17-06-2011
Cientistas britânicos conseguiram transformar um tipo de célula similar à célula-tronco de corações de ratos adultos em músculo cardíaco numa pesquisa que comprova que o coração tem células de reparação inativas que podem ser reativadas.
Embora a pesquisa ainda tenha de ser feita com humanos e esteja em seus estágios iniciais, os resultados sugerem que, no futuro, uma droga poderá ser desenvolvida para fazer com que os corações lesados por uma parada cardíaca se regenerem.
"Eu posso imaginar um paciente sob risco sabido de enfarte tomando um comprimido via oral... que prepararia o coração para que, se ele tenha uma parada cardíaca, a lesão seja reparada", disse Paul Riley, da University College London, que liderou o estudo.
Avanços importantes na medicina nos últimos anos ajudaram a reduzir o número de pessoas que morrem de enfarte, mas a lesão provocada pelo ataque cardíaco - quando as células do coração morrem por falta de oxigênio - atualmente é permanente.
Se se formar uma certa quantidade de tecido morto, os pacientes podem desenvolver insuficiência cardíaca, uma condição debilitante na qual o coração não é capaz de bombear sangue suficiente para o corpo.
Cientistas do mundo inteiro investigam formas diversas de regenerar o tecido cardíaco, mas por enquanto as pessoas com insuficiência cardíaca grave usam aparelhos mecânicos ou esperam por um transplante.
A equipe de Riley, cujo estudo foi publicado na revista
Nature na quarta-feira, alvejou determinadas células encontradas na camada externa do coração, chamada epicárdio.
Essas células, chamadas de células progenitoras derivadas do epicárdio (EPDCs, na sigla em inglês), são conhecidas por serem capazes de se transformar numa série de células especialistas, inclusive nas do músculo cardíaco, nos embriões em desenvolvimento.
Especialistas pensavam anteriormente que a capacidade das EPDCs de se transformar estivesse perdida na idade adulta, mas esse estudo da equipe de Riley descobriu que o tratamento de corações saudáveis de um rato adulto com uma molécula chamada timosina beta 4 permitiu que se "programasse" o coração para que ele se reparasse após a lesão.