Sexta-feira às 09 de Maio de 2025 às 08:56:36
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Mais da metade das escolas com ensino integral e Campo Largo atinge meta prevista para 2025

Mais da metade das escolas com ensino integral e Campo Largo atinge meta prevista para 2025

A primeira semana de maio, mais precisamente o dia 06, ficará marcada na história da Educação campo-larguense. Uma das metas estipuladas pelo Governo Federal referente ao ensino em tempo integral foi alcançado em 2025, sendo hoje mais da metade das instituições da cidade nesta modalidade de trabalho. O marco foi atingido com a adesão das instituições Pedro Kaminski e O Ateneu, que agora cumprem jornada ampliada na Escola Municipal Anderson Paulart Junior.
Conforme informações do secretário municipal de Educação, Bruno Cézar da Cruz, atualmente a pasta conta com 3.959 estudantes atendidos em tempo integral, somando as matrículas dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI), que são 2.493 crianças, junto às matrículas do Ensino Fundamental Anos Iniciais, que totalizam 1.466 estudantes. Além de todos os CMEIs da rede municipal ofertarem a modalidade, mais dez escolas também já trabalham desta forma, sendo elas: E.M. Anderson Paulart Junior, E.M. José Alexandre Sávio, E.M. Luiz Rivaben, E.M. Monsenhor Ivo Zanlorenzi, E.M. O Ateneu, E.M. Pedro Kaminski, E.M. Policarpo Miranda, E.M. São Pedro e E.M. Vereador José Andreassa.
“As metas do Plano Nacional de Educação dizem que os municípios deveriam oferecer, até 2025, 50% das instituições em tempo integral e 25% das matrículas nesta modalidade. Foram muitos os desafios que tivemos pelo caminho para alcançar essa conquista, pois são inúmeros fatores que interferem, desde espaço físico, equipe de trabalho, alimentação, transporte e outros mais. É uma grande conquista e que não há retrocesso, pelo contrário, caminhamos para a integralização do ensino, ou seja, há uma expectativa para que essa meta seja aumentada e, consequentemente, abram-se mais vagas nesta modalidade”, explica o secretário.
Inclusive, Campo Largo recebe neste ano uma complementação do FUNDEB na ordem de quase R$ 9 milhões pelo Valor Aluno a Resultado (VAAR). “Na minha leitura, esse resultado é a implantação do tempo integral, porque nós conseguimos avançar muito nos indicadores de ensino-aprendizagem especialmente nas escolas que receberam essa modalidade. A escolha foi muito acertada também, pois essa implantação foi feita justamente nas instituições com mais casos de vulnerabilidade social, o que gerou um resultado bastante positivo. Inclusive, as escolas que mais avançaram nos indicadores de aprendizagem do IDEB na última avaliação foram as instituições com tempo integral”, ressalta.
Já há planos para ampliar a oferta desta modalidade de ensino para outras instituições em Campo Largo em pelo menos mais duas escolas. Outras escolas que serão construídas também já estão sendo consideradas para a modalidade integral, o que desafoga instituições já existentes no número de matrícula, ampliando as possibilidades para se adaptar futuramente a este modelo.

Educação integral em tempo integral
O secretário ressalta que essa modalidade pensa no estudante de maneira integral, rompendo as barreiras da sala de aula muitas vezes e integrando a comunidade dentro das disciplinas também. “Nós trabalhamos muito com a perspectiva do estudante explorar fora de sala de aula, deixando a rotina mais leve. A sociedade permeia a escola e o contrário também acontece, pois isso favorece muito o processo de ensino-aprendizagem. Recentemente tivemos um exemplo na Escola Municipal Madalena Portela, em que os estudantes tiveram toda a aula teórica em sala de aula sobre os indígenas, mas tiveram uma aula de campo e contato com os indígenas, puderam vivenciar a cultura e compreender o que estudaram”, ressalta.
Acrescenta que hoje há um debate e até entendimento maior de que toda a sociedade é responsável pela educação dos estudantes, o que enriquece este processo. Embora o estudante fique mais tempo na escola, Bruno explica que há uma preocupação para aproximar a família dos estudantes da instituição, tornando-a mais participativa no todo.
A resposta da comunidade para essa nova modalidade de ensino tem sido bastante positiva, especialmente após compreender como é feita a educação em tempo integral, diz o secretário. “Há uma curiosidade das famílias em compreender como funciona essa metodologia de ensino, mas quando o estudante realmente começa o seu ano letivo desta forma, há formação até mesmo de lista de espera nas instituições”, conta.
Entre as oficinas oferecidas no tempo integral, além do ensino regular, estão pilates kids, karatê e outros esportes, aulas de musicalização, interação social, apoio pedagógico, reforço escolar na reposição das aprendizagens, robótica, acesso a tecnologia, entre outros. Para o ano que vem já está prevista a inclusão do ensino da Língua Inglesa.
Também há momentos próprios para a brincadeira, para o descanso e para os momentos de refeição, que acontecem três vezes ao dia, transporte para a jornada ampliada e muita interação social entre os estudantes, inclusive proporcionando amizades e o contato com outras pessoas da mesma faixa etária. Na E.M. Anderson Paulart Jr, por exemplo, é realizado o modelo novo de tempo integral, chamado ampliação de jornada. Isso quer dizer que eles têm o turno ‘regular’ na escola de origem e uma segunda matrícula nesta instituição, onde é trabalhado por meio de ciclos, com turmas maiores. Tudo é acompanhado pelos profissionais da Educação e os pais/responsáveis recebem ao final dos ciclos, por meio de portfólios.

Blitz educativa
O secretário comenta ainda que é um projeto da pasta a busca pela conscientização das famílias pela redução de tempo de uso de telas por parte dos estudantes. “Iremos fazer, provavelmente a partir do próximo mês, as blitzes educacionais nas escolas municipais para sensibilizar os pais e responsáveis sobre o uso de telas, para que tenhamos uma redução. É pedir para tirar o celular das mãos das crianças, pois são vários malefícios envolvidos, seja pelos estímulos, conteúdo ofertado, prejuízos do ponto de vista cognitivo, entre outros fatores”, enfatiza.
No tempo integral há acesso às tecnologias e uso de telas em alguns momentos, porém o secretário explica que se trata de um ambiente completamente controlado e com um fim pedagógico, ou seja, com controle de horário, atividade e, principalmente, com finalidade.

Foto: Arquivo / Comunicação PMCL