Há cerca de 3.800 brasileiros espalhados por 74 países e que tentam voltar ao Brasil. Os números são desta segunda-feira (27) divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.
Há cerca de 3.800 brasileiros espalhados por 74 países e que tentam voltar ao Brasil. Os números são desta segunda-feira (27) divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores, que também informa que foram 17.700 pessoas que já conseguiram voltar ao País com apoio das embaixadas e consulados brasileiros no exterior. A dificuldade é devido à pandemia da Covid-19 e que muitos países tiveram suas fronteiras fechadas ou com fortes restrições.
Muitos voos foram cancelados, o que aconteceu com a campo-larguense Juliana Bonanomi e seu marido, que viajariam dia 13 de março e até agora já tiveram por cinco vezes o voo cancelado.
“Quero estar perto da minha família neste momento. Já entrei em pânico, uma sensação de que não conseguiria mais sair daqui. A realidade aqui não está fácil, ainda mais sabendo da quantidade de pessoas que estão morrendo”, declara ela. “Quero ser repatriada”, pede ela, comentando que parece que ninguém faz nada para tornar isso viável.
O Governo Federal anunciou que a repatriação tem sido feita a partir de uma articulação envolvendo o Ministério das Relações Exteriores e companhias aéreas, incluindo o fretamento de voos em alguns casos. Há um próximo voo programado da Nova Zelândia para o Brasil, com escala no Chile, no dia 1º de maio, que deverá trazer centenas de pessoas. Os brasileiros que estão retidos no exterior e precisam de auxílio para retornar ao país devem preencher o formulário de assistência consular, disponível no site do Ministério das Relações Exteriores. A inscrição é necessária para que o governo organize os procedimentos de repatriação.
Segundo Juliana - que já teve sua história como trans divulgada pela Folha - diz que só recebe respostas formais, mas até agora nenhuma resposta efetiva. Ela está em um grupo de cerca de 200 brasileiros – moradores e turistas - que diariamente dividem suas angústias e a situação por qual estão passando e juntos tentam a repatriação. Já preencheram formulários, trocam e-mails com o consulado, mas até agora nada. “Muitos aqui estão em situações drásticas e até passando fome e sem moradia”, relata. A última vez que Juliana veio ao Brasil foi em abril do ano passado, mas afirma que se sentiria mais segura estando aqui, porque a realidade na Europa está bem diferente.