24-03-2011
O Paraná tem 6.919 egressos do sistema penitenciário trabalhando. A maioria (3.852) está empregada e 3.067 trabalham como autônomos. A informação é da secretária da Justiça e da Cidadania do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes. A inserção dos egressos no mercado resulta do trabalho dos Patronatos Penitenciários e do programa Pró-Egresso, que funciona no interior do Estado em parceria com as universidades públicas e prefeituras.
"Temos 5.021 presos do regime aberto e liberdade condicional e 1.898 beneficiários da Justiça Federal trabalhando em decorrência da articulação feita por técnicos da Secretaria da Justiça e das entidades parceiras", afirmou Maria Tereza.
Segundo ela, o Paraná também pretende ocupar as vagas para detentos e ex-detentos captadas pelo Ministério da Justiça, por meio do programa Começar de Novo. São 93 vagas para o Estado, ainda não preenchidas.
"É claro que queremos também essas vagas, mas para isso precisamos ter acesso a elas", disse a secretária. Segundo ela, é necessária uma aproximação maior entre o ministério e as secretarias de Justiça, para aprimorar o programa. Hoje, as vagas de emprego captadas pelo ministério são divulgadas apenas pela internet.
O objetivo da Seju é empregar outros 1.791 condenados que cumprem pena em regime aberto ou de liberdade condicional e ainda estão desempregados. Para isso, a secretaria - por meio dos Patronatos Penitenciários e do programa Pró-Egresso, que funciona em Curitiba e em 19 cidades do interior -, faz um trabalho permanente de captação de vagas.
"Temos muitas vagas que requerem uma certa especialização, uma formação profissional específica. Estamos realizando um mapeamento do Paraná, para conhecer a vocação de trabalho de cada região", revela Maria Tereza. Esse mapeamento possibilitará a adequação do programa de formação profissional às exigências do mercado de trabalho.
Parceria
Para desenvolver um novo programa de formação profissional, a secretária da Justiça e da Cidadania firmou uma parceria com o Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). A primeira reunião sobre o assunto aconteceu na semana passada. A partir de agora, técnicos da Seju e da Fiep começam a definir os projetos que serão desenvolvidos e implementados nos próximos meses.
A parceria faz parte de uma articulação maior que a secretária Maria Tereza Uille Gomes pretende fazer com diversos segmentos da sociedade, visando a reestruturação do sistema penitenciário do Estado. "Queremos transformar o nosso sistema em um modelo nacional e para isso buscamos criatividade e tecnologia por meio dessas parcerias", afirmou.
O trabalho com a Fiep concentrará esforços especialmente na educação, visando erradicar o analfabetismo e a introduzir a educação a distância em todo o sistema penal. "Temos mais de 800 analfabetos em nosso sistema penal. Alfabetizá-los é o primeiro passo para promover a cidadania dessa população carente", disse a secretária.
Em quatro anos, o sistema penitenciário, a cargo da Seju, passará a ter cerca de 30 mil detentos. "As necessidades desse enorme contingente de pessoas são muitas e as parcerias são de extrema importância para enfrentar os desafios existentes", afirmou Maria Tereza Uille Gomes.
Fonte: Paraná Online