01-06-2011 Fonte: Paraná Online

A concessionária de pedágio Ecocataratas e o governo Estadual negociam a duplicação de um trecho de aproximadamente 70 quilômetros da BR-277, entre Cascavel e Medianeira, segundo informações da empresa.

A reivindicação da duplicação da rodovia voltou a ser discutida após a divulgação ontem, pelo Jornal Nacional, de um vídeo que apresentava declarações polêmicas do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, que sugeriu colocar fogo em praças de pedágio para forçar a solução do problema. O diretor informou, via assessoria de imprensa do DNIT, que não iria comentar a declaração.

A declaração foi dada pelo diretor durante a 3.ª Assembleia Geral Ordinária da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amuop) na última sexta-feira. De acordo com a assessoria de imprensa da Amuop, a afirmação foi uma resposta às reivindicações de vários prefeitos da região e fazia parte de um contexto em que o diretor afirmava que a população precisaria se articular para exigir a obra.

Nesta quarta-feira (1º) o governador Beto Richa comentou o caso em Curitiba. Ele afirmou que o governo do Estado está realizando negociação com as concessionárias de pedágio e confirmou que está sendo discutida também a duplicação da BR-277.

"Um dos trechos que eu tenho me referido (...) é a duplicação da BR-277 entre Cascavel e Medianeira um dos gargalos, um dos pontos críticos dessas concessões que foram realizadas anos atrás", afirmou. Segundo o governador, o objetivo da negociação seria baixar as tarifas de pedágio, que estaria na fase técnica que busca equalizar os interesses públicos com os interesses das concessionárias.

O governador também comentou a declaração do diretor do DNIT. "Eu quero crer que foi um ato falho, um momento infeliz porque ninguém pode querer estimular a baderna, a invasão, que é um tipo de situação que não condiz com a paz, com a tranqüilidade e a observância dos aspectos legais".

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) condenou a atitude, que considerou "tratar de incitação à violência popular e desobediência civil".

Duplicação

De acordo com a assessoria de imprensa da Ecocataratas, a duplicação da rodovia não consta entre as obrigações do contrato de concessão. A obra era exigida no contrato inicial, mas teria sido retirada em negociação com governos anteriores.

Apesar de não constar entre as obrigações, a empresa afirmou que está elaborando um projeto em cinco etapas para a duplicação, que estaria sendo avaliado pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e deve ser concluído até o final do ano.

Após a aprovação do projeto, a empresa iniciaria então a negociação sobre o reequilíbrio do contrato, com a previsão de uma possível compensação por parte do Governo Estadual pela realização das obras. As formas desta compensação, ainda estariam sendo estudadas e, segundo a concessionária, não incluiriam necessariamente o aumento da tarifa.