Dois casos atendidos pelo BPMOA neste final de semana evidenciam os riscos para pessoas que se aventuraram por locais perigosos sem a devida preparação
Os esportes outdoor cada vez mais se destacam como uma opção entre as pessoas, principalmente às que buscam aliar melhor qualidade de vida com lazer em montanhas, morros e cachoeiras. No entanto, é sempre importante que o aventureiro observe alguns cuidados para evitar acidentes e faça um estudo prévio dos pontos em que pretende passar levando em conta condições climáticas, distância e grau de dificuldade. As dicas são do Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) e do Corpo de Bombeiros do Paraná, que neste feriado da Independência estão reforçando a presença na Região Metropolitana e Litoral para resgates, buscas e remoções aeromédicas.
Dois casos atendidos pelo BPMOA neste final de semana evidenciam os riscos para pessoas que se aventuraram por locais perigosos sem a devida preparação. Na primeira ocorrência, na sexta-feira (03), a tripulação do Falcão 03 prestou apoio ao Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) do Corpo de Bombeiros, no resgate de um grupo de quatro adultos e duas crianças que estavam perdidos no Pico do Araçatuba, em Tijucas do Sul. Graças a atuação dos profissionais, as vítimas foram retiradas em segurança antes do anoitecer, mas, caso o socorro não tivesse sido feito, as pessoas passariam a noite no local sem equipamentos adequados para sobreviver.
A segunda ocorrência atendida foi no Pico Paraná, ponto mais alto do Sul do Brasil, na manhã de domingo (05). Neste local, os integrantes do BPMOA resgataram um homem, de 56 anos, que sofreu uma queda de cerca de 5 metros de altura. Mesmo em um local de difícil acesso, a aeronave conseguiu chegar ao local e removê-lo para que pudesse ser encaminhado a uma unidade hospitalar.
Segundo o coronel Gelson Marcelo Jahnke, que está respondendo pelo Corpo de Bombeiros, as pessoas devem indicar onde vão para familiares, pois essa informação é muito importante para os bombeiros caso seja necessário o resgate. Outro fator que não pode ser ignorado é a preparação para a atividade, levando todos os meios possíveis, como mochila, alimentos leves, lanterna, entre outros, pois às vezes pode ocorrer de ter que pernoitar no local e a pessoa precisa desses acessórios.
“A subida em montanha tem que ter um cuidado maior, principalmente com relação com acidentes como quedas, então orientamos que as pessoas fiquem atentas às sinalizações e que, caso ocorra algum problema, acione os meios de resgate pelo telefone do Corpo de Bombeiros, o 193”, destacou.
Para auxiliar as equipes do GOST que atuam por terra no resgate de vítimas durante o feriado prolongado da Independência, o BPMOA está com uma aeronave na Base de Praia Grande, em Matinhos, para prestar socorro e também auxiliar os guarda-vidas nos casos de afogamentos no mar e nos rios que cortam a região litorânea.
“Tem muita gente se aventurando em montanha sem preparo para isso. Já vimos casos de pessoas que sofreram mal súbito por falta de condicionamento físico, outros casos de pessoas que levam animais e crianças, sem água e alimento e se perdem, o que potencializa um acidente. Nossas estatísticas mostram que todos os finais de semana temos feito resgates em montanha”, disse o Comandante do BPMOA, tenente-coronel Julio Cesar Pucci.
Ainda segundo o tenente-coronel, a preparação para fazer uma trilha ou uma escalada vai além de boa vontade e condicionamento físico. A primeira dica é que antes de sair para praticar alguma atividade deste tipo, a pessoa deve buscar o máximo de informações possíveis sobre o local pretendido, principalmente sobre as condições climáticas, pontos de risco e nível de dificuldade.
“Se munir dessas informações já diminui a grande possibilidade de erro, pois muitas vezes as pessoas veem lugares pelas redes sociais, fotos e vídeos, e nem sequer pesquisam sobre o nível de dificuldade da trilha, dos riscos previstos, da meteorologia do dia, pois são fatores que influenciam muito uma aventura como essa, pois você pode ser surpreendido pela chuva e pelo vento, e um passeio que era para ser agradável se transforma em um pesadelo”, disse.
Morros e outros pontos da Serra que podem ser frequentados geralmente possuem placas e demarcações nas trilhas para as pessoas seguirem o caminho correto, evitando pontos perigosos. Seguir essas marcações é muito importante. O interessante é estar com alguém mais experiente e seguir pela trilha demarcada. Se aventurar por caminhos e paredes não conhecidos aumenta o risco acidentes graves que podem resultar até a morte.
“O apelo é que as pessoas, ao decidirem fazer uma trilha ou subir uma montanha, que se prepararem, verifiquem o tempo de subida e descida, evitem levar crianças, verificar a estrutura necessária, como alimentos, água, kit com primeiros socorros e os celulares carregados, pois a maior parte da nossa Serra tem cobertura de sinal”, acrescentou o tenente-coronel Pucci.
Segundo o Instituto Água e Terra (IAT), ao longo do feriado os parques estaduais seguem abertos para visitação, exceto o Caminho do Itupava, que está fechado por conta de obras na trilha. As Unidades de Conservação (UCs) seguem com a limitação de 50% da capacidade, em respeito às normas de prevenção da pandemia.
Conforme a portaria nº 006/2021, é obrigatório o uso de máscaras por todos os frequentadores e colaboradores, bem como manter o distanciamento entre as pessoas. O documento também reforça a proibição de acampamentos e de práticas esportivas como medidas de enfrentamento à pandemia. Os equipamentos de uso comum, como bebedouros, estão interditados e é proibido o comércio de alimentos dentro dos Parques.