26/09/2014
Na sexta-feira, 19, em Brasília, representantes dos consumidores de energia participaram de reunião com o diretor-ouvidor da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, órgão regulador de todo o sistema elétrico no país. José Jurhosa Junior recebeu os membros escolhidos pelos Conselhos de Consumidores das concessionárias para ouvir os questionamentos, as reclamações, as solicitações mais importantes de cada região. O presidente do Conselho de Consumidores da Cocel, Hugo Ruthes, e Claiton Gaideski Pires, da RGE (Rio Grande Energia, concessionária que atende 264 municípios do Rio Grande do Sul) foram escolhidos para representar todos os consumidores do Sul do Brasil neste evento.
Custos e investimentos
colocados em pauta
O valor da tarifa de energia e a política de investimentos na geração foram os temas mais debatidos durante a reunião – reflexo dos recentes reajustes nas tarifas que ocorreram para todas as concessionárias, causado principalmente pelo uso de termelétricas. Ruthes conta que foi cobrado que a ANEEL “tenha mais atitude na regulamentação”, principalmente em relação aos assuntos que atingem diretamente o consumidor. O risco de falta de energia também foi intensamente debatido, uma vez que os conselheiros acreditam que não têm sido realizados investimentos adequados ou suficientes em geração. “Se o Brasil crescer mais 5%, como fica?” – questiona Ruthes, resumindo a preocupação dos consumidores de todo o país.
Uma maior transparência nos custos da energia foi cobrada pelos conselheiros, principalmente em relação à geração através de fontes alternativas – como termelétricas. Atualmente cada concessionária tem uma data diferente de “aniversário” de seu reajuste, fazendo com que o aumento nos custos reflita de forma diferente para cada consumidor. Os conselheiros solicitaram que a ANEEL viabilize uma data única para o reajuste das concessionárias, e também a simplificação das chamadas “parcela A” e “parcela B” das tarifas. A “parcela A” refere-se aos custos que não são gerenciáveis pelas concessionárias, como impostos, taxas e compra de energia (que também tem valor regulado para a maioria). Já a “parcela B” engloba todos os gastos sob os quais as concessionárias têm poder de gerenciamento – como investimentos, compra de materiais e contratação de mão de obra. O reajuste médio nas tarifas da Cocel em 2014, por exemplo, foi de 24%. Deste índice, apenas 2% foram causados pela “parcela B”.