Há dias, no entanto, que os chamados dobram, chegando a 10; Botão Maria da Penha tem sido de grande importância para o atendimento rápido à mulher
Foi lançado pela Guarda Municipal de Campo Largo na última sexta-feira (06) um vídeo que busca trazer conscientização sobre a violência doméstica e divulgar o Botão Maria da Penha, disponível para vítimas de violência doméstica e que tenham proteção expedida pela Justiça. Em Campo Largo, diariamente são registrados pelo menos cinco chamados ligados à violência doméstica, mas há dias que chegam a 10 casos. As situações acontecem tanto na região central, como também em bairros periféricos da cidade.
“Há casos que vamos atender que não se encaixariam especificamente em violência doméstica, mas agressões e brigas familiares também. Acontece com frequência de terem brigas entre familiares e mulheres tentando apartar e acabarem sendo agredidas também. Isso não configura a violência doméstica ou Maria da Penha, que são bem mais específicos”, explica o comandante da Guarda Municipal, Marcos Leitão.
Processo para o Botão Maria da Penha
Para que o Botão Maria da Penha seja instalado no celular da mulher vítima da violência, é preciso que alguns passos ocorram. Quando acontecem situações ligadas à violência doméstica, o agressor é encaminhado para a Delegacia e a mulher registra o boletim de ocorrência. “Então essa mulher é encaminhada para a Vara de Família e o juiz responsável irá emitir uma medida protetiva em favor dela e recomendar a instalação deste botão. Somente com uma documentação expedida pela Justiça nós temos autorização para instalar”, diz o comandante.
Cabe à mulher então buscar o atendimento da Guarda Municipal. O botão é instalado no App 153 Cidadão, da corporação, disponível nas lojas de aplicativos para toda a comunidade. “Há pessoas que confundem com o botão do Pânico, mas esse é instalado somente em aparelhos telefônicos de autoridades municipais, quando há necessidade especial”, esclarece.
Com o encaminhamento em mãos, é feito todo um cadastramento de informações pessoais da vítima e do agressor, para que, em caso de necessidade, torne-se mais fácil de encontrar a pessoa. “Nós fazemos todo um treinamento com essa mulher sobre o uso deste botão, pois é uma situação extremamente séria e precisa ser discreta para que consigamos um atendimento assertivo. Ao apertar o botão, é enviado um chamado especial para nosso Comando e a exata localização da vítima naquele momento. Nossa viatura vai ao atendimento e, caso a mulher não esteja mais lá, nós iremos procurá-la de acordo com as informações contidas no cadastro”, comenta.
O comandante pede então para que mulheres que tenham acesso a este botão mantenham seus dados atualizados junto à GM e principalmente, façam a renovação da medida protetiva, que tem prazo máximo de seis meses, quando necessário.
“Há mulheres que trocam o número de telefone para fugir do agressor ou que mudam de endereço. É preciso manter essas informações atualizadas justamente para o caso de precisarmos realizar um atendimento. Da mesma forma a medida protetiva, que precisa estar válida. Quando vamos para o atendimento, precisamos ter certeza que aquele indivíduo não pode chegar próximo da vítima, pois estará em descumprimento. Caso contrário, não teremos como agir”, reforça.
O Botão Maria da Penha funciona de maneira bastante precisa e nas mais variadas regiões do município. Para usá-lo é preciso que a vítima tenha sinal e acesso à internet. Caso o acionamento aconteça em outra cidade, por exemplo a vítima trabalha em algum município da Região Metropolitana, ele acionará a Guarda Municipal daquela localidade, por isso é importante ter cadastro ativo também no município em questão.