Sabado às 23 de Novembro de 2024 às 10:54:37
Saúde

Planos

05-07-2011

Cirurgiões voltam para alguns planos.

Planos

05-07-2011

Fonte: Gazeta do Povo

Por: Fabiane Ziolla Menezes

Na contramão da maioria das categorias médicas, que ameaça deixar de atender clientes dos planos de saúde, os 78 cirurgiões cardiovasculares do Paraná, que haviam deixado os convênios em maio, tiveram mais sucesso nas negociações e estão atendendo normalmente as operadoras que fazem parte da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, a Unidas (Fundação Copel, Itaipu e Fundação Saúde Itaú) e a Judicemed (dos juízes e desembargadores).

"Fizemos um pré-acordo com a Unidas, mas ainda temos de formalizar contrato a contrato. Por enquanto, estamos conduzindo caso a caso, de maneira que os novos valores acordados já estão sendo pagos pelas empresas", diz o diretor-presidente da Cooperativa de Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcárdio-PR), Marcelo Freitas. As negociações, no entanto, continuam com a Amil, Golden Cross, Saúde Ideal, Nossa Saúde e Instituto Curitiba de Saúde (dos servidores municipais). Além disso, daqui a duas semanas, os cirurgiões cardiovasculares decidirão, em assembleia, se continuam ou não também como cooperados de alguma Unimed do estado (a maior parte - cerca de 50 - está nessa situação). "Como não conseguimos nenhum avanço na negociação com cada singular e nem com a Unimed Paraná, estamos inclinados a deixar as unidades cooperadas do estado", diz Freitas.

Em maio, a Gazeta do Povo mostrou as consequências da saída dos 78 cirurgiões cardiovasculares do estado de alguns planos de saúde. Em negociação com boa parte das empresas, eles deixaram de atender pelas operadoras e formaram uma cooperativa. Sem alternativas para oferecer, algumas empresas foram acionadas na Justiça por seus clientes para que concordassem em pagar os valores pedidos pelos médicos nos procedimentos.

Acordo

Após cinco horas e meia de reunião, anestesiologistas e a Unimed Curitiba fecharam ontem à noite um termo de compromisso para negociar um acordo em até 30 dias, com a garantia de que os usuários do plano não ficarão desassistidos nesse período.

O encontro foi solicitado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, depois que 70 anestesiologistas pediram descredenciamento da Unimed Curitiba. Se­­gundo o promotor Clayton Albu­querque Maranhão, a saída desses profissionais teria impacto significativo no atendimento dos hospitais Vita, Santa Cruz, Su­­gisawa, São Vicente e Cruz Ver­melha, além das maternidades Santa Brígida, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora das Graças.

Além das entidades médicas, o Procon-PR e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) participaram da reunião. A intenção do MP-PR, de acordo com Maranhão, não era interferir na negociação entre operadoras e médicos, mas estabelecer uma rotina para não prejudicar o consumidor. "Ficou definido que, nesse período de negociação, todos os honorários serão pagos pela Unimed Curitiba diretamente à Cooperativa Para­na­ense dos Anestesiologistas, que repassará o valor ao médico que tiver feito o procedimento. As­­sim, nenhum cliente da Unimed ficará desassistido", disse o promotor.

De acordo com o presidente da Sociedade Paranaense de Anes­tesiologia, Ricardo Lopes da Silva, algumas cirurgias já teriam sido realizadas com pagamento acordado entre médicos e pacientes. "Não sei dizer, porém, se esses pacientes conseguiram o reembolso ou não", acrescentou.

Por enquanto, não há números abrangentes sobre quantos médicos já teriam pedido o descredenciamento de planos de saúde. Até sexta-feira, a Associação Médica do Paraná tinha recebido cerca de dez comunicados nesse sentido.

Em São Paulo, a Associação Paulista de Medicina anunciou ontem que vai paralisar o atendimento a dez planos de saúde, de forma intermitente. A cada semana, uma das 53 especialidades deixa de atender essas operadoras, o que pode causar um ano inteiro de problemas.