01-09-2011
Peugeot 408 Griffe quer ser o estiloso entre os sedãs médios
01-09-2011
Fonte:R7.com
A entrada do Peugeot 408 no segmento de sedãs médios mostrou um problema instantâneo para a marca. Como o seu antecessor foi o 307 sedã, um modelo que pouco agradou, a marca francesa foi obrigada a praticamente recriar sua imagem nesse nicho. Essa responsabilidade foi designada à versão topo de linha do 408, a Griffe. Isso porque é ela que conta com os diferenciais que atraem os clientes e chamam a atenção nas propagandas, como o GPS no painel e os faróis de xenônio autodirecionáveis.
Com esse filão de mercado superpopuloso, a briga foi complicada. O 408 iniciou as suas vendas em abril com tímidas 435 unidades. No mês seguinte já foram 607, enquanto que em junho chegou aos 705 exemplares. Não é suficiente para levar o sedã da Peugeot a escalar o ranking dos médios, mas já o põe no bolo, principalmente graças às recentes quedas de vendas de modelos mais antigos, como Citroën C4 Pallas e Nissan Sentra - os que mais sofreram com a nova concorrência.
A estratégia em relação à configuração topo de linha funcionou parcialmente. Ela é a responsável por 25% das vendas, contra 20% da intermediária Feline e 55% da de entrada Allure - 25% com câmbio manual e 20% com automático. Ou seja, em junho, apenas 176 carros completos saíram das concessionárias da marca, com o melhor em termos de tecnologia que a Peugeot do Brasil dispõe no segmento.A aposta da Peugeot na tentativa de uma virada de jogo no segmento foi focar principalmente no design, um das principais reclamações em relação ao 307 sedã. A preocupação foi tanta que, diferentemente do modelo anterior, o 408 não tem visualmente nada em comum com o hatch no qual é baseado, o 308 - que deverá ser lançado no Brasil no início 2012.
O resultado foi um veículo de desenho harmonioso, com linhas fluidas que parecem aumentar o modelo aos olhos de quem vê. Na dianteira, fica a nova identidade visual de Peugeot, com a grade no formato "bocão" na parte inferior do para-choque. Ainda estão por lá os faróis alongados - vagamente inspirados em olhos de felino - e o leão rompante, símbolo da marca, envolvido por um arco cromado. De lado, o 408 se mostra um sedã contido, com poucos vincos ou ressaltos na carroceria. A traseira também traz ousadias - lembra a do 207 Passion, mas com proporções mais equilibradas. As lanternas são horizontais e se estendem da tampa do porta-malas até a lateral, com destaque, mais uma vez, à logomarca da fabricante.
O resultado é um carro elegante e bastante imponente, também graças às suas grandes dimensões. O médio da marca francesa tem 4,63 m de comprimento e 2,71 m de distância entre-eixos. A título de comparação, o líder do segmento Toyota Corolla tem 9 cm e 11 cm a menos nas duas medidas, respectivamente.
Na parte mecânica, não há novidades. O 408 é dotado do mesmo motor do Citroën C4 Pallas. Um 2.0 16V que gera 143/151 cv de potência e 20/22 kgfm de torque. O propulsor pode ser gerenciado por uma transmissão manual de cinco marchas ou uma automática de quatro velocidades. No final do ano, o modelo deve receber uma configuração com motor 1.6 THP que já equipa o crossover 3008.
Nas versões, a Peugeot resolveu apostar no custo/benefício, pelo menos na básica Allure. Ela custa R$ 59,5 mil e já vem com airbag duplo, ABS, ar-condicionado manual, direção eletro-hidráulica, computador de bordo, rádio/CD/MP3/Bluetooth, trio elétrico e rodas de liga leve de 16 polegadas. O câmbio automático eleva a conta para R$ 64,5 mil. As outras configurações se distanciam dessa proposta. A intermediária Feline ainda adiciona air bags laterais e de cortina, teto solar elétrico, ar-condicionado dual zone, bancos de couro, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas, controle de estabilidade e sensores de chuva e luminosidade por R$ 74,9 mil. Enquanto que a top Griffe, como o carro testado, conta com GPS com tela retrátil, sensor de estacionamento dianteiro, faróis de xenônio autodirecionais e banco do motorista com regulagem elétrica por R$ 79,9 mil. É bastante, mas é o que se pega para ter o carro da propaganda.Instantâneas
