Segunda-feira às 06 de Outubro de 2025 às 01:37:10
Opinião

O que você consome pode te colocar em risco

O que você consome pode te colocar em risco

Nos últimos dias, o país tem acompanhado de maneira apreensiva e com preocupação uma série de casos envolvendo a presença de substâncias tóxicas em bebidas alcoólicas, como o metanol, que é um composto químico bastante  perigoso e impróprio para o consumo humano. Até a tarde desta quinta-feira (02), fechamento desta edição, uma morte pelo consumo de bebida contaminada já havia sido confirmada, mas seis ainda estão em investigação. Em todo o país, são 39 pessoas com suspeita de intoxicação, segundo o Ministério da Saúde.  Isso faz com que mais uma vez o alerta sobre a segurança alimentar volte ao centro do debate, em uma situação que vai além das bebidas, mas se estende ao nosso cotidiano, à mesa do brasileiro e à forma como escolhemos, armazenamos e consumimos alimentos.
A segurança alimentar não diz respeito apenas à disponibilidade de comida, mas principalmente à qualidade dos produtos consumidos. Em um mercado cada vez mais competitivo, a tentação de reduzir custos muitas vezes leva produtores e comerciantes a práticas irresponsáveis, como adulterações, falta de higiene, armazenamento inadequado e até mesmo o uso de substâncias proibidas. Só que essa conta sai bastante cara, e quem paga é o consumidor, da maneira mais complicada que existe, com a própria saúde.
Casos de intoxicação por bebidas clandestinas, carnes contaminadas, laticínios vencidos e até produtos falsificados vendidos mostram que a fiscalização, embora exista e seja atuante, nem sempre dá conta da dimensão do problema. Nesse cenário, é fundamental que o consumidor também adote uma postura ativa e vigilante, buscando informações, observando rótulos, questionando procedências e priorizando estabelecimentos confiáveis. Condutas prudentes por parte dos consumidores incluem verificar o selo de inspeção sanitária em carnes e laticínios, observar a data de validade e as condições de conservação dos alimentos, evitar produtos com embalagens violadas ou sem identificação clara do fabricante, e, principalmente, desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
Além disso, é importante lembrar que estar ciente do que vai consumir também faz parte da educação, por isso, crianças e jovens precisam ser orientados desde cedo sobre o impacto de seus hábitos alimentares e da importância de saber a origem do que consomem. O direito a uma alimentação saudável e ao consumo de produtos de qualidade e seguros é um direito do consumidor, que paga, e muitas vezes paga caro, para isso. Não deve ser negociado ou superior à vontade de ganhar dinheiro. Proteger a saúde da população exige esforço conjunto entre governo, empresas e consumidores e é preciso estar ciente que cuidar da alimentação é, antes de tudo, um ato de autopreservação.