Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 11:25:05
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Profissionais da saúde dedicam suas vidas em favor do próximo

Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, cientistas e tantos outros profissionais têm dedicado suas vidas em favor da saúde e bem-estar social

 

Profissionais da saúde dedicam  suas vidas em favor do próximo

Para comemorar o Dia do Trabalhador, que acontece nesta sexta-feira (01), a Folha de Campo Largo traz a história de dois profissionais da saúde, que dedicam suas vidas para garantir a saúde e bem-estar do próximo. Neste ano em especial, é importante lembrar daqueles que têm trabalhado, mesmo com uma ameaça invisível aos olhos humanos, que é o Coronavírus. Aproveitamos para parabenizar todos os trabalhadores pela data.

Curar, aliviar e confortar
Dr. Francisco Beraldi de Magalhães (CRM-29488) é médico infectologista e atua em Campo Largo, é professor universitário e já morou em Manaus, onde atendeu comunidades ribeirinhas e indígenas, em uma unidade de saúde fluvial. “Atuar na área da saúde para mim é algo muito gratificante, significa cuidado com as pessoas. Nosso objetivo maior não é só a cura, mas o cuidar, confortar e dar uma qualidade de vida melhor para as pessoas. É um desafio diário muito grande, oferecer qualidade de vida ou quando é possível curar não tem preço, é o que nos faz acordar de manhã todos os dias.”

Ele explica que a infectologia trabalha com o paciente como um todo, em todos os processos inflamatórios e infecciosos, atuando agora com foco em epidemias e pandemias no controle de fluxos, em como pacientes, profissionais e instituições podem se proteger. “Para quem trabalha com a infectologia, estar em contato com pacientes que têm infecção é uma constante. A grande vantagem é saber como nos proteger, utilizando os equipamentos necessários e eficazes para essa proteção, aliando ao nosso conhecimento da doença. É algo que nos preocupa, mas é o poder fazer alguma coisa pelas pessoas é que nos move”, explica.

Quando perguntado se já chegou a imaginar atuar frente a uma pandemia como essa, o médico, que vivenciou a pandemia de H1N1 quando ainda era estudante e evidenciou diferenças com a disponibilidade de um medicamento eficaz, disse que sempre existe a possibilidade, por isso há profissionais que estão em constante atualização para evitar e saber como agir nessa situação.

“As autoridades e especialistas, em casos como esse, precisam ficar convencendo que elas estão protegendo as pessoas e isso é o mais difícil. Nós sempre imaginamos que um surto de Coronavírus pudesse acontecer. Já tivemos a SARS em 2002, a MERS em 2011 que foram epidemias localizadas e desapareceram; essa era a nossa esperança com o Covid-19, mas ele acabou espalhando. O isolamento social é a única ‘vacina’ disponível hoje contra esse vírus, então atuamos identificando quando ele começa e até onde pode ir para evitar grandes abalos econômicos, sociais e psicológicos que pode acontecer”, ressalta.

O relacionamento do profissional com a família, especialmente com os pais, que pertencem ao grupo de risco, também mudou bastante por conta do seu trabalho na linha de frente no combate ao Coronavírus. Antes, Dr. Francisco os visitava todos os dias, hoje isso não acontece mais. “Nós conversamos todos os dias por telefone, mas quase não os vejo. Quando vou fazer compras, antes de entregar, realizo toda a higienização dos produtos, deixo na porta e dou um ‘oi’ de longe. O meu medo é que eu leve alguma coisa para eles”, revela.

Ele deixa um recado aos leitores: “Higienize as mãos, fique em isolamento social sempre que possível, pois são as únicas formas de proteção contra essa doença. Sempre fomos muito criticados por usar o celular demais, mas essa é a melhor alternativa hoje para manter o contato com quem ama. Nós, da infectologia, estamos fazendo tudo isso para cuidar das pessoas, ainda que às vezes necessitamos tomar decisões como pais, pois enxergamos situações que a maioria das pessoas não conseguem ver. A sobrecarga no sistema de saúde não atinge apenas pessoas que estão com o Coronavírus, mas alguém que sofreu infarto, um acidentado que não pode ser atendido porque não há leito disponível. Sempre siga as orientações das autoridades de saúde, pois todos querem que a sociedade viva bem e com saúde”, finaliza.

Enfermagem é a arte de cuidar
Renata Höft é enfermeira graduada, com pós-graduação em Saúde Pública e pós-graduanda de Auditoria Hospitalar, conta que está na área há 13 anos e a escolha vem por gostar de ajudar o próximo, ainda que não o conheça. “Enfermagem é uma profissão que exige muito estudo, responsabilidade, dedicação e amor ao próximo. É gratificante ver o sorriso como forma de agradecimento do paciente e da sua família. Ser enfermeiro também é dar atenção, afeto, carinho, é ter o cuidado humanizado, seguir em frente mesmo em dias exaustivos, nunca desistir de lutar pela vida, encontrar palavras e gestos nas horas mais difíceis para os pacientes e familiares.”

Ela explica que o trabalho da Enfermagem também compreende a organização hospitalar, coordenando os trabalhos dos técnicos e auxiliares de Enfermagem. Segundo Renata, cabe ao enfermeiro, além da supervisão e coordenação dos trabalhos no posto de enfermagem, o atendimento a pacientes em estado grave e com maior complexidade, identificando as prioridades no atendimento. Ainda também presta assistência com a equipe médica, realização de coleta de exames, troca de curativos mais complexos, cuidado com a segurança do paciente, execução da prescrição de enfermagem, atuação no controle e prevenção de infecção hospitalar.

Embora não esteja atuando diretamente com pacientes suspeitos ou com positivo para Covid-19, ela relata que houve mudança de hábitos dentro do seu círculo familiar e de amigos. “Como enfermeira tenho a obrigação de zelar e tomar todos os cuidados necessários, evitando aglomeração e obedecendo o distanciamento social com a família e amigos. Como não estou na linha de frente, não preciso ficar isolada, porém, respeitamos todas as recomendações preconizadas pelo Ministério da Saúde, como a utilização de máscara para os profissionais e pacientes, higienização das mãos com frequência, limpeza constante dos móveis e material utilizados pelos profissionais, recomendações repassadas para meus familiares e amigos também”, conta.

“Quero parabenizar a todos os profissionais de saúde pelo comprometimento e dedicação, principalmente nesse momento tão difícil que estamos enfrentando. Deus nos abençoe e nos proteja nessa caminhada contra a Covid-19”, finaliza.