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Sindimovec avalia que mais da metade dos trabalhadores demitidos poderão ficar sem seguro-desemprego

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23/01/2015

Fonte: Sindimovec

Adriano Carlesso, Presidente do Sindimovec, tem acompanhado com preocupação as mudanças no seguro-desemprego. A nova regra poderá deixar até 63% dos trabalhadores demitidos sem o seguro. A MP (Medida Provisória) 665 da Presidência da República, expedida em 30 de dezembro de 2014, que alterou as regras para concessão do seguro-desemprego, mudou o prazo de carência para a concessão do benefício de seis para 18 meses para quem o requisita pela primeira vez.
Mais de 63%
Carlesso citou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrando que, entre janeiro e novembro de 2014, 63,4% dos 10,8 milhões dispensados sem justa causa no país tinham menos de um ano  e meio de serviço.
A mudança afetará principalmente os mais jovens, que mudam de emprego com maior frequência até se estabelecerem no mercado de trabalho. De acordo com os números do  Caged, 78% dos dispensados sem justa causa com até 17 anos entre janeiro e novembro estavam há até 11,9 meses no serviço. No grupo entre 18 e 24, o percentual é de 58,1%. Na faixa entre 25 e 29 anos, cai para 48% - e segue em queda, atingindo 27,1% entre os trabalhadores com mais de 65 anos.
O mercado de trabalho brasileiro tem alta rotatividade. O tempo médio de permanência no trabalho no Brasil  é de três anos.
Rotatividade
Segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) as MPs aprovadas pelo governo são um profundo retrocesso aos direitos dos trabalhadores. A CUT insiste que deve haver Reforma Tributária que taxe o lucro, não o consumo, não recaindo, assim, sobre os trabalhadores. A questão central é a rotatividade do mercado de trabalho, que além ampliar as despesas do FAT  (Fundo de Amparo ao Trabalhador) ainda contribui para a precarização do trabalho.
Ato nacional
As centrais sindicais farão, no próximo dia 28, um ato nacional para pedir a revogação das medidas provisórias (MP) 664 e 665, que alteraram regras sobre pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego.
Hora de maior dificuldade
Adriano Carlesso ressalta a necessidade da manutenção das regras anteriores do seguro-desemprego em função da facilidade dos empregadores demitirem em nosso país. “O seguro é o que atende o trabalhador na hora de maior dificuldade da vida dele. Manter as regras vigentes antes das MPs é fundamental”, destacou Carlesso.
Adriano lembrou que a mobilização da classe trabalhadora é fundamental para a manutenção dos empregos e dos direitos trabalhistas. Citou como exemplo a readmissão dos 800 funcionários de Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), após 11 dias de greve dos seus 13 mil trabalhadores.