29-06-2010

Na próxima sexta-feira, dia 02, é comemorado o Dia do Bombeiro Brasileiro. No mesmo dia, em 1856, Dom Pedro II assinou um decreto que regulamentava, pela primeira vez no Brasil, o serviço de extinção de incêndio, criando-se a profissão do bombeiro, que mesmo depois de muitos anos, continua sendo muito importante para toda a população.
    Para o 3º Sargento Ederlei Carlos Stori, que nem se quer conhecia o trabalho realizado pelos bombeiros quando fez o concurso em 1990, o mais gratificante é poder ajudar as pessoas quando elas mais necessitam. Uma das ocorrências mais marcantes para ele foi o capotamento de um ônibus na Serra de São Luiz do Purunã. "O resgate demorou 12 horas e 41 pessoas morreram, muitas delas durante o salvamento. Mesmo diante de tanta tristeza, percebi a esperança e o milagre nas nove vidas que foram salvas", relembra ele.
    Segundo o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social - IBDES, atualmente o bombeiro é a profissão mais confiável pela população brasileira, seguido pelos carteiros e médicos. A profissão exige muita determinação, dedicação e coragem, pois muitas vezes, os bombeiros arriscam suas próprias vidas para salvar uma pessoa em perigo. Mesmo assim, eles não esperam recompensas ou agradecimentos. "Dificilmente as pessoas voltam para agradecer, pois elas acabam assimilando a nossa imagem ao fato ocorrido, o qual elas querem esquecer", afirma o sargento, que chegou a visitar vítimas no hospital uma vez.
    Um bom treinamento físico e psicológico é muito importante para que os atendimentos sejam realizados perfeitamente. Stori garante que é necessário não se envolver psicologicamente com a ocorrência e que o trabalho em equipe é fundamental para se obter um bom resultado no atendimento. "Precisamos fazer sempre o melhor e quando um não consegue se dedicar 100 %, apenas 80% por exemplo, o outro precisa chegar aos 120%, para garantir um resultado positivo".
    A 1º Sessão do 3º Subgrupamento de Bombeiros existe em Campo Largo desde 1983, para atender emergências do município e região, com o objetivo salvaguardar vidas, e - quando possível - bens. O trabalho consiste em combater incêndios e proteger as pessoas expostas a um perigo eminente. Os bombeiros estão divididos no setor administrativo e operacional, este último está subdividido em três prontidões com escala de 24 horas de trabalho por 48 horas de folga. Todos eles estão envolvidos no trabalho de prevenção, que abrange as vistorias nos estabelecimentos comerciais, empresariais e instituições, ação esta que vem reduzindo o número de acidentes e incêndios.
    Para o Cabo Aristeu Gabriel Florcovski, que trabalha no Siate - Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência, os momentos marcantes da profissão foram os constantes acidentes na BR277 antes de 1998, quando não havia pedágio. "O Siate começou a ser utilizado em Campo Largo apenas em 2008, anteriormente, desde 2000 utilizávamos uma ambulância para atender as ocorrências", afirma ele, que garante que atualmente os recursos são melhores, mas regiões mais distantes ainda ficam desprotegidas, pois o número do efetivo atual no corpo de bombeiros não é suficiente.
    Aristeu destaca ainda a ocorrência que marcou a sua vida: o soterramento de um homem, em São José dos Pinhais, quando uma estaca cedeu, ao abrir uma valeta para drenagem. "Quando desci para resgatá-lo fiquei com lama até a altura da cintura. Eu sabia que também corria riscos, mas não saí até conseguir resgatá-lo, cerca de quatro horas depois". E finaliza: "quando entrei na corporação tinha como meta fazer a diferença, e é isso que busco em cada ocorrência, sempre buscando salvar vidas e garantir a segurança daqueles que estão em perigo".