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Alimentos e serviços devem manter inflação alta até o terceiro trimestre

Alimentos e serviços devem manter inflação alta até o terceiro trimestre

10-03-2011

Os aumentos dos preços dos alimentos e dos serviços devem manter a inflação em alta até o terceiro trimestre. Só para os meses de agosto a setembro é que o Banco Central avalia a possibilidade de haver uma diminuição no aumento de preços. Os dados fazem parte do relatório da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada entre os dias 1º e 2 de março.

Na ocasião, o grupo decidiu elevar a taxa de juros básica (Selic) de 11,25% ao ano para 11,75%. A medida serve para deixar o crédito um pouco mais caro para as empresas e para o consumidor. Deixar o crédito mais caro significa controlar o consumo, o que diminui o forte aumento de preços (inflação).

O BC mostrou que, nos doze meses que vão de fevereiro de 2010 a janeiro de 2001, os preços dos alimentos aumentaram 10,68% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Simplificando o número, é como dizer que a cesta de todos os alimentos pesquisados pelo IPCA que custava R$ 200, no ano passado, passasse a valer R$ 221,36.

Os serviços aumentaram da mesma maneira. Nos doze meses encerrados em janeiro passado, o custo dos serviços no país cresceu 7,89%.

Com isso, o Copom se mostrou cauteloso em relação ao cumprimento da meta de inflação. O BC projeta que, neste ano, a meta do IPCA (a inflação oficial) fique em 4,5%. O banco trabalha com uma margem que considera segura uma inflação entre 2,5% e 6,5%. Acontece que, em janeiro, o indicador variou 5,99% desde fevereiro do ano passado.

O BC identificou no cenário econômico brasileiro atual riscos elevados para levar a inflação para o centro da meta deste ano. Para o BC, prevalece um nível de incerteza "acima do usual".

- O cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente.

No documento, divulgado nesta quinta-feira (10), os diretores do BC advertem que há uma influência "ambígua" do cenário internacional sobre o comportamento da inflação no Brasil.

- Desde a última reunião, no âmbito externo, fatores de estímulo e seus reflexos sobre preços de ativos apontam menor probabilidade de reversão do processo de recuperação em que se encontram as economias [dos Estados Unidos, da China e do Japão].Em relação ao Brasil, os integrantes do Copom avaliam que as medidas adotadas em dezembro para frear o crédito (as chamadas medidas macroprudenciais) terão seus efeitos incorporados à dinâmica de preços.

Desde o final do ano passado o BC já tenta barrar o excesso de dinheiro em circulação. Em dezembro, a instituição retirou R$ 61 bilhões dos bancos por meio do compulsório (dinheiro depositado pelos bancos no BC como garantia). Além disso, as instituições financeiras terão que contar com uma reserva maior de grana para emprestar nas operações de crédito pessoal e financiamentos.

O documento ainda fala de combustíveis e de tarifas de energia e telefonia. Para 2011, o Copom manteve a projeção de aumentar em 2,9% e 2,8% os preços das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade.

No caso da gasolina e do gás de bujão, não deve haver aumento de preços, mesmo com as incertezas no cenário externo do petróleo, que fez os preços passarem de R$ 166 (US$ 100, no valor do dólar desta quinta).

O Copom se reúne a cada 45 dias e terá sua próxima reunião nos dias 19 e 20 de abril.

Fonte: R7 Notícias