28-05-2010

O pedestre tem a preferência em todas as faixas que não tem semáforo, mas poucos motoristas respeitam a prioridade. Em Campo Largo, o cruzamento das ruas Gonçalves Dias e Marechal Deodoro é uma exceção, um dos poucos locais onde o pedestre tem mais chances de conseguir atravessar na faixa, com segurança e sem precisar esperar o fluxo de veículos.

A auxiliar de produção, Madelaine Micheli de Azevedo, atravessa o cruzamento a pé frequentemente e afirma que esse é o único local da cidade em que ela é respeitada. "Mas não são todos os motoristas, muitos deles avançam sobre a faixa e simplesmente ignoram a presença de pedestres", afirma ela, que quando está do outro lado da situação, como motorista, procura sempre dar a preferência. "O problema é que, muitas vezes, os carros que estão atrás não têm paciência para esperar".
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 70, "os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código". A lei determina ainda que nos locais com sinalização de semáforos, os pedestres que não tenham concluído a travessia têm a preferência.

Recentemente, foram colocadas "tachinhas" antes da faixa de pedestre, em diversos cruzamentos da cidade. De acordo com o Diretor do Departamento Municipal de Trânsito, Nivaldo Godoy Guerin, esta ação tem como objetivo sinalizar e reforçar a preferência, alertando o motorista da obrigatoriedade de parar. "Essa deveria ser uma reação natural do motorista nas faixas, mas infelizmente estão ocorrendo muitos acidentes devido à imprudência. A população precisa se conscientizar que a pressa é inimiga da perfeição", diz ele.

O diretor afirma ainda que a Guarda Municipal está fiscalizando os atos de infração, principalmente o avanço do sinal vermelho. Deixar de dar preferência de passagem aos pedestres e veículos não motorizados, que se encontrem na faixa a eles destinada, é uma infração gravíssima e também prevê multa.

Educação no trânsito
Segundo o diretor do Deptran, a educação no trânsito deve começar nas escolas, ensinando para as crianças as regras básicas e também a importância de cumprir a lei, evitando acidentes. "A criança é a maior aliada dos agentes de trânsito, pois ela acaba cobrando dos próprios pais o cumprimento da legislação, com pedidos simples como usar o cinto de segurança, não falar ao celular e não avançar o sinal vermelho", afirma ele.

O artigo 76 do Código, afirma que a educação no trânsito deve iniciar na pré-escola e continuar no primeiro, segundo e terceiro grau, porém, para Guerin, são poucas as aulas e palestras promovidas pelas instituições de ensino sobre o assunto. "Essa é uma atividade que deve ser realizada em parceria com o Departamento de Trânsito, a Polícia Militar, a Guarda Municipal e as escolas", finaliza ele.