Morando há um ano e meio no Peru, quando se mudou para dar início à faculdade de Medicina, Isabella Lemes está de volta a Campo Largo, depois de passar por um processo de repatriação, necessário por c
Morando há um ano e meio no Peru, quando se mudou para dar início à faculdade de Medicina, Isabella Lemes está de volta a Campo Largo, depois de passar por um processo de repatriação, necessário por conta do Covid-19. O voo que trouxe a campo-larguense e mais 263 brasileiros de volta foi fretado pela Igreja dos Santos dos Últimos Dias, mas para que pudesse sair do chão, precisou do auxílio de pais de alunos, políticos, da Universidade Peruana Unión (UpeU) e da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois houve alguns trâmites burocráticos. Ela voltou ao país no último dia 13 de maio.
O Peru é o segundo país na América do Sul em maior número de mortos e contaminados por conta do Coronavírus, e o isolamento social que está sendo aplicado no país é bem rígido, inclusive com multa para quem for visto na rua - podendo sair apenas uma pessoa por família para comprar comida ou medicamentos.
Como tudo aconteceu
“Eu moro no Peru e essa ideia de voltar ao Brasil surgiu dos próprios internos da faculdade, pois a situação estava bem complicada. Nós preenchemos um documento com todas as informações e os líderes do grupo entraram em contato com a embaixada para que nós fossemos repatriados.”
Isabella segue explicando que os alunos entraram em contato com a Embaixada Brasileira e explicaram que manter todos lá estava sendo muito caro para as famílias, especialmente por conta da alta do dólar. À princípio, o grupo era formado de 45 alunos e a Embaixada não “estava dando muitas esperanças dessa volta acontecer de avião”, conforme conta Isabella, mas que iriam abrir a possibilidade para uma volta terrestre, de ônibus. Entretanto, essa seria uma solução ainda mais complicada, pois a viagem duraria até cinco dias e os alunos precisariam continuar com as aulas na universidade de forma online.
“Então surgiu a esperança de um voo de Lima para São Paulo. O pessoal foi atrás para saber de quem era esse voo e descobriram que ele era fretado pelos mórmons, para buscar os colaboradores no Peru e disponibilizaram os acentos que não seriam usados para quem quisesse voltar ao Brasil e disponibilizou para a Embaixada Brasileira, que entrou em contato com o grupo”, relembra.
O voo estava programado para acontecer no dia 06 de maio. Porém, o voo foi negado por questão burocrática. “Nós montamos um grupo de oração com o pessoal que iria voltar, fazíamos orações de hora em hora. Para que pudesse esse voo dar certo, precisou contar com apoio de muitas pessoas do Brasil”, diz.
A universidade também auxiliou com o seguro dos estudantes e o transporte até o aeroporto. No total voltaram 50 brasileiros estudantes da universidade e 214 brasileiros que estavam vivendo, inclusive, em uma situação crítica no país. Com as fronteiras fechadas, abertas somente para exceções como essa, Isabella conta que eles vieram de Lima, com embarque pela Força Aérea Peruana, até Campinas, no Aeroporto Internacional de Viracopos. Depois disso, ela pegou um ônibus para vir para Curitiba e então para Campo Largo.
Para voltar, eles precisaram usar máscaras N-49, distanciamento de um metro entre cada um. Quando chegou em casa, ela precisou ficar em isolamento, para evitar contaminação inclusive dos seus pais. A universidade continua com aulas online, com prazo de até agosto continuar nesse formato, ainda sem uma confirmação do retorno, dependendo de como estiver a situação do país até lá.