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Alunos do Colégio Cívico Militar 1º Centenário escrevem carta aberta aos profissionais da saúde


Os alunos do 2º B, da turma da tarde, do Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário, escreveram uma carta aberta direcionada aos profissionais da área da Saúde que atuam na linha de frente no

Alunos do Colégio Cívico Militar 1º Centenário escrevem carta aberta aos profissionais da saúde


Os alunos do 2º B, da turma da tarde, do Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário, escreveram uma carta aberta direcionada aos profissionais da área da Saúde, que atuam na linha de frente no combate à Covid-19. A carta também visa conscientizar a população campo-larguense sobre os cuidados que devem ser mantidos para evitar o contágio pelo vírus, a fim de diminuir os casos na cidade.

A Folha conversou com alguns alunos representantes da turma - Jonas Silva, Miguel Basternak, Vitória Elen e Nicole Santos -, bem como com a professora responsável pela ação, Amanda de Oliveira Zampier, da disciplina de Língua Portuguesa e Cidadania e Civismo. A ação foi interdisciplinar e a diretora da instituição, Roselaine Lachovistz, também explicou melhor sobre a ação. “Nós trabalhamos vários tipos de cartas e como fazê-las, para quem direcioná-las. Então, como eu gosto sempre de aliar a teoria à prática, sugeri para eles que nós escrevêssemos uma carta para alguém. Em um primeiro momento a Vitória sugeriu uma carta de reivindicação sobre o transporte escolar, mas após o intervalo, eles já surgiram com outra ideia”, relembra a professora Amanda.

As aulas permanecem no modelo remoto, mas ainda assim os alunos continuam discutindo o assunto durante o intervalo das aulas. Isso fez com que surgissem novos temas para o assunto da carta, entre eles uma homenagem aos profissionais da Saúde. O tema foi inicialmente sugerido pela aluna Nicole e teve grande adesão dos alunos. “Nós acompanhamos as notícias sobre o que acontece, mas eles vivem diariamente rotinas e passam por coisas que nós não imaginamos. Colocam as suas vidas em risco e das suas famílias também para salvar as pessoas e isso é muito bonito. Hoje eles estão esgotados com tanto trabalho, então essa também é uma maneira de conscientizar as pessoas sobre a importância de continuar se cuidando”, disse Nicole.

“Minha mãe trabalhou em hospital, na parte da limpeza, e meu tio trabalha na parte da segurança. Eles contam que há muitas histórias difíceis que acontecem lá dentro e que nós não ficamos sabendo, mas esses profissionais, que compõem toda a area da Saúde, veem diariamente”, comentou Jonas.

“Para a construção da carta nós consideramos a opinião de todo mundo, discutimos pontos que deveríamos colocar e todos ajudaram um pouco. Mas tivemos esse cuidado de incluir o agradecimento e o alerta à população”, completa Miguel.

“Hoje eles entenderam o que é o gênero carta, sabem como escrevê-la e todos os procedimentos. Nossa meta estabelecida no ensino foi cumprida, mesmo dentro da modalidade remota, provando que a Educação está trabalhando e professores e alunos estão se dedicando”, ressaltou a professora.

Leia na íntegra a carta escrita pelos alunos do 2º B,
do Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário:


“Campo Largo, 05 de maio de 2021

Aos senhores e senhoras que estão na linha de frente em combate à Covid.
Vimos por meio desta, destacar o importantíssimo trabalho que os senhores desenvolvem frente à Pandemia, sendo no atendimento, segurança, limpeza, cozinha, Enfermagem (técnico ou não), médicos e demais especialidades/funcionários, porque dão um alento aos pacientes e familiares.

Nós, da segunda série do Ensino Médio, período da tarde, do Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário EFM, trabalhamos o gênero carta, na disciplina de Língua Portuguesa, sob orientação da professora Amanda de Oliveira Zampier, que nos propôs a escrita de uma carta coletiva; conhecendo um pouco do trabalho que exercem na Saúde, escolhemos os senhores como receptores dessa ação, que nos propiciou exercitar as estruturas do gênero, assim como realizar uma ação cidadã.

Temos consciência do árduo serviço de auxílio mútuo, em que todos os indivíduos deveriam realizar em combate a esse mal que assola famílias, nós adolescentes, possuímos uma compreensão da grandiosidade da doença atual, incluindo os cuidados essenciais, que também afetam a conduta de todos, resultando como reflexo o panorama vivenciado.
Sabemos que os senhores sacrificam suas famílias em prol dos pacientes, sendo esse um ato de amor, porque estão lutando pela vida e nada a substitui. Somos muito gratos pela missão que executam e podem contar sempre conosco.

Um grande abraço!

Segunda série B – Ensino Médio – Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário”.

 

Colégio Cívico Militar: o que mudou


Desde o início de 2021, o Colégio Estadual 1º Centenário passou a ser Colégio Estadual Cívico Militar 1º Centenário, sem mudanças na estrutura física, mas com transformações no encaminhamento pedagógico, como a grade com seis disciplinas e o acréscimo da matéria de Cidadania e Civismo ao currículo escolar, além de acréscimo de horas/aulas nas disciplinas de Ciências para o Ensino Fundamental, Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa para Ensino Fundamental e Médio.

Hoje a escola conta com 501 alunos matriculados, mas possui uma procura alta de novos alunos e fila de espera de mais de 50, que aguardam a abertura de uma vaga. Desde o início, os alunos são informados que a instituição é cívico militar e possui regras que deverão ser seguidas quando as aulas voltarem para o presencial. Inclusive o Governo do Paraná já está providenciando uniformes que são fardas para o dia a dia, para a Educação Física e de gala aos alunos da instituição.

“Nós ainda estamos trabalhando somente com a parte da diretoria civil, pois o diretor militar ainda não foi divulgado pelo Estado. A direção é compartilhada, então eu sou responsável pela parte pedagógica e o diretor militar pela parte da disciplina. Ele terá ainda dois monitores para o trabalho também. Pela norma, quando as aulas voltarem ao modo híbrido/presencial, o portão fecha no horário estipulado, pontualmente, para realizarmos a formatura, que consiste em cantar o Hino Nacional. É uma forma de resgatar os valores da pátria e de os alunos conhecerem melhor também”, comenta a diretora Roselaine, que trabalha há 20 anos no Estado, mas é a primeira experiência em uma instituição cívico militar.

A professora responsável pela disciplina de Cidadania e Civismo também é a professora Amanda, que contou que precisou trabalhar as novas regras com os alunos no primeiro momento. “É um grande desafio ensinar regras, quando há alunos que não têm regras. Há algumas normas que precisam ser seguidas, mas prevalece o respeito ao debate e ao diálogo dentro do colégio, não há censura como chegaram a cogitar quando o projeto foi lançado. A disciplina de Cidadania e Civismo também é diferente da Moral e Cívica que existia nas escolas há algumas décadas. Hoje temos uma disciplina onde há mais liberdade para discussão e criação, onde eu consigo oportunizar aos alunos palestrar com várias pessoas de profissões diferentes”, comenta a professora.

Os alunos já tiveram palestras com representantes das Forças Armadas - Marinha, Exército e Aeronáutica (este último era comandante do Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA), psicólogos, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção Campo Largo, e possuem uma palestra agendada com o Ministro da Cidadania, João Roma, a ser confirmada. Os projetos executados em sala de aula geram tamanho interesse que até mesmo as famílias que têm disponibilidade acabam participando das aulas, conta a professora.

Eles terão ainda várias ações ao longo do ano que ensinará a eles informações importantes ligadas aos direitos e deveres do cidadão. Em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral, por exemplo, eles farão um trabalho no qual criarão partidos políticos, terão que fazer campanhas, poderão votar em urnas eletrônicas, fazer a apuração dos votos e eleger um representante.

Esse “vereador mirim” precisará apresentar um projeto de lei na Câmara dos Vereadores em Campo Largo, durante uma sessão, que poderá ser aceita ou não pelos vereadores.

Quando questionados sobre o que acharam sobre a mudança no colégio, a resposta do grupo que acompanhava a entrevista foi unânime em dizer que acreditava ser muito boa, especialmente por aprender mais sobre ética, falar bem, oratória e sobre o princípio das Leis. Alguns comentaram que as aulas têm sido uma oportunidade de conseguir saber quais profissões escolherem no futuro também.