03-06-2011
O Brasil é o maior produtor mundial de seus grãos. E continua sendo o seu maior mercado consumidor. Mesmo assim o feijão está perdendo espaço no prato do brasileiro, como aponta um levantamento recente realizado na Universidade de São Paulo (USP) que cruza dados do IBGE, em seis áreas metropolitanas do país.
Em 20 anos, o consumo de feijão caiu 36% nessas cidades.
A urbanização desenfreada que se acentuou no País a partir dos anos 1970 é apontada como a principal causa de o brasileiro estar renegando o que era, até então, seu alimento favorito. Nas metrópoles as pessoas comem em média 16 quilos de feijão por ano e no campo, 32 quilos.
Em casa a maior desculpa é de que a correria não deixa tempo para cozinhar. O que há é uma mudança no hábito alimentar. As pessoas trocam a comida caseira pelo sabor dos fast foods.
Há quem recuse o feijão alegando que ele engorda e que, ainda por cima, "incha a barriga" porque provoca gases. Mas uma concha generosa dele tem 95 calorias. Isso é menos do que tem um pão francês!. E, ao contrário, quem sempre come feijão sofre menos de flatulência (gases).
Os especialistas fazem a maior campanha para recuperar a popularidade do ingrediente. Ele é a nossa principal fonte de fibras e de proteína vegetal, sem falar de ferro. No Nordeste. Onde é mais consumido, há menos casos de anemia do que no Sul e no Sudeste do País.
E é bom que as crianças se habituem a comer feijão desde pequenas. A faixa etária de maior risco de anemia é dos 2 aos 5 anos.
As grávidas também devem caprichar nas conchas de feijão que despejam sobre o arroz. Ele contém ácido fólico, que previne e evita malformações no bebê.
É claro que há outras maneiras de saboreá-lo, mas o que pouca gente sabe é o segredo dessa velha dupla de sucesso: junto do arroz, a leguminosa forma uma combinação inigualável de aminoácidos essenciais, raramente encontrada em qualquer outro alimento.