Novos leitos hospitalares na RMC desafogam atendimento em Curitiba
30/03/2015
Fonte: Agência Estadual de Notícias | Foto: Venilton Küchler/SESA
Em quatro anos, o Governo do Estado ampliou em 61% o número de leitos de UTI disponíveis na rede pública de saúde em Curitiba e Região Metropolitana. São 308 leitos a mais do que em 2011, reforçando a estrutura de retaguarda para o atendimento a casos graves, sobretudo na área de urgência e emergência.
Com a ampliação, as Redes Paraná Urgência e Mãe Paranaense contam hoje com 810 leitos de UTI na capital e cidades do entorno, incluindo aqueles com serviços especializados para tratamento adulto, pediátrico, neonatal, coronariano e de queimaduras.
Diferente de quatro anos atrás, a maior parte da estrutura está concentrada nos municípios da RMC. Ao todo, são 482 leitos nas cidades da RMC contra 328 instalados em serviços de saúde localizados em Curitiba. Em 2011, eram 291 na capital e 211 nos demais municípios.
“Se em fevereiro de 2011 a capital era responsável por 58% da oferta de leitos de UTI da região, hoje é o restante dos municípios da RMC que detêm 60% desses leitos de UTI”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
O secretário afirma que essa inversão no cenário hospitalar se deve aos grandes investimentos do Estado no fortalecimento dos hospitais da Região Metropolitana. Juntos, os hospitais de Campo Largo, Campina Grande do Sul, São José dos Pinhais e Araucária ganharam 271 novos leitos de UTI, com o apoio do governo estadual em recursos para custeio através do programa HospSUS.
Para o secretário, o estímulo à abertura de leitos de UTI permite que se amplie o acesso da população a serviços especializados. “Invertemos a lógica que concentrava a alta complexidade apenas nos grandes centros. Descentralizando os serviços, estamos conseguindo reduzir as distâncias e levando atendimento de qualidade para mais perto das pessoas”, ressaltou.
CREDENCIAMENTO - O Hospital do Rocio, em Campo Largo, é uma das unidades hospitalares que implantaram novos leitos neste período. A estrutura, inaugurada em agosto do ano passado, tem 500 leitos gerais e 306 de UTI. Apesar de já estar em funcionamento e atendendo a população, parte dos serviços ainda não foi habilitada pelo Ministério da Saúde, o que inviabiliza o repasse de recursos federais para a manutenção do atendimento.
Para manter os leitos abertos, o Governo do Estado tem investido recursos próprios em torno de R$ 4,3 milhões. “Em outubro de 2014, foi acordado o repasse pelo Ministério da Saúde de R$ 2,5 milhões mensais, o que não aconteceu até a presente data, gerando déficit acumulado de R$ 10,5 milhões”, explica o superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde, Paulo Almeida.
RECURSOS FEDERAIS - Na última quinta-feira (26), o superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde, Paulo Almeida, foi à Brasília para encaminhar um ofício solicitando a regularização dos débitos por parte do Ministério da Saúde. “São recursos pactuados, com portaria publicada pelo governo federal, e que, no entanto, não foram repassados ao Estado”, destacou.
Segundo o diretor do Hospital do Rocio, Luiz Ernesto Wendler, os recursos do Governo do Estado estão garantindo que boa parte dos leitos continue atendendo pela rede pública de saúde. “Enquanto não houver o credenciamento junto ao Ministério da Saúde, esta é a única alternativa para disponibilizarmos esses leitos ao SUS”, explicou.
INTERNAÇÕES - A política estadual de fortalecimento dos hospitais da RMC também teve impacto em outros indicadores. De 2011 para cá, por exemplo, houve um aumento 36% no número de pacientes residentes em Curitiba que tiveram que ser internados em hospitais da RMC. O número passou de 5.477, em 2011, para 7.460 internações em 2014 – uma média de 20 pacientes transferidos por dia.
Os dados levam em conta os atendimentos realizados nos seis maiores hospitais da Região Metropolitana: Hospital do Rocio, Hospital Angelina Caron, Hospital São Lucas, Hospital Infantil Waldemar Monastier, Hospital Municipal de Araucária e Hospital Municipal de São José dos Pinhais.
Ao analisar o sentido inverso – pacientes de fora atendidos em Curitiba – outra mudança pode ser constatada. Comparando os anos de 2011 e 2014, há uma redução de 7%, o que significa que 3.127 pacientes de outras cidades deixaram de ser internados na capital.