Mesmo com o tempo nublado e a chuva fina que começava a cair no início da tarde desta terça-feira (28) sobre o Cemitério Municipal de Campo Largo, muitas famílias se dedicavam, à limpeza e ornamentação dos túmulos de seus familiares. O movimento se intensifica à medida que se aproxima o Dia de Finados, que acontecerá no próximo domingo (02). A previsão é que até 30 mil pessoas passem pelos cemitérios campo-larguenses neste final de semana.
Mesmo localizado no centro da cidade, o espaço mistura o silêncio, as flores e lembranças, junto do carinho e o respeito daqueles que retornam para visitar o local de descanso daqueles que já partiram. A limpeza dos túmulos está permitida em Campo Largo até esta sexta-feira, dia 31 de outubro, mas para alguns familiares, como Ariete de Andrade, o cuidado é rotina. “Eu venho aqui todo sábado. Aproveito que vou à feira e passo aqui para dar uma limpadinha, acender uma vela, fazer uma oração. É o meu momento de paz, uma forma de matar a saudade da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos.”
No jazigo da família Belon, Ariete mantém viva uma tradição que começou com os avós. São nove pessoas enterradas ali, entre seus pais, irmãos e tios. Ela lembra com emoção dos que partiram cedo demais e fala da fé que a sustenta. “Minha mãe morreu há 14 anos, meu pai há 12. E meus dois irmãos também estão aqui. Foram todos muito jovens. A saudade é grande, mas vir aqui me faz sentir mais próxima deles.”
Assim como ela, Vera Vidal Tanner também esteve no cemitério durante a tarde de terça-feira, ao lado do marido, para limpar o túmulo da família. “A minha sogra sempre vinha ao cemitério para cuidar do túmulo. Depois que ela faleceu, a gente assumiu esse compromisso. É um jeito de continuar o que ela fazia com tanto carinho”, relata.
Durante a conversa, Vera retrata que as visitas ao cemitério se transformaram em um momento de gratidão e memória. “A gente vem rezar, acender uma vela, trazer flores, porque é o que podemos fazer. E lembramos dos momentos bons, das brincadeiras, das histórias que agora contamos para os netos. Assim a lembrança vai passando de geração em geração.”
Este também é o pensamento de Roseli Sabim, que estava junto com demais familiares limpando o jazigo da família. “Acredito que nós honramos os nossos familiares quando dispomos do nosso tempo para vir aqui, cuidar do túmulo onde estão enterrados, zelar por este espaço de descanso. É um momento em que conversamos também entre nós, resgatamos as lembranças do que eles gostavam, as histórias. Este é um momento de reflexão”, conclui. 
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						Famílias mantêm viva a tradição de cuidar dos túmulos no Cemitério Municipal
 
                                 
						  
                         
                             
                         
                             
                         
                             
     
     
                                             
                                             
                                             
                                             
                                            