Médicos relembram a escolha pela Medicina e falam da dedicação aos pacientes
No último dia 18 de outubro foi comemorado o Dia do Médico. Uma profissão nobre, que dedica a sua vida em favor de tantas outras.
Há muitas variações de juramentos para médicos formandos, mas em todos eles, algo é certo: a dedicação da vida em prol da arte da cura e aos doentes. O mais famoso deles, o Juramento de Hipócrates, o primeiro discurso registrado na história da humanidade, feito pelo maior médico da antiguidade e considerado o “Pai da Medicina”, que viveu na Grécia, entre 460 e 370 a.C., traz promessas como “passarei a minha vida e praticarei a minha arte pura e santamente” e “que for que veja ou ouça, concernente à vida das pessoas, no exercício da minha profissão ou fora dela, e que não haja necessidade de ser revelado, eu calarei, julgando que tais coisas não devem ser divulgadas”, guiando médicos do passado, presente e futuro.
Pelas páginas deste jornal, inúmeros médicos já passaram, nos ajudando a levar informações e alertas importantes sobre saúde à população, visando maior qualidade de vida dos leitores. Por isso, a Folha convidou alguns médicos para contar um pouco sobre a sua dedicação a essa profissão tão bonita e responder “o que é ser médico” na opinião deles. Essa homenagem também se estende a todos os médicos que são de Campo Largo ou atuam na cidade, independente da sua especialidade ou tempo de formação.
Dr. André Ricardo Fuck Endocrinologista
Com 16 anos de Medicina, sendo oito anos como especialista na área de Endocrinologia, Dr. André Ricardo Fuck lembra que sentia uma vocação para a profissão de médico. “Não era algo claro, tinha dúvidas, mas ser médico ainda mexia mais comigo, parecia ser algo que me completaria mais e que estava em minha essência. Ser médico, acima de tudo, é seguir princípios de uma profissão que tem como maior objetivo ajudar as pessoas, aliviando sofrimentos, curando o que for possível, prevenindo doenças e promovendo a saúde.”
Ele comenta que a cada consulta percebe que unir o conhecimento e a prática científica com empatia ao próximo é o que faz com que se tenha um atendimento cada vez mais humanizado, garantindo melhores resultados para a relação médico-paciente. “O maior desafio é conhecer os nossos limites e fraquezas para que possamos, cada vez mais, dar um atendimento humanizado e de qualidade. Ou seja, ser exemplo daquilo que pregamos. Mas, a maior recompensa será sempre saber que a nossa prática está alinhada aos principais princípios médicos, de fazer o bem e de não causar danos ao próximo”, completa.
“Aos pacientes, digo: tenham um médico de confiança. Aquele que é humano, mas também técnico. Que sabe olhar para você como um todo, escutar sua queixa, se interessar pela sua demanda, e que sabe cuidar, acima de tudo. Aos colegas, digo: O que diferencia o Médico de uma máquina ou robô é a capacidade de se humanizar, de sentir empatia, de entender o sentimento alheio. Mas nunca deixe de ter como Norte o conhecimento científico de qualidade e o apreço pelos princípios éticos da profissão”, finaliza.
Dra. Carolina Pereira de Andrade - Ginecologista e Obstetra
Dra. Carolina Pereira de Andrade é médica ginecologista e obstetra também por influencia do seu pai, que atua na mesma especialidade e é professor. “Quando eu era pequena, muitas vezes eu ia passar visita no hospital com ele aos finais de semana. Eu sempre gostei muito do ambiente hospitalar, então desde a infância eu decidi que seria médica. Ser médico não é fácil, desde o vestibular exige muita dedicação e estudo, tem que ter disciplina, estudo integral, inclusive nos finais de semana. Eu acho que faz parte por ser uma profissão com tanta responsabilidade, estamos trabalhando com vidas e saúde, então exige uma identificação e dedicação extraordinárias.”
Ela comenta que ser médico é mais que cuidar de pessoas. “Ser médico é você se dedicar a outras pessoas. O médico não trabalha em horário fixo, principalmente agora com redes sociais. Pelo WhatsApp a gente recebe exame, algum paciente relata um mal estar, quer tirar dúvida ou está com alguma ansiedade. Eu acredito que o médico precisa gostar de atender, gostar do ser humano, escutar seus problemas, suas aflições e fazer o seu máximo”, completa. Para a Dra. Carolina, a área de Ginecologia e Obstetrícia é maravilhosa. “Você acompanha a mãe e o bebê, formando um vínculo maravilhoso e está presente no momento de tanta felicidade, muitas vezes, é o mais esperado pelos casais”, diz.
“Cada vez mais a humanização deve estar presente no atendimento médico, especialmente após a pandemia. Hoje encontramos muitas pessoas carentes de atenção, por isso aumentei o meu tempo de consulta, para conseguir conversar. Tem pessoas que eu atendo na minha sala que vem só para fazer o check-up e outras que choram, seja por doença física ou mental, problemas familiares, no trabalho. A questão da humanização está muito mais presente hoje e isso é muito importante”, descreve.
Para ela, a parte mais desafiadora da Medicina são as doenças que ainda não têm uma cura, diagnóstico precoce ou tratamento efetivo. “Com certeza maior recompensa, para mim, que sou obstetra, é o acompanhamento de uma gestação, o parto, ver a mãe e o bebê bem na consulta de retorno, escutar mensagens positivas, de agradecimento e ver que o paciente está bem, que teve o diagnóstico certo e o tratamento adequado. Além de acompanhar o paciente por toda a vida, acabar criando vínculos com a família dele também”, retrata.
“Aos meus pacientes eu só tenho agradecer a confiança que foi depositada em mim, como médica. É muito gratificante, de tal maneira que eu não consigo ver outra profissão para mim, se não a Medicina e a minha área de Ginecologia e Obstetrícia, que eu amo de paixão”, finaliza.
Dr. Paulo Rogério da Costa Cirurgia Geral e Bariátrica, coordenador da UTI do Hospital São Lucas
Dr. Paulo Rogério da Costa é médico há 16 anos, sendo especialista em Cirurgia Geral e Bariátrica e atualmente é o coordenador da UTI do Hospital São Lucas. Antes de se formar em Medicina, cursou quatro anos da faculdade de Engenharia, mas percebeu que seu dom era outro. “Eu amo cálculo e Física, mas sentia muita falta de interagir diretamente com pessoas, que é algo que eu gosto muito. Foi quando decidi sair da Engenharia e tentar Medicina, pois era um curso que chamava a minha atenção, pois do meu ponto de vista, esta acaba sendo uma ciência mais humana, do que biológica.”
Para ele, ser médico vai além da empatia, mas compreende também a compaixão pelo paciente. “Salvar vidas ou ao menos dar um direcionamento para as pessoas, como um consultor, é o que nos move diariamente. Poder estar em contato direto com o paciente, sabendo das suas ansiedades e doenças físicas, conseguindo de certa forma saná-las e vendo a gratidão no rosto do paciente, não há preço que pague. A Medicina pode ser muito tecnológica, e é, em vários pontos, mas o médico deve ser tão humano quanto seu paciente, tratando-o com respeito e dignidade que ele merece, prezando sempre pelo seu bem-estar”, completa.
Segundo o cirurgião, a parte mais desafiadora da Medicina está na doação intensa necessária para ser um bom médico. “Já a maior recompensa está no crescimento diário que temos a cada consulta e contato com o paciente, algo que vem com o tempo da profissão. Um dos pontos mais interessantes é que o médico acaba sendo um agente que conscientiza sobre a saúde, a alimentação saudável, exercícios físicos, mostrando que os vícios podem ter um custo alto no futuro, fazendo com que a pessoa perceba que muitas vezes um prazer imediato ou instantâneo poderá custar a sua saúde a longo prazo”, declara.
“Aos pacientes eu diria que precisamos ter atenção à saúde, pois ela não pode ser comprada com dinheiro. Fique atento ao que você come, às pessoas que você acaba tendo envolvimento, seja familiar, trabalho, evitando ambientes insalubres – física e emocionalmente – e busque sempre locais e pessoas que agreguem a você, tornado sua vida melhor. Além disso, tenha um médico de confiança, faça exames com a regularidade recomendada e mantenha sua vida em equilíbrio”, finaliza.
Dr. Paulo Rogério da Costa - Cirurgia Geral e Bariátrica, coordenador da UTI do Hospital São LucasDr. Paulo Rogério da Costa é médico há 16 anos, sendo especialista em Cirurgia Geral e Bariátrica e atualmente é o coordenador da UTI do Hospital São Lucas.
Antes de se formar em Medicina, cursou quatro anos da faculdade de Engenharia, mas percebeu que seu dom era outro. “Eu amo cálculo e Física, mas sentia muita falta de interagir diretamente com pessoas, que é algo que eu gosto muito. Foi quando decidi sair da Engenharia e tentar Medicina, pois era um curso que chamava a minha atenção, pois do meu ponto de vista, esta acaba sendo uma ciência mais humana, do que biológica.”
Para ele, ser médico vai além da empatia, mas compreende também a compaixão pelo paciente. “Salvar vidas ou ao menos dar um direcionamento para as pessoas, como um consultor, é o que nos move diariamente. Poder estar em contato direto com o paciente, sabendo das suas ansiedades e doenças físicas, conseguindo de certa forma saná-las e vendo a gratidão no rosto do paciente, não há preço que pague. A Medicina pode ser muito tecnológica, e é, em vários pontos, mas o médico deve ser tão humano quanto seu paciente, tratando-o com respeito e dignidade que ele merece, prezando sempre pelo seu bem-estar”, completa.
Segundo o cirurgião, a parte mais desafiadora da Medicina está na doação intensa necessária para ser um bom médico. “Já a maior recompensa está no crescimento diário que temos a cada consulta e contato com o paciente, algo que vem com o tempo da profissão. Um dos pontos mais interessantes é que o médico acaba sendo um agente que conscientiza sobre a saúde, a alimentação saudável, exercícios físicos, mostrando que os vícios podem ter um custo alto no futuro, fazendo com que a pessoa perceba que muitas vezes um prazer imediato ou instantâneo poderá custar a sua saúde a longo prazo”, declara.
“Aos pacientes eu diria que precisamos ter atenção à saúde, pois ela não pode ser comprada com dinheiro. Fique atento ao que você come, às pessoas que você acaba tendo envolvimento, seja familiar, trabalho, evitando ambientes insalubres – física e emocionalmente – e busque sempre locais e pessoas que agreguem a você, tornado sua vida melhor. Além disso, tenha um médico de confiança, faça exames com a regularidade recomendada e mantenha sua vida em equilíbrio”, finaliza.
Dr. Haroldo Luiz Torres Alves - Pediatra
O Dr. Haroldo Luiz Ribeiro Torres Alves é pediatra há 30 anos e decidiu ser médico