12/12/2014
O tradicional jantar da Confraria dos Cavalheiros da Boca Maldita chega a sua 58ª edição sem perder o tom machista e controverso: neste evento, mulher não entra. Fundada em 13 de dezembro de 1956, o ponto de encontro dos mais diversos personagens curitibanos comemora sua longevidade. Apesar dos avanços da tecnologia, das redes sociais com seus posts e “twitts”, o bom e velho bate papo nos arredores da Rua XV de Novembro com a Avenida Luiz Xavier continuam a enveredar os bastidores da vida social e política da capital paranaense.
Como em todos os anos, a Boca Maldita condecora novos Cavalheiros, mantendo sua habitual postura de reconhecimento a figuras de destaque no cenário local e nacional. Entre os novos adeptos do reduto fundado por Anfrisio Siqueira (in memoriam), receberão a comenda de Cavalheiros da Boca Maldita este ano: o Deputado de Portugal, Carlos Antônio Pascoa Gonsalves; o General do Exército Luiz Felipe Kraemer Carbonell; Deputado Estadual Eleito Alexandre Guimarães, entre outros notáveis. Na edição de 2013 o cartunista Ziraldo foi um dos homenageados pela confraria. O Senador paranaense Álvaro Dias foi confirmado como orador oficial do encontro.
Outra tradição que se repete este ano é a escolha dos “piores do ano” no chamado Troféu Meia Branca. Durante a noite os membros da Boca Maldita participam de uma votação para apontar as figuras cujo desempenho em 2014 foi negativo ou vexatório.
O jantar será realizado no sábado, dia 13 de dezembro, a partir das 20h, no Salão do Hotel Four Points By Sheraton, no Centro de Curitiba. Como nas ultimas duas edições, o jantar contará com a presença do humorista Zico Lamour, da rádio Jovem Pan Curitiba. Conhecido por suas imitações de personagens da politica paranaense, Zico tornou-se uma atração a parte durante o evento.
Ponto de encontro
O popular ponto de encontro curitibano, reconhecido e até mesmo copiado nacionalmente, sempre foi palco de ações históricas. Foi assim no 1º comício das Diretas Já, na década de 80 e, anos mais tarde, nas manifestações pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Mas toda essa história remonta aos anos 60, no auge da repressão instituída pela ditadura militar, quando vários paranaenses se encontravam na confluência da Rua XV de Novembro com a Avenida Luiz Xavier. Das rodas de bate papo, imperavam comentários ácidos, críticos e que resultaram, muitas vezes, em decisões importantes para o Estado do Paraná. A partir desses calorosos debates, oriundos das rodas de conversa em torno das mesas dos cafés, surgiu o impagável rotulo de “Boca Maldita”.