21/10/2011
Hoje não existe contraindicação para a mulher parar de menstruar.
21/10/2011
Já se foi o tempo em que diziam fazer mal interromper o ciclo menstrual. A verdade é que há métodos e opções para cada tipo de mulher e suas necessidades. Vai de acordo com o desejo da mulher, menstruar ou não.
Carolina Pereira de Andrade, ginecologista especialista em Trato Genital Inferior e Colposcopia, afirma que o fato de a mulher não menstruar não interfere em nada. “É um mito pensar que não menstruar faz mal”, enfatiza, completando que depende da vontade da mulher, pois algumas sentem necessidade de menstruar, pois dizem se sentir melhor e até para ficarem mais tranquilas de que não estão grávidas. Ao optar por um método para não menstruar, a médica explica que se inibe a proliferação do endométrio, pele dentro do útero que descama ocasionando a menstruação.
Ela destaca uma recente pesquisa que está sendo realizada na Cepeme Cerhfac, em Curitiba, em que estão fazendo testes com o uso da pílula de uso contínuo, para a mulher não menstruar, e da que contém 24 pílulas e interrompe para descer a menstruação. Até o momento já se pode perceber os benefícios da pílula de uso contínuo, pois os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) diminuem consideravelmente e algumas mulheres até deixam de sentir. Quanto aos malefícios, “Toda pílula aumenta o risco da mulher ter trombose, mas, comparando os dois tipos de pílula, as chances são iguais”, informa.
As pílulas de uso contínuo têm sido indicadas para mulheres que tem muita TPM, assim elas não chegam a menstruar e não têm um pico hormonal. Entre os principais sintomas da TPM estão náusea, transtornos de humor, vômito, cólica, dores pelo corpo, cefaleia, dor nos seios e insônia. Outra indicação é para pacientes com anemia, para evitar o excesso de sangramento.
Em geral, hoje em dia todos os métodos têm baixa dosagem de hormônio. Mas o uso pode causar maior risco de ter varicoses e varizes, além de alguns causarem retenção hídrica por interferirem na circulação. É contraindicado para quem tem pressão alta e enxaqueca com áurea (pontos luminosos). O uso das pílulas melhora a pele e diminui oleosidade, retenção de líquidos e acne mas, em contrapartida, algumas diminuem a libido. “É sempre importante pesar os riscos e causas versos benefícios de não engravidar, por exemplo no caso de uma menina de 16 anos”, ressalta.
Carolina sempre se preocupa em avaliar as necessidades e desejos de cada paciente, pois todos os métodos anticoncepcionais têm seus prós e contras e não se pode generalizar e dizer qual o melhor. Abaixo, ela caracteriza os principais métodos contraceptivos:
Pílulas: além da pílula de uso contínuo existem as pílulas de 21 e 24 comprimidos. São ótimos métodos contraceptivos, mas precisam ser tomadas diariamente. Se a mulher esquecer de tomar por mais de 48 horas tem risco de ovular e por isso pelos próximos sete dias deve usar outro método contraceptivo ao ter relação sexual. Se esquecer de tomar em um dia, este comprimido deve ser tomado no dia seguinte. Segundo a médica, até mesmo essas pílulas de cartelas de 21 e 24 comprimidos podem ser tomadas sem interrupção para não menstruar mais, mas pode ocorrer durante alguns dias o que chamam de spotting, semelhante a um corrimento mais escuro.
Injeção: a mulher toma injeção uma vez ao mês e pode menstruar normalmente ou o ciclo acaba ficando irregular. Indicado para mulheres que esquecem frequentemente de tomar pílula.
DIU Mirena: é um método contraceptivo que dura por até cinco anos. Consiste em uma pequena estrutura em forma de T, inserida dentro do útero e contém um reservatório de hormônio, o qual é liberado diariamente. Segundo Carolina, nos primeiros quatro meses com este DIU 80% das mulheres ficam sem menstruar e, após esse período, 90% das pacientes já não menstruam mais durante todo o tempo de duração do método, podendo apenas ter spotting de vez em quando.
DIU de Cobre: tem duração de dez anos e é ideal para quem tem contraindicação do uso de pílulas. Este DIU libera cobre, responsável em matar os espermatozóides. Este método não possui hormônio, não diminui o sangramento e nem regula o ciclo, é apenas anticoncepcional. O uso deste DIU ainda pode causar mais cólica e sangramento. A aplicação tem cobertura do SUS.
Anel vaginal: é como uma borracha de silicone que contém hormônio e é introduzida na vagina, onde fica por 21 dias. Após este período deve ser retirada para que ocorra a menstruação normalmente e depois é colocado um novo anel. A mulher não sente desconforto e é indicado para quem esquece de tomar pílula corretamente.
Adesivo: colocado uma vez por semana sobre a pele, durante três semanas. Tem a mesma eficiência da pílula, por exemplo, e é indicado para quem esquece de tomar os comprimidos.
Carolina Andrade atende no NISS III, na Clínica São Camilo e na Clínica Cepeme Cerhfac.