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Patrocínio

22/08/2014

Campo-larguense disputará Paralimpíadas Escolares e precisa de patrocínio

Patrocínio

22/08/2014

Por: Danielli Artigas de Oliveira


A felicidade e o brilho nos olhos de Larissa Vitória Henz (13) são nítidos quando ela está praticando o esporte no qual se encontrou: a bocha adaptada. Quando nasceu, ela sofreu paralisia cerebral, o que afetou sua coordenação motora, mas isso não a impede de tentar se desenvolver a cada dia mais, superar seus limites e ser reconhecida por isso.

Ela foi primeiro lugar em sua categoria no Lançamento da Pelota para atletas com deficiência, no 61º Jogos Escolares do Paraná (JEPs) realizado em Cianorte. Na fase final dos Jogos Escolares em Foz do Iguaçu, de 25 de julho a 01 de agosto, Larissa foi campeã na categoria BC2 de Bocha Adaptada (para cadeirantes) e com esse título estadual ela representará Campo Largo e o Paraná nos Jogos Escolares a nível nacional, o qual será realizado de 24 a 29 de novembro em São Paulo.

O desejo da mãe, Viviane Bastos Wammes, é ver a filha nos Jogos Paralímpicos – Rio 2016 e para isso tem feito tudo o que pode para estimulá-la e para que Larissa continue treinando. Luciane Maneira Stdvezk, a profissional de educação física, professora do paradesporto do Cemae - Centro Municipal de Atendimento Especializado de Campo Largo, que a acompanhou, disse que “elogiaram bastante a capacidade dela na competição. Na primeira participação e ganhou do campeão paranaense. Vemos nela um futuro, uma atleta, é preciso investir”, afirma.

Luciane explica que alguns alunos começam com aprendizagem lúdica. De acordo com o nível de dificuldade do aluno, a percepção dos professores é pelo olhar, a reação e felicidade deles ao praticarem a bocha adaptada. Já Larissa, que é treinada pelo professor Jorge, tem compreensão de jogo, pois o intelectual e parte cognitiva dela são preservados, precisa apenas estimular o controle motor para realizar o arremesso. “O objetivo é inclusão social do aluno e estimular que eles participem de competições”, detalha Luciane. Para melhorar ainda mais o desempenho dela, pretendem levá-la para ter orientações com o técnico da Seleção Brasileira de Bocha Paralímpica, na UniBrasil, em Curitiba.

A mãe conta que não tem condições financeiras de ficar levando a filha para Curitiba e por isso pede ajuda de empresas que possam patrociná-la e tornar possível a realização desse sonho. O Governo do Paraná banca os custos com o campeonato em novembro, mas não para essa preparação. Ainda é necessário comprar o kit bocha, que custa em média R$ 500,00. Luciane detalhou que na última competição uma das bolas furou e teve que emprestar de uma outra escola, caso contrário Larissa nem teria conseguido participar. A ideia ainda é associar a atleta à Federação Paranaense de Bocha para participar de outras competições.

Viviane comenta que Larissa estuda no Colégio Clotário Portugal e é uma boa aluna, está no oitavo ano, de acordo com a sua idade, e consegue acompanhar bem; a diferença é que faz as provas oralmente. Desde os 03 anos de idade está participando do Cemae, aonde faz fisioterapia, alongamentos, natação, bocha, entre outras atividades.

Bocha

Larissa participa da Classe BC2 da Bocha Adaptada, a qual inclui jogadores com paralisia cerebral, bem como atletas com outras deficiências severas (como distrofia muscular), que também são elegíveis para competir na bocha. Nesta categoria os jogadores não podem receber assistência.
O objetivo da Bocha Adaptada é fomentar e estimular a participação de estudantes de todo o território nacional com deficiência física, visual e intelectual na pratica de atividades esportivas; oportunizar um ambiente para o desenvolvimento dos destaques esportivos Paralímpicos. A Paralimpíadas Escolares 2014 é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte.

No jogo os atletas usam cadeiras de rodas e têm o objetivo de lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). É permitido usar as mãos, os pés, instrumentos de auxílio e até ajudantes (calheiros) no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros. Nesta modalidade, o Brasil estreou em Pequim-2008 com duas medalhas de ouro e uma de bronze. Em Londres-2012, o país conquistou outros três ouros e um bronze.