Foi retomada na última semana as obras do Centro Estadual de Profissões de Campo Largo (CEEP Campo Largo), que havia sido embargada após obras de escolas e colégios estaduais serem investigadas na Operação Q
Foi retomada na última semana as obras do Centro Estadual de Profissões de Campo Largo (CEEP Campo Largo), que havia sido embargada após obras de escolas e colégios estaduais serem investigadas na Operação Quadro Negro, ainda em 2015, que descobriu um esquema de desvio de dinheiro nas obras e reformas feitas no Paraná. As obras deste colégio em Campo Largo, especificamente, iniciaram em 2014 e deveriam ser entregues ainda no primeiro bimestre de 2015.
Nesta terça-feira (09), o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), responsável pela execução deste projeto, informou de maneira oficial à Folha de Campo Largo que a conclusão desta obra está prevista para o primeiro semestre de 2021.
Além disso, a instituição diz, ainda, que serão investidos mais R$ 5,3 milhões, em aproximadamente 5,5 mil metros quadrados de área. Com esse espaço, o CEEP Campo Largo terá capacidade para atendimento de até 1.200 alunos, divididos em três turnos - manhã, tarde e noite. A nota posiciona ainda que os cursos ainda serão definidos, junto com a comunidade e respeitarão os arranjos produtivos locais. “O governo do Estado, nesta gestão, adotou novas medidas para assegurar maior transparência nas construções escolares e para garantir que sejam concluídas de maneira adequada”, finaliza a nota.
Linha do tempo
A Folha de Campo Largo vem acompanhando a construção do CEEP desde seu início, por isso, levantou algumas matérias publicadas para os leitores entenderem há quanto tempo essa obra se arrasta.
Ainda em 2011, o então governador Beto Richa assinou a homologação de licitação para a construção de colégios estaduais profissionalizantes e reformas em todo o Paraná, incluindo de Campo Largo. À época, a previsão de investimentos era de R$ 41,5 milhões em todas as unidades.
Em fevereiro de 2012, aconteceu a assinatura para início de ordens de serviço de construção, reparos e ampliações em 16 escolas do Paraná, com investimento de R$ 39,8 milhões, para construir oito escolas, das quais três seriam centros profissionalizantes mantidos pelo Estado. Segundo notícia divulgada pela Agência de Notícias do Estado ainda em 2012, as obras de construção e ampliação nos Centros Estaduais de Educação Profissional (CEEP) faziam parte do Programa Brasil Profissionalizado, que desde 2008 estava com recursos parados e que foram liberados em 2011. O orçamento autorizado para licitação na unidade de Campo Largo ainda em 2013 era entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões.
Com a licitação concluída, uma empresa foi contratada para executar a obra com valor inicial de R$ 7.015.848,66. A construção do CEEP, iniciada em abril de 2014, deveria ser entregue em fevereiro do ano seguinte, mas foi paralisada em 2015, pois o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) estava analisando irregularidades sobre ilegalidade de pagamentos de acordo com o andamento da obra.
No mesmo ano, 2015, iniciou a Operação Quadro Negro, em agosto, que tratou de investigar casos de “corrupção ativa, peculato e desvios de verbas públicas ocorridos no âmbito da Secretaria de Estado da Educação (Seed), especificamente por meio da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), entre os anos de 2012 e 2015. As investigações demonstraram o conluio entre agentes públicos e privados para fraudar laudos de medições e viabilizar o pagamento antecipado de obras de construção, reforma ou ampliação de escolas sem a efetiva contrapartida, ou seja, sem a real execução das obras contratadas”, conforme consta no site do Ministério Público do Paraná.
No total, a operação moveu dez ações penais na Esfera Criminal, onze ações por ato de improbidade administrativa na Esfera Cível, cinco Acordos de Leniência e cinco Termos de Ajustamento de Conduta.
Desde então houve dois anúncios de retomada das obras, o que não aconteceu. Inclusive, uma nova licitação foi realizada, com anúncio de retorno às obras, porém a empresa vencedora abandonou a obra, que estava sem andamento desde então. A esperança é que esse novo anúncio de retomada das obras seja efetivo e que, em 2021, campo-larguenses possam ter a oportunidade de se profissionalizar.