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Preconceito é debatido em programa na rádio

Preconceito é debatido em programa na rádio

19/09/2014

O tema Preconceito recebeu a atenção em duas quartas-feiras de entrevista (10 e 17) no Programa Em Boa Companhia. A apresentadora da Rádio Ágape, Chris Minuzzo, conversou com os advogados campo-larguenses Jose Arlindo Lemos Chemin e Renato Beraldo sobre casos de racismo, como por exemplo, do Jogador Aranha, do Grêmio, entre outros tipos de preconceito, que mostram o quanto ainda é preciso superar muita coisa para que a sociedade seja mais justa, fraterna e igualitária.
O Dr. José Arlindo explicou que “se entende por preconceito uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa. O preconceito pode ser fruto de uma personalidade intolerante, porque os preconceituosos são geralmente autoritários e acreditam nas normas do respeito máximo à tradição, e são hostis com aqueles que desafiam as regras estabelecidas.” Ele falou ainda aos ouvintes da Rádio Ágape que existem diferentes manifestações e tipos de preconceito, sendo as suas formas mais comuns o preconceito social, racial (racismo) e sexual (sexismo ou homofobia). Nas características comuns a grupos, atitudes preconceituosas são aquelas que partem para o campo da agressividade ou da discriminação”.

Os debatedores conversaram sobre o episódio do dia 28 de agosto, onde o jogo entre Santos e Grêmio terminou 2 a 0 para o time alvinegro, mas a cena mais lamentável veio das arquibancadas. O goleiro Aranha, do time paulista, foi alvo de críticas racistas por parte da torcida atrás do gol onde estava no segundo tempo. Em uma imagem flagrada por câmera foi possível ver uma torcedora da equipe tricolor chamando Aranha de “macaco”.  Não demorou muito para que internautas achassem e começassem o linchamento moral contra a torcedora gremista.

O advogado Renato Beraldo afirmou que, assim como ocorreu em outros casos famosos neste ano de racismo contra jogadores, os internautas se mobilizaram para defender Aranha. Foi o mesmo que aconteceu com o volante Tinga, do Cruzeiro, xingado de macaco por torcedores do Real Garcilaso, do Peru, e com o brasileiro Daniel Alves, que comeu uma banana atirada por um torcedor. Dr. Renato explicou que a ação contra o jogador Aranha trata-se de uma grave injúria por racismo, que chama mais a atenção pela questão cultural em nosso país, mas que toda e qualquer ofensa, a qualquer pessoa, pode ser um ato de preconceito. “Racismo – afirma ele, é a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento absurdo “ou você é um de nós ou é um deles, concluiu o advogado.

A temática debatida no dia 10 continuou na entrevista do dia 17, devido à grande manifestação de ouvintes que ligaram e pediram a continuidade do debate, o que demonstra o quanto se precisa avançar ainda no respeito à igualdade, caminhando para um mundo melhor, um mundo sem preconceitos.