Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 01:42:44
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Autoridades municipais e estaduais discutem sobre a PR-090 e grupo envia ofício ao DER-PR

O Movimento PR-090 segue enviando ofícios e em conversa constante com engenheiros do DER-PR, na tentativa de agilizar melhorias, que vão  além das melhorias na via

Autoridades municipais e estaduais discutem sobre a PR-090 e grupo envia ofício ao DER-PR

Estão sendo realizadas constantemente reuniões com autoridades municipais de toda a região que envolve a PR-090, para tratativas de melhorias nesta rodovia, que há mais de 30 anos luta pelo asfaltamento. Na última semana, o prefeito Maurício Rivabem publicou que estava em reunião com autoridades estaduais – inclusive o secretário estadual de Infraestrututa, Sandro Alex – e municipais para discutir medidas urgentes que possam ser tomadas para a manutenção na região.

A Folha conversou com Silvio Bertolini, um dos representantes do Movimento PR-090, que constantemente luta por melhorias e asfaltamento desta rodovia estadual, que explicou que outra reunião aconteceu há pouco mais de um mês e meio entre o prefeito Maurício, cinco vereadores campo-larguenses e a comissão do movimento.

“Foi levantada a necessidade de realizarmos uma audiência pública para discutir essa situação e agora estamos aguardando essa criação. A comissão e o grupo também trabalha com a gestão de outras cidades que acabam sendo envolvidas nesta situação, como Castro, Campo Magro e Piraí do Sul, que são interessadas. Na audiência pública do Estado que participamos, nós pleiteamos 25 pessoas que pediram pelo asfalto na PR-090. Então encaminhamos um documento bem elaborado ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), inclusive questionando seis quilômetros de asfalto já licitados e não executados, que sequer estão em pauta hoje”, conta.

Silvio enviou à Folha os documentos encaminhados ao DER-PR, inclusive com um estudo de impacto realizado pelo movimento. Entre os argumentos apresentados pelo documento, está a redução de 50 Km de distância entre o Norte Pioneiro e o Sul do Paraná, em direção aos portos de exportação, o que poderia impulsionar o aumento na produção de empregos e impostos.

“Não queremos que acabe com a rodovia BR-277, pelo contrário, queremos dividir o tráfego, pois essa é uma das mais movimentadas do Paraná. Com essa opção, veículos mais pesados optariam pela estrada da PR-090 e dividiria o fluxo, tornando a outra ainda mais segura para o motorista paranaense. Em países desenvolvidos isso é muito visível, dois caminhos possíveis para o motorista, um com maior infraestrutura e outro com uma infraestrutura menor. Além disso, é o princípio da logística que o governador Ratinho Junior sempre fala, reduzir tempo, espaço – que seria o caminho, e custo. Nós estamos oferecendo uma redução de mais de 50km ao Governo do Paraná há mais de 30 anos”, reforça.

Economia movimentada
Além disso, o documento também aborda o impacto econômico total da obra, que seria bastante favorável, “podendo gerar cerca de 3000 empregos, adição de R$ 300 milhões à economia do Estado e arrecadação de R$ 70 milhões ao ano, além de valorização do patrimônio do Estado do Paraná entre R$ 100 e 200 milhões”. “Nós temos documentado, em nossos estudos bastante aprofundados na região, que no ano passado uma reflorestadora gerou três mil notas fiscais, mas nenhuma ao município de Campo Largo, não gerando nenhum tipo de benefício para a cidade. Temos um pesque-pague que em 2020 produziu 48 toneladas de peixe, mas com potencial de produzir 100 toneladas e abrir um frigorífico, mas precisamos de uma linha trifásica”, diz.

Silvio também contou à reportagem que existe um projeto de instalação de uma empresa que exporta madeira, mas que não consegue realizar pela falta de infraestrutura no local. “Nós temos, junto com Castro, a maior parte de terreno para beneficiar madeira nesta região. Estamos pleiteando junto à Copel para tentar uma linha trifásica nesta região e atender às demandas das empresas e não perder a oportunidade, porém, existe muitos trâmites burocráticos por esse ser um território da Cocel. Também pretendemos no futuro agendar uma reunião junto à Acicla, para conseguir mais um aliado e incentivar a instalação de empresas de móveis nesta área, o que geraria mais emprego e dinheiro para o município”,comenta. Há ainda a possibilidade de exploração de turismo na região, especialmente de pesca, aventura e rural.

Soluções
Por ser uma obra grandiosa e consideravelmente cara, conforme explica Silvio, no próprio documento, a equipe aponta para soluções. “Sabemos que dificilmente será possível pavimentar todos os 55 Km em uma única etapa. Deste modo, propomos que o Estado do Paraná, através do DER-PR, inicie a obra em etapas de 10 a 15 Km por vez, de maneira a viabilizar financeiramente a pavimentação de todo o trecho.”

Enquanto o asfalto não chega, o movimento pede para que as estradas se mantenham em boa conservação, para que moradores possam trafegar com segurança. “Hoje se uma pessoa passa mal nesta região, é muito difícil o acesso, demora para conseguir um atendimento médico. A conservação na parte de Campo Largo tem sido bem feita, do km 37 até a Ponte do Rio Açungui está razoavelmente boa a estrada. Porém, o restante está em um estado bem precário, pois desde o ano passado não somos atendidos pelo DER-PR da regional de Ponta Grossa. Voluntários que possuem máquinas na região agiram em favor dos moradores e motoristas, na tentativa de amenizar o problema”, finaliza.



Respostas
A Folha procurou o DER-PR e sobre a pavimentação, a Comunicação do DER disse por meio de nota que “a elaboração do projeto executivo de engenharia da pavimentação da PR-090, entre Bateias e Abapã, está prevista em uma das etapas futuras do Banco de Projetos do Paraná. O investimento estimado para contratar a elaboração é de R$ 5 milhões”.

A Assessoria informou ainda que está “estudando a publicação de edital para contratar a execução de serviços de conservação no trecho não pavimentado da PR-090. Atualmente a rodovia recebe serviços rotineiros de motoniveladora (patrola) por meio de administração direta do DER/PR, mas um contrato específico de conservação garantiria mais melhorias para os usuários do trecho, enquanto se aguarda uma solução definitiva”.