# O hatch no qual o 408 é baseado, o 308, foi lançado na Europa em 2007 e já passou por uma reestilização. É esse modelo que é esperado para chegar ao Brasil no início de 2012.
# A Peugeot aproveitou a lacuna deixada pelo fim do médio-grande 407 para criar o médio 408. A escolha do nome foi estratégica, pois ajuda a passar a impressão de que é um carro maior.
# Segundo a Peugeot, a criação do 408 reuniu profissionais dos centros tecnológicos da marca de Paris, Xangai e São Paulo.
# O lançamento do 408 aconteceu no Salão de Pequim de 2010.
PONTO A PONTO
Desempenho - No papel, os 151 cv de potência despejados pelo motor 2.0 16V parecem suficientes para deixar o 408 com um desempenho interessante. Mas o câmbio automático de quatro velocidades amortece demais o propulsor. As marchas são abertas e longas e as trocas acabam sendo feitas em rotações muito elevadas, prejudicando o consumo. Nem quando se opta pelo modo manual sequencial o resultado fica satisfatório.
Estabilidade - Nesse ponto, o Peugeot foi bem preparado para o gosto brasileiro. Com um acerto de suspensão rígido, o sedã da marca francesa é bastante firme nas curvas e transmite segurança. A direção precisa e direta, mesmo em velocidades elevadas, também se mostra a favor do 408.
Interatividade - Não há como entrar no 408 e não reparar na imensa área envidraçada, principalmente na dianteira. Isso significa que o motorista consegue ter uma ótima visão do trânsito a sua frente e aos lados. A posição de dirigir é achada facilmente na configuração Griffe, graças aos ajustes elétricos do banco do motorista. O restante dos comandos é bastante intuitivo, inclusive do navegador - que conta com tela retrátil.
Consumo - O fato de o câmbio ter apenas quatro marchas e ser mal escalonado também prejudica o consumo. O Peugeot 408 conseguiu a média de 6,2 km/l com etanol no tanque.
Conforto - A área envidraçada amplia a sensação de conforto para os ocupantes. Os bancos de couro são bem-acabados e ergonômicos. O ar-condicionado dual zone ainda conta com saídas independentes para os ocupantes do banco traseiro. O único porém é na rodagem. Como a suspensão é dura e os pneus são de perfil baixo, as imperfeições das ruas são passadas para o interior sem a menor filtragem.
Tecnologia - O 408 conta com uma plataforma atualizada do 307 - a mesma que já equipa o Citroën C4 Pallas. Além disso, traz uma boa lista de equipamentos desde a versão de entrada. O porém fica no conjunto mecânico. O motor até tem boa força, mas o consumo de combustível é alto, enquanto a transmissão se mostra bastante defasada.
Habitabilidade - Não há como negar que a vida a bordo do 408 é fácil. Os 2,71 m de entre-eixos deixam qualquer ocupante com espaço suficiente para viajar confortavelmente. Os vãos das portas são satisfatórios. O 408 também conta com porta-malas com amortecedores na tampa, que não invadem os 526 litros de espaço do bagageiro.
Acabamento - A Peugeot caprichou no interior do seu sedã. É só passar os olhos e as mãos para notar os materiais emborrachados de ótimo toque. Os itens cromados, como a alavanca do câmbio e as saídas do ar-condicionado, ajudam a passar um ar ainda mais requintado ao 408. Frente à concorrência, é um diferencial importante.
Design - A Peugeot resolveu não inventar desta vez. Portanto, sai de linha um carro com visual estranho e pouco harmônico, como o 307 sedã, e entra outro contido, mas muito elegante. Não é que o 408 vá chamar a atenção nas ruas, mas definitivamente não vai fazer feio.
Custo/Benefício - Na versão topo de linha Griffe, a Peugeot cobra altos R$ 79,9 mil. É bastante, mas o carro já vem bem equipado frente à concorrência. Conta com itens exclusivos, como GPS rebatível e faróis de xenônio autodirecionáveis. A título de comparação, o líder do segmento, Toyota Corolla, em sua versão topo de linha, a Altis, atinge R$ 86.870, enquanto o Honda Civic EXS sai por R$ 86.750.Impressões ao dirigir
Um primeiro olhar no 408 revela que, pelo menos no lado estético, a Peugeot conseguiu tirar a má impressão que o 307 sedã causou. Apesar de manter a mesma proposta visual, o novo modelo é um carro mais imponente e mais elegante. Destaque para a alta difusão de cromados no exterior. E essa boa impressão vai também para a parte de dentro. Com um entre-eixos bastante generoso, não é difícil para qualquer um dos ocupantes achar uma posição confortável. O mesmo vale para o motorista, que conta com ajustes elétricos dos bancos e mecânicos da coluna de direção - em altura e profundidade.
O acabamento é outro ponto que merece elogios. A Peugeot equipou o seu sedã médio com painéis com plásticos emborrachados, macios ao toque. Os detalhes cromados também ajudam a passar um bom aspecto para o habitáculo. Além disso, a imensa área envidraçada proporciona sensação de conforto.
No entanto, os mimos que o 408 entrega aos seus passageiros quando está parado não aparecem no desempenho. O motor até oferece boa força e potência - 22 kgfm e 151 cv -, mas apenas em rotações muito elevadas. Além disso, o câmbio automático de quatro marchas é muito lento e hesita na hora das reduções. O resultado disso é que o zero a 100 km/h é cumprido na faixa dos 12 segundos, próximo do Volkswagen Jetta, que conta com apenas 120 cv de potência.
Ao menos o 408 se mostra um carro acertado quando encara trajetos sinuosos. A suspensão é rígida e permite que o sedã da Peugeot fique sempre na mão do motorista. Outro ponto positivo é a direção, bastante direta e precisa. O lado negativo é que a dureza da suspensão compromete o conforto ao rodar, principalmente na hora de superar a buraqueira das cidades, onde o carro balança sem nenhuma cerimônia.Ficha técnica - Peugeot 408 Griffe
Motor: gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com comando variável de válvulas. Bloco em alumínio. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: câmbio automático Tiptronic de quatro marchas à frente e uma a ré, com opção de acionamento manual na manopla. Tração dianteira.
Potência: 143 cv com gasolina a 6.250 rpm e 151 cv com etanol a 6.000 rpm.
Torque: 20 kgfm com gasolina e 22 kgfm com etanol, ambos a 4.000 rpm.
Diâmetro e curso: 85 mm X 88 mm. Taxa de compressão de 10,8:1.
Suspensão: dianteira independente pseudo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora desacoplada. Traseira por travessa deformável, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle de estabilidade de série na versão.
Freios: discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS, EBD e EBA.
Pneus: 225/45 R17 em rodas de liga leve.
Carroceria: sedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Tem 4,69 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,52 m de altura e 2,71 m de entre-eixos. A versão testada oferece air bag duplo frontal, air bags laterais e de cortina.
Peso: 1.527 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 526 litros.
Capacidade do tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Palomar, Argentina.
Lançamento: 2010 na China e 2011 no Brasil.
 
						  
                         
                             
                         
                             
                                 
                         
                             
     
     
                                             
                                             
                                             
                                             
                                             
                                            