09/11/2011 Fonte: Globo.com
Quando uma pessoa porta o HIV, ela tem em seu corpo diferentes formas do vírus, que passou por variações genéticas. Se ela tem uma relação sexual desprotegida, a forma do vírus que é passada para frente não é a que é mais abundante no corpo, segundo um estudo publicado pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
A descoberta sugere que alguns tipos do vírus são mais adaptados ao processo de transmissão.
“Se o sucesso do estabelecimento do vírus [no corpo do infectado] fosse só pelo acaso, na maioria das vezes seria um dos vírus mais abundantes no trato genital de quem transmite. Mas não é isso que vemos”, argumenta o autor do estudo, Eric Hunter, da Universidade Emory, nos EUA.
O pesquisador sabe que “ainda há muito trabalho a fazer”, mas acredita que os resultados vão desencadear novos estudos, que levarão a uma compreensão melhor de como acontece o contágio.
“O grande desafio agora é entender as características dos vírus que começam a infecção e colocá-las como alvos de microbicidas ou vacinas. Isso poderia nos ajudar a tentar proteger as pessoas de uma maneira bem mais inteligente”, explica Hunter.
A pesquisa foi feita com apoio dos programas de pesquisa de HIV de Ruanda e Zâmbia, dois países africanos. Os cientistas analisaram material de oito casais heterossexuais assim que o diagnóstico do HIV foi confirmado no segundo parceiro. Em seis desses oito casos, a transmissão foi da mulher para o homem.