A campo-larguense Amanda Rivabem Ferreira (32) foi designada a exercer a função de Juíza Leiga junto ao Juizado Especial Cível e Fazenda Pública do Foro Regional de Colombo, conforme portaria do dia 03 de setembro
A campo-larguense Amanda Rivabem Ferreira (32) foi designada a exercer a função de Juíza Leiga junto ao Juizado Especial Cível e Fazenda Pública do Foro Regional de Colombo, conforme portaria do dia 03 de setembro deste ano. Ela foi aprovada no concurso em 2019, mas como já tinham atingido o limite não estavam chamando mais pessoas a assumirem o cargo. A pandemia também fez atrasar esse processo, o que retornou esse ano.
“Foi um presente de Deus maravilhoso. Há dois anos aprovada, já não esperava mais. Uma emoção muito forte, gratidão enorme a Deus e um grande alívio. Agora posso me dedicar mais à vida pessoal e pegar um ritmo de estudo mais leve, tudo com mais calma e ter mais qualidade de vida. É uma emoção gigante. A aprovação já é, mas a hora que vê que foi nomeada e que o Tribunal emitiu a nomeação e que já sou juíza. Ainda não caiu a ficha. Vai cair a hora que fizer a primeira audiência, que vai ser na próxima terça-feira. Por enquanto estou em fase de capacitação”, explica.
Ainda o Tribunal está com audiência virtual, então vai continuar morando em Campo Largo. O modo presencial deve ser retomado no próximo ano. Segundo ela, o Juizado está com déficit de juiz, então tem muito trabalho a se fazer. Nesta área Cível e da Fazenda Pública atenderá casos como de acidente de trânsito, prestação de serviço, consumidor, entre outros.
Como não vai ter inicialmente a mudança de cidade acredita que vai ser uma adaptação mais tranquila, mas continuará enfrentando os desafios e muito estudo para os processos. “Precisa de muito estudo caso a caso. O mais desafiador é conseguir alcançar a justiça dentro do que tem em mãos para o julgamento, analisar os pontos que cada um traz e por trás de muitos processos tem muita ofensa, questão emocional, querem também resolver situação entre elas, não só a questão em si. Juiz tem que pensar que ali existem pessoas que estão machucadas mutuamente e encontrar ponto de justiça onde realmente a situação se apazigue, não só no Judiciário, mas para a vida delas”, argumenta. Além disso, ela diz também que um juiz precisa assumir uma postura diferente, tem que ter moral ilibada, pensar ainda mais em cada ato que toma, toda fala que pronuncia, porque representa o Judiciário. Diante disso, precisa ter uma vida mais reservada e pensando sempre em honrar a magistratura.
Muito estudo
Amanda detalha que Juíza Leiga é direcionada ao Juizado Especial e o concurso é válido por quatro anos podendo ser prorrogado por mais quatro, diferente de Juíza Togada, que pode trabalhar em outras áreas do Fórum também e tem o cargo vitalício. Por isso, ela, que estuda para concurso desde 2018, vai continuar estudando para tentar ser aprovada como Juíza Togada.
Desde 2018 ela tem estudado uma média de quatro a oito horas por dia, incluindo final de semana e feriado. Só começou a diminuir um pouco o ritmo quando soube em agosto deste ano que seria nomeado. Além do estudo, sempre conciliou com o trabalho de advogada (há seis anos e meio atuando), focada principalmente na área Trabalhista.
Na advocacia se descobriu para área da magistratura, diz que se apaixonou pelas audiências e era o que mais gostava. Então, começou a participar de palestras e cursinhos do dia a dia da magistratura e viu que realmente era isso o que queria. Em todo esse período de muito estudo, diz que o que mais sente dificuldade é manter a autoestima e ânimo durante os estudos porque são muitos anos de dedicação, passa por muitas reprovações e manter sempre o foco é muito difícil. Para buscar a conquista do tão sonhado objetivo, diz que é preciso abdicar de várias áreas da vida e qualidade de vida em prol dos estudos, como também administrar o desafio de manter o emocional equilibrado.