O Instituto Maestro Théo de Petrus está crescendo em número de participantes e terá novas modalidades que serão apresentadas em breve para a comunidade local. Relembre a história de como tudo começou<
A história começou ainda no ano de 1989, quando foi feita uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Campo Largo e a Escola Juventude, oportunidade em que foi criado um coral de meninos. Cinco anos mais tarde, foi dado início à Associação dos Amigos dos Meninos Cantores de Campo Largo, que faz parte da Federação Nacional dos Meninos Cantores do Brasil. Em 2000, por meio de uma verba federal conseguida pelo padrinho do projeto, o agora senador Flávio Arns, foi possível construir o projeto no bairro Popular Nova.
O Maestro Théo cobrava muita responsabilidade dos participantes, que ensaiam três vezes na semana, justamente porque eles participam da Federação. Em congressos, eles se apresentam em aproximadamente 500 vozes, têm um nível de qualificação alto, exigindo um bom desenvolvimento de técnica vocal, leitura de partitura e ensaio de novas músicas mais difíceis, cobrança que existe ainda hoje, porém sempre feita de maneira respeitosa e com atenção às crianças.
“Nós entramos na Federação em 1994 e ela reúne corais do Brasil todo. Além de participar do nacional, participamos do internacional, o que traz experiências extraordinárias. Somos o único coral paranaense filiado, o que é uma honra”, comenta Jhonatan Théo, presidente do Instituto.
“Por meio dessa participação em congressos que os ex-canarinhos tiveram a oportunidade de conhecer várias cidades do país. A previsão é ter um congresso em outubro de 2022 e possivelmente vamos levar essas crianças que participam do coral pela primeira vez em viagem”, diz.
Jhonatan relembra que o último congresso realizado foi em Campo Largo, em 2019, no qual o Maestro Théo escreveu a maior parte das partituras. “Foi fantástico cantar em Campo Largo, receber esse evento”, relembra. Jhonatan comenta que o coral também é convidado para participar de festivais e tem a oportunidade de ser regido por outros maestros.
Maestro Théo e o amor pelo projeto
“Esse é um projeto voluntário desde a sua fundação e que meu pai depositou seu amor desde o minuto em que ele se inspirou para formá-lo. Ele fazia cachorro-quente, pipoca, pão com manteiga e achocolatado e entregava para cada uma das crianças, fazia questão de entregar nas mãos delas. Até hoje os ex-canarinhos falam disso para mim, se referindo que era o ‘melhor lanche’, porque era feito com amor, porque ali estavam seus amigos e porque viviam como uma família. Eu me emociono muito em lembrar disso, porque sei o quanto ele amava vir até aqui, ser o primeiro a chegar e o último a sair. Cuidava das crianças como se fossem filhos dele, seja nas viagens longe dos pais para participar dos congressos e festivais ou naquela hora de aula. É mais do que um simples projeto, esse foi um projeto de vida, o projeto de vida do meu pai e que nós abraçamos para ser o nosso também”, emociona-se Jhonatan ao se referir ao Maestro Théo.
No mês de agosto de 2021, o Senado Federal registrou voto de aplauso ao Maestro Théo de Petrus, requerimento apresentado pelo senador Flávio Arns (Podemos-PR), a qual foi recebida com muito orgulho e carinho pela família.
Novidades vêm por aí...
Até o final de 2020, eram aulas de musicalização, flauta e canto de coral. Este ano, o leque de atividades foi expandido, quando foi possível patrocinar crianças para aulas de violoncelo, violino e para o próximo mês haverá ensaios para bandas de fanfarras, 22 instrumentos de metais, para no próximo desfile de 7 de Setembro participar com uma banda bastante especial, com público diversificado, que em breve será divulgado com mais detalhes por parte do Instituto.
“Até o início da pandemia nós tínhamos 30 cantores e mais 20 crianças na musicalização, que é um preparatório para o coral, quando eles estudam o básico sobre Música e estudam flauta e partem para o coral. Nessa diversificação, nós modificamos um pouco. Antigamente, meu pai, ia até as escolas e pedia para as crianças cantarem ‘atirei o pau no gato’ e quem cantava corretamente estava pré-selecionado para participar. Com o cenário de pandemia eu não pude fazer isso, então resolvi partir do princípio de que não importa se a criança é afinada ou não, o que importa é se ela quer aprender Música. Ela pode aprender e desenvolver o ouvido musical e a afinação conosco. Isso fez com que nós desenvolvêssemos um leque maior para atendimento e nós temos atualmente 102 crianças”, explica Jhonatan.
A pretensão é chegar em 200 alunos ainda em 2021, principalmente com o lançamento de novas modalidades, novidades que farão parte do Instituto Maestro Théo de Petrus. As crianças participantes do projeto têm idades entre 08 e 15 anos aproximadamente, que são Os Canarinhos.
Instituto recebe doações espontâneas, bem como doações de outdoors, via Cocel e PicPay, para ajudar entre em contato diretamente com o local.
Maestro Théo de Petrus é homenageado
com instituto em seu nome
Décadas de amor à música, que marcaram histórias de centenas de pequenos campo-larguenses que passaram pelas salas de musicalização, canto e instrumentos musicais. O trabalho do maestro fluminense Théo de Petrus, não parou em 2020 - ano em que faleceu vítima da Covid-19 -, mas continuou firme e hoje atende mais de 100 crianças campo-larguenses. O antigo Instituto de Canto e Música São Domingos Sávio passou a se chamar Instituto Maestro Théo de Petrus, em homenagem ao seu fundador.
Seu filho, Jhonatan Théo, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Instituto, fala com orgulho e emociona-se ao comentar da organização, que tem o pai como inspiração. Na verdade, a história do Maestro Théo praticamente se funde com a do projeto, tamanho era o seu envolvimento e dedicação com ele, conforme explica Jhonatan.
Nascido em Petrópolis, cidade Imperial, no Rio de Janeiro, Teodolino José de Souza, conhecido em todo o país, principalmente na Música como Maestro Théo de Pétrus, entrou em contato com a música ainda adolescente por meio de um frei franciscano, que estava passando próximo da sua casa e comentou que no seminário tinham aulas de música. “Quando veio para Campo Largo, chegou à Aldeia Franciscana. Minha mãe morava lá. Meu pai se encantou por ela e decidiu sair da vida religiosa para se casar e ficou na cidade”, relembra.
Depois do seminário, o Maestro Théo cursou superior em Música e dedicou 37 anos da sua vida ao ensino da Arte, com experiência maior no violão, mas tocava órgão, teclado, flauta, clarinete, instrumentos de sopro de maneira geral, regendo fanfarras, corais fanfarras e sendo maestro regente em Balsa Nova, no Clube de Campo Santa Mônica, em Curitiba, além de semanalmente viajar até São Paulo para ensinar música às crianças de um orfanato e em uma universidade religiosa.