O movimento de uma pessoa acabou se tornando uma corrente, que reúne outras interessadas em fazer o bem. Isso foi o que aconteceu com o dentista balsa-novense Dr. Glauber Sousa e a campo-larguense Sueli Beber, que durante uma conversa sobre a necessidade de realizar boas ações neste momento de pandemia e os bancos de sangue, que acabam sofrendo mais neste momento com a falta de doadores, resolveram dar início a uma campanha para reunir doadores em potencial.

Assim que postou nas suas redes sociais, a notícia foi se espalhando, atingindo os dois municípios e formando um grupo com 120 pessoas interessadas, algumas já doadoras de sangue. “Foi uma associação de ideias que fez surgir esse movimento. Ninguém faz nada sozinho, outras várias pessoas também se envolveram, ajudaram a organizar tudo. Não queremos que essa ação pare aqui, ela não será a única, pelo contrário, nossa intenção é que isso seja feito de forma constante”, diz Glauber.

A ideia inicial era que o ônibus do Hemepar viesse até Balsa Nova para realizar a coleta de sangue dos voluntários, mas isso não foi possível, por conta da pandemia de Covid-19. A alternativa então foi conseguir um ônibus oferecido pela Prefeitura da Balsa Nova para levar os doadores até o Hemepar e realizarem a doação. As datas foram pré-agendadas com a equipe, para que a doação aconteça de forma segura para todos. O primeiro grupo já realizou a doação nesta quinta-feira (18), o próximo irá neste sábado (20), todos com 20 pessoas cada. As próximas datas previstas são para os dias 30 de junho e 04 de julho.

“Os ônibus oferecidos pela Prefeitura da Balsa Nova têm capacidade de transportar 40 pessoas, mas vamos com a metade da lotação para garantir a segurança dos doadores. Pedimos ainda que eles tivessem bastante cuidado, pois é importante estar com a saúde em dia para efetuar a doação. Vamos organizar os acentos de maneira que os doadores fiquem distantes um dos outros, todas estão usando máscara e oferecermos álcool em gel. Vamos tomar todos os cuidados possíveis com os voluntários”, conta.

“Ninguém está livre de precisar de sangue. É preciso que nós nos coloquemos no lugar de nosso semelhante e façamos algo para ajudá-lo; eu como profissional da saúde preciso ter essa consciência e ajudar a promover ela dentro da comunidade. ”, finaliza.

Junho Vermelho
A Folha falou com a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná para verificar quais os procedimentos para doação de sangue neste momento de pandemia. As exigências como ter entre 16 a 59 anos (doadores com 60 a 69 anos devem permanecer em isolamento); estar bem de saúde; não estar com manifestações gripais (coriza, dor de  garganta, rinite, alergias, tosse, com estes sintomas deve fazer isolamento em sua residência); estar alimentado permanecem, além dos demais critérios que serão avaliados na entrevista.

O Hemepar, por meio da Sesa, informou que no primeiro mês da pandemia, março, houve queda brusca de doações de sangue o que os fez procurar a mídia e elaborar uma forma de não aglomerar doadores nas unidades. Com isso foi aprimorado um sistema de agendamento, já utilizado em Cascavel, inserindo número de doadores por tempo de atendimento, e assim os doadores podem agendar a doação, garantindo a não aglomeração de pessoas.

“No início de junho, por dois dias consecutivos (02 e 03 de junho) tivemos 62 e 57 bolsas de sangue coletadas respectivamente. O que nos fez a procurar parceiros, para o agendamento de grupos, e fizemos uma grande divulgação da necessidade de doação de sangue, e nos dias 15 e 16 tivemos 121 e 125 bolsas de sangue coletadas.

Sem período de pandemia, com cirurgias ocorrendo, traumas agudos e demais tratamentos, precisa em Curitiba de 150 coletas ao dia. Com a pandemia, sem as cirurgias de grande porte, número de acidentes diminuindo devido ao isolamento nas casas, precisam de 100 coletas ao dia. Então ter um dia com apenas 68 coletas é motivo de alerta.