12/12/2014

Por: Danielli Artigas de Oliveira

“O processo está sendo lento porque tudo é burocrático, mas estamos persistindo no sentido de ampliar o número de vagas na Educação Infantil em Campo Largo. É preciso expandir com cuidado e com profissionais treinados”, afirma o secretário municipal de Educação, Avanir Mastey. A Folha o procurou devido a questionamentos de leitores sobre vagas em creche e sobre as construções que estavam previstas para serem concluídas este ano. Até mesmo uma carta foi enviada como pedido de atenção em relação às vagas.

Avanir explicou que este ano foram tomadas algumas medidas administrativas que ampliou 260 vagas para crianças de 0 a 04 anos. Crianças de 05 anos, do Pré II, saíram dos CMEIs e foram para as escolas. Somente no CMEI Anjo da Guarda foram abertas 50 vagas de Pré II (04 anos). “Um compromisso que assumimos com a Promotoria Pública, Poder Judiciário e sociedade de aumentar o atendimento todo ano”, completa.

Ele afirma que era para terem sido iniciadas as construções de três Centros Municipais de Educação Infantil neste ano, mas que tiveram problemas com a empresa que ganhou a licitação. Se a empresa não cumprir os novos prazos partirão para medidas judiciais. Segundo ele, a empresa ganhou em vários regiões no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais e acabou priorizando outros lugares. “A Prefeitura já iniciou processo jurídico para cada etapa que a empresa não cumpra”, acrescentou Avanir. Poderia ser iniciada outra licitação, mas o que poderia demorar ainda mais e, como a empresa ganhadora se comprometeu a iniciar a construção em fevereiro, decidiram que era melhor esperar.

Inicialmente serão construídos os Centros no Ouro Verde, Rivabem e Jardim Meliane. Os outros três - Loteamento Francisco Gorski, Partênope e Caratuva (em processo de liberação de documentação) – serão licitados pelo método convencional, pela Prefeitura, e deve ser mais rápido o processo. A partir de 2016 será obrigatório que crianças de 04 e 05 anos estejam na escola.

Importância
Avanir conta que, cada vez mais, pesquisas avançadas comprovam a importância da Educação Infantil. “O que se aprende nessa fase não se aprende depois”, afirma, citando aprendizados de lateralidade, cores, cuidados com o corpo, hábito de lavar as mãos, noção de direita e esquerda, equilíbrio motor, condições para linguagem escrita, entre outros. É uma etapa importante na educação e por isso não há prioridade de vagas em casos se a mãe consegue ficar em casa com a criança ou não.

Educação
Infantil no Campo

A Secretaria Municipal de Educação está planejando para iniciar um projeto piloto de CMEI Multietário do Campo, para dar às crianças do interior do município as mesmas condições de ensino. Avanir explica que, por ser uma localidade pequena, serão formadas duas salas, sendo uma para crianças de 01 e 02 anos e outra para crianças de 03 e 04 anos de idade.

Esse projeto deve iniciar no Taquaral, em uma antiga construção em que funcionava uma escola e deverá ser construído um novo espaço. Ao todo deverão atender inicialmente de 20 a 25 crianças. Uma forma de levar educação a elas sem que as crianças precisem viajar por quilômetros, ainda mais considerando todos os cuidados de transportar crianças tão pequenas.

“Senhor prefeito
 

Não sei se é uma consulta que faço em nome das famílias campo-larguenses ou se é um protesto.
Conhecendo o seu trabalho e a sua atenção aos problemas da nossa comunidade é que tomo a liberdade de levar ao seu conhecimento, pois tenho a certeza de que o senhor está longe de conhecer o problema criado pela sua Secretaria de Educação; não creio que seja para prejudicar ninguém, mas sim por desconhecer o problema que enfrentam as famílias que têm criança em idade de creche e que não conseguiram vagas porque foram tiradas de diversas creches o pré I e Pré II são muito pequenas para ficarem em casa num período e freqüentarem a escola somente em outro. A própria presidente em seu pronunciamento de campanha falou que iria criar condições para que as crianças pequenas permanecessem mais tempo nas creches. Hoje, que os governos estão procurando aumentar o tempo integral, a secretaria faz por bem diminuir essas vagas. Nossas crianças têm o direito de ter vaga em creche até iniciarem o fundamental. E se fossem os nossos filhos? Não iríamos implorar uma vaga em uma creche? Onde deixá-los?

Senhor prefeito, conhecendo o seu trabalho em prol da nossa comunidade é que lhe imploramos que reveja com carinho essa situação, que buque reunir as diretoras, os desesperados pais que acreditam no seu governo e, ainda o nosso novo deputado. Como se resolve uma situação dessas sem se dar conta do impacto que vai causar em nossa educação? São muitas crianças nessa situação que saíram do maternal e não encontram vaga.

Atenciosamente

Édson Fortes”

* Carta enviada à Folha, a qual foi entregue pessoalmente ao Alexandre Guimarães para que o prefeito também tomasse conhecimento