01-03-2011
O secretário estadual do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli, recebeu nesta segunda-feira (28) representantes de todas as centrais representantes dos trabalhadores para ouvir as propostas em relação ao reajuste do salário mínimo regional. Economistas do Ipardes e do Dieese também participaram da discussão, apresentando estudos e números da economia paranaense.
As centrais sindicais propõem que, além da inflação acumulada em 2010, que ficou em 6,04%, o salário seja corrigido de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que acumulou em 8,3% no último ano. Hoje o piso regional varia de R$ 663 a R$ 765. Se a correção de 14,34% for aplicada, o mínimo iria variar entre R$ 762 e R$ 879. O valor é mais que o dobro do que a correção aprovada, na última semana, para o mínimo nacional, que foi de 6,46%. No Paraná, cerca de 350 mil trabalhadores são afetados pelo piso regional.
Na semana passada, representantes do empresariado já haviam se reunido com o governo estadual e pediram para que não houvesse correção no salário em 2011. O argumento dos empresários é de que o valor do piso no Paraná já é elevado, comparado com outros estados, e que um novo aumento poderia afetar a produtividade das empresas paranaenses, além de poder causar um aumento no índice de desemprego e emprego informal.
Segundo Romanelli, a meta do Governo do Estado é propor o melhor reajuste possível, e fazer com que o piso seja respeitado e pago para todos os trabalhadores, não só as categorias que não possuam convenção para o acordo coletivo de trabalho. "Outra proposta do governo é implantar uma política permanente de reajuste, uma fórmula que será regra para todos os anos seguintes", afirmou.
De acordo com o secretário, é preciso ouvir ainda o setor empresarial, que argumenta que o salário mais alto interfere na capacidade de competição do Paraná.
"O governador Beto Richa defende uma discussão tripartite. Governo, trabalhadores e empregadores devem apresentar propostas, debater e chegar a um consenso sobre o reajuste proposto", explicou. O encontro entre as três representações está marcado para o próximo dia 16, quando deverá ser definida a proposta final, que será encaminhada para votação na Assembleia Legislativa. A medida deve ser sancionada pelo governador Beto Richa (PSDB) até o dia 1º de maio.
Entre os participantes da reunião estavam Roni Barbosa (CUT); Sergio Butka (FS); Paulo Rossi (UGT); Luiz Carlos (CGTB); Zenir Teixeira (CTB); Geraldo Ramthum (NCST); Nelson de Souza (FS); Evaldo Baron (NCST); Rogerio Kormann (UGT); Alexandre Drulla (UGT); Julio Suzuki (Ipardes).
Fonte: Banda B