Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 01:30:44
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MEIs são o tipo de empresas que mais recorrem a empréstimos

Empréstimos podem ser a saída para um crescimento e investimento para as empresas; saiba quando identificar uma boa oportunidade

 

MEIs são o tipo de empresas que mais recorrem a empréstimos

Período conturbado na Economia fez com que a busca por empréstimos crescesse no Brasil, conforme divulgou a fintech de soluções financeiras BizCapital no mês de abril. De acordo com levantamento, o número de empréstimos concedidos para empresas aumentou 16% no país no primeiro trimestre, quando comparado ao mesmo período no ano passado. Ainda de acordo com o levantamento, o capital de giro é a principal razão que leva as empresas em busca de um empréstimo, o que representa 65% das solicitações no período referenciado.

A Folha de Campo Largo conversou com Gilmara Lopes Brentan, correspondente bancária da Fomento Paraná e relações com Mercado da Acicla, que explicou que na cidade durante o ano de 2020 a procura foi mais intensa do que neste ano. “O campo-larguense ainda tem aquele perfil que pensa que ao pegar um crédito está assumindo uma dívida, então ainda existe muito receio com taxas de juros. Nós tivemos pela Fomento Paraná uma linha emergencial voltada especialmente para os Microempreendedores Invidividuais (MEIs), que tinha uma taxa de juro bem baixa, 0.36% ao mês, com a carência de 12 meses, com aprovação simplificada e com R$ 5 mil máximo. Essa foi bastante procurada em 2021, principalmente no período de março até maio deste ano, quando fiz pelo menos 50 requisições. Essa é uma linha que já não está mais disponível.”

O MEI ainda é a qualificação de empresa que mais procura linhas de crédito para empréstimo. Conforme explica Gilmara, são de áreas bastante variadas, mas principalmente de setores mais atingidos pela pandemia, como eventos, transporte escolar e do ramo alimentício. Alguns buscam linhas de crédito para buscar realizar investimentos e atenderem novos públicos e trazerem novas ideias ou mudaram totalmente de área.

Outros estabelecimentos que precisaram recorrer aos empréstimos foram os bares, justamente porque o forte dos seus comércios é a venda de bebidas alcoólicas e o atendimento ao público em horários específicos, à noite e madrugada, mas em decorrência dos decretos precisaram ficar fechados por longos períodos e com atendimento mais restrito.

Instruções gerais
As empresas podem pedir empréstimos de até 30% do faturamento do mês. Sempre será solicitada uma garantia, que no microcrédito – até R$ 20 mil – um avalista ou fiador e para créditos maiores a garantia real – que é sempre um bem, podendo ser imóvel ou terreno, desde que esteja com a escritura e impostos em dia – ou a carta de garantia, fornecida pela Sociedade Garantidora de Crédito (SGC). A última tem sido a mais utilizada, pois a para a carta de garantia é pago uma taxa e evita que um bem seja colocado no negócio.
Para bons negócios, Gilmara aconselha sempre a analisar bem nas “linhas pequenas” dos contratos, ver se é a melhor opção para a realidade da empresa e analisar as taxas de juros e possíveis acréscimos que possam estar inclusos no contrato, para evitar surpresas na hora do pagamento.

Para situações emergenciais, o ideal é buscar uma Empresa Simples de Crédito (ESC), que envolve questões menos burocráticas, com valores de empréstimos mais baixos, porém com liberação em até 48 horas. Em contrapartida, as taxas costumam ser um pouco mais altas, se comparadas às subsidiadas.
 
Empréstimo pode  ser a solução
Ao contrário do que muita gente pensa, Gilmara explica que quando a taxa de juros é atraente, os empréstimos podem ser a solução para investimentos e crescimento da empresa. “Muitas vezes é melhor você pegar um empréstimo da Fomento Paraná ou das cooperativas do que pagar taxas de limites de banco, ou de cartão de crédito. Outra solução é para quando você precisa comprar um equipamento mais caro para sua empresa, com o empréstimo é uma oportunidade de adquirir à vista, fugir do financiamento, conseguir um desconto e muitas vezes pagar uma taxa baixa. Tudo vai da maneira como será administrado esse dinheiro e qual a finalidade dele. Muitas vezes é a chance de crescimento, tudo depende da visão administrativa”, aconselha.

Estar preparado é essencial
A pandemia surgiu e trouxe um momento de fragilidade para milhares de estabelecimentos comerciais em várias regiões, o que desestabilizou também o índice de emprego e consequentemente a área social. Porém, embora os lockdowns aconteceram em vários períodos desde do ano passado, mostrou que é importante que os empresários estejam atentos à administração e contabilidade dos seus comércios e empresas.

“Não há uma base sólida para saber lidar com finanças, o que deveria ser aprendido desde a infância, muitas vezes. Nós temos a ideia de trazer alguns cursos de Educação Financeira mesmo para o microempreendedor, para que ele tenha desde o básico à aprendizagem com fluxo de caixa, controle de estoque, separar o dinheiro da empresa, sobre o lucro e também sobre a documentação da contabilidade, os impostos que precisam ser pagos. Isso precisa estar bem correto na hora de solicitar um empréstimo, por exemplo, pois há todo um cruzamento de dados realizado por parte do Governo, principalmente para créditos de valores maiores, e, se não estiver o mais transparente possível, corre o risco de não ser aprovado”, orienta. “Portanto, cuide da saúde financeira da sua empresa, assim como da parte fiscal dela também, para que você tenha um bom rating na hora de recorrer a esta possibilidade, resultando em uma menor taxa de juros e maior confiança”, reforça

“São mudanças de hábitos muito profundas e que ainda podem exigir algum tempo para adequação, mas que é o mais certo a ser feito, para evitar consequências no futuro. Montar um fundo de emergência é essencial hoje, tanto para pessoa jurídica, como pessoa física, e tudo começa no primeiro passo”, finaliza.