22/02/2015
O encarecimento no custo de vida das famílias brasileiras, em decorrência da desaceleração econômica, tem refletido no crescimento da inadimplência, conforme apresentou último levantamento da Serasa Experian. Entre as principais dívidas contraídas pelos consumidores está o financiamento imobiliário, que ascendeu nos últimos quatro anos devido à redução da taxa de juros e está entre as principais contas deixadas de lado no momento de aperto, crescimento de 3,2%, segundo a pesquisa.
Embora o cenário não seja dos mais otimistas, quem está financiando a casa própria precisa ficar atento, pois a terceira parcela em atraso implica na consolidação do bem pelo agente financeiro, ou seja, a retomada da propriedade. De acordo com a Associação Nacional dos Mutuários - Regional Paraná (ANM-PR), a facilidade no financiamento de imóveis impulsionou as compras e proporcionalmente fez com que as construções se valorizassem, o que acabou pressionando os preço e o consumidor. Para adequar o valor do bem ao orçamento e viabilizar o financiamento, muitos optaram por declarar renda superior a real.
“Forjar a renda não deve estar entre as opções de quem pretende adquirir um imóvel. Estamos em um momento volátil economicamente e o financiamento não pode comprometer mais do que 30% do orçamento doméstico”, alerta o presidente da ANM-PR, Luiz Alberto Copetti.
Outro fato destacado pela associação é que o não recebimento de notificações do agente financeiro pelo mutuário no caso de atraso, o que tem permitido a reversão dos leilões na justiça. “Sem a notificação a retomada do imóvel para leilão perde a legalidade. Pois é direito do mutuário receber o aviso prévio e ter condições de decidir quais medidas irá tomar para reverter a situação”, defende Copetti.