A multinacional Grifols, que tem unidade em Campo Largo, dará início a testes na Europa e Estados Unidos com imunoglobulina hiperimune com anticorpos específicos contra o vírus SARS-CoV-2. A produção é
A multinacional Grifols, que tem unidade em Campo Largo, dará início a testes na Europa e Estados Unidos com imunoglobulina hiperimune com anticorpos específicos contra o vírus SARS-CoV-2. A produção é feita a partir do plasma de pessoas que superaram a doença com objetivo de ser uma potencial terapia de imunização contra a Covid-19.
A Grifols, de origem espanhola e líder em produtos de plasma de sangue, inaugurou sua fábrica em Campo Largo no final de 2017 e iniciou sua produção no final do ano passado. A princípio, Campo Largo ainda não receberá as doses de teste.
O tratamento da Covid-19 com imunoglobulinas hiperimunes faz parte de uma estratégia global da empresa contra essa doença. O grupo presidido por Víctor Grifols também desenvolve um possível tratamento com plasma convalescente de pacientes que superaram a doença. Em abril, a empresa apresentou seu teste de diagnóstico TMA, capaz de igualar e até exceder a sensibilidade dos testes de PCR. Na Espanha, 1,5 milhão de testes foram distribuídos até o momento.
Segundo divulgado na mídia espanhola, a produção de imunoglobulinas hiperimunes anti-SARS-CoV-2 está sendo realizada na fábrica da Grifols em Clayton (Carolina do Norte, EUA), especialmente projetada para a produção de imunoglobulinas específicas. Prevê-se que as primeiras doses sejam obtidas em julho no âmbito de um ensaio clínico. A pesquisa da Grifols nos Estados Unidos é realizada de acordo com várias agências federais, como a Food and Drug Administration (FDA), os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA), entre outras autoridades de saúde. O acordo também estabelece colaboração no desenvolvimento de estudos pré-clínicos e clínicos necessários para determinar a eficácia da terapia.
Na Espanha, a Grifols continua seu ensaio clínico para avaliar a eficácia da imunoglobulina intravenosa em altas doses na estabilização ou melhoria de pacientes clínicos afetados pelo Covid-19. Nesse caso, segundo divulgado, além da ação de anticorpos neutralizantes (as proteínas que ligam os vírus e os impedem de infectar as células humanas), procuram o efeito imunomodulador (modulação da resposta imune) que a imunoglobulina pode ter como terapia para parar a tempestade de citocinas associada a alguns pacientes graves da Covid-19.
Conforme explicam no site Expansión, as imunoglobulinas são proteínas plasmáticas que atuam como anticorpos para a defesa específica do organismo com mecanismos de ação muito complexos e difíceis de replicar. O tratamento com imunoglobulinas é essencial na prevenção de infecções em caso de exposição acidental a agentes infecciosos, como o vírus da hepatite B ou o vírus da raiva.