06/06/2012
Seis anos depois, PR ganha nova reserva ambiental
06/06/2012 Fonte: Gazeta do povo
Como parte do pacote de medidas anunciadas ontem pela presidente Dilma Rousseff em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Paraná ganha mais uma unidade federal de conservação. Há seis anos novas áreas não eram destinadas pelo governo federal para preservação ambiental em território paranaense. Além da criação da Reserva Biológica Bom Jesus, situada entre as cidades de Antonina e Guaraqueçaba, no Litoral do estado, três outras unidades já existentes no país foram ampliadas e uma, instituída: o Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. No total, 102 mil hectares a mais passam a estar em áreas protegidas.
Com área semelhante ao perímetro urbano de Curitiba, a nova unidade de conservação no Paraná reúne exemplares essenciais de fauna e flora para a manutenção do bioma Mata Atlântica. O analista ambiental Luiz Francisco Faraco, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), destaca que foram feitas várias consultas públicas na região da Reserva Biológica Bom Jesus para informar moradores e proprietários de terras sobre a intenção de criar a unidade. Dos 34 mil hectares, cerca de 7 mil pertencem ao poder público – a região já foi uma fazenda do extinto banco Bamerindus. “Havia uma área de manejo de palmito que passou para o governo”, conta. Na antiga fazenda ainda existe uma sede e algumas casas. O restante da área que compõe a reserva será desapropriado.
A reserva fica dentro de outra unidade federal de conservação, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, que está sujeita a menos restrições de uso. Permite-se, por exemplo, a presença de agricultura e moradias. Já a reserva é voltada para a conservação e autoriza apenas entrada para pesquisa científica e visitação orientada para a educação ambiental.

“Cautela”
Ministra do Meio Ambiente nega que pacote seja tímido
Entre as medidas ambientais anunciadas ontem estão ainda a criação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e a regularização de sete áreas indígenas, todas na Amazônia. Uma nova política de compras sustentáveis pelos ministérios foi divulgada. Pressionada por ecologistas, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, negou que o pacote ambiental tenha sido tímido. Sobre a criação de unidades de conservação, por exemplo, ela afirmou que o processo é cuidadoso para evitar problemas, como batalhas judiciais.