticas que o WikiLeaks vem publicando desde o dia 28 de novembro. Entre informações corriqueiras e fofocas da vida diplomática dos Estados Unidos, é possível encontrar alguns dados importantes, como a pressão do rei da Arábia Saudita para que os EUA atacassem o Irã, por exemplo.
A divulgação dessas "instalações sensíveis" para os EUA pode gerar novos protestos do governo americano, que acusa o WikiLeaks de colocar em risco a vida de americanos e estrangeiros em todo o mundo.
Em outras ocasiões, o site, dirigido pelo australiano Julian Assange, publicou documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão que, de acordo com o Departamento de Defesa, poderiam colocar em risco a vida de soldados e diplomatas.
EUA podem transferir funcionários
Por causa dos recentes vazamentos, os EUA se preparam para organizar um grande remanejamento de cargos diplomáticos, a fim de reposicionar os funcionários identificados nas correspondências, anunciou neste domingo (5) o site The Daily Beast, especializado em política americana.
...Segundo o canal online, a administração Obama programou um remanejamento importante de seus efetivos diplomáticos e militares nas embaixadas do mundo inteiro, julgando que o WikiLeaks tornou seus trabalhos impossíveis, até mesmo perigosos.
Questionada sobre a eventual mudança de diplomatas, uma porta-voz do Departamento de Estado, Leslie Phillips, confirmou a possibilidade.
- Nós já dissemos que o faríamos se fosse necessário.
Fonte: R7 Notícias