18/04/2015
Quinta-feira começa com protesto em frente à Fiat
18/04/2015
Por: Danielli Artigas de Oliveira
Após tentativas frustradas de negociação com a Fiat Powertrain de Campo Largo, integrantes do Sindimovec (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo) protestaram em frente à empresa, a partir das 6h30min desta quinta-feira (16), até próximo das 9 horas.
De acordo com o presidente do Sindicato, Adriano Carlesso, eles têm uma maneira diferente de negociar em relação aos outros sindicatos. Ele explica que entregaram formulários para que os trabalhadores preenchessem com as reivindicações. Esses formulários são depositados em urnas para evitar qualquer tipo de coação a eles. Após, o sindicato faz apreciação dos mesmos junto com o Dieese, para assim elaborar a pauta de reivindicações.
Entre as reclamações estava o pedido de substituição do gerente de Recursos Humanos, por comportamento antissindical. Essa pauta não foi aceita pela empresa, que não negociaria caso a pauta não fosse retirada. Adriano afirma que essa e outras pautas foram retiradas para conseguir uma negociação e mesmo assim a empresa se manteve sem resposta.
Somado isso à notícia de cinco pessoas demitidas, o Sindicato passou a tomar outra postura e foi à frente da fábrica manifestar. “Mesmo com grande perspectiva da empresa pelo lançamento de um novo motor, ontem demitiram cinco pessoas. É um período de negociação de salários, não poderiam demitir e não vamos aceitar isso. A perspectiva este ano é produzir 250 mil motores, número bem maior que no ano passado. Eles vão produzir para a nova fábrica da Fiat de Pernambuco. Nada justifica esta falta de negociação”, reclama Adriano.
Segundo informações do Sindimovec, vão pedir “que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) faça a intermediação das negociações de agora em diante. O pedido já foi encaminhado pelo departamento jurídico da entidade. O presidente do Sindimovec esteve em São Paulo reunido com as principais entidades sindicais do ABC Paulista, de Minas Gerais e entidades sindicais de representação internacional, bem como a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). Dentre as pautas a serem discutidas pelo grupo na capital paulista, estão as práticas antissindicais da Fiat”.
Posicionamento da Fiat
A Folha entrou em contato com a Fiat e a assessoria da fábrica informou que “a Fiat Powertrain informa que vem buscando uma solução consensual para adequação da pauta de negociação de reajuste salarial da categoria. A empresa afirma que prepara seus líderes, incluindo o corpo gerencial, de forma ética, transparente e respeitosa em suas relações profissionais. A companhia ainda reitera que as decisões corporativas, tais como manutenção de contrato de trabalho de seus empregados, são prerrogativas da própria organização. Dessa forma, não concorda em colocar como pauta de reivindicação do sindicato a demissão de qualquer colaborador, visto que fere a essência de uma atividade sindical de preservação de postos de trabalho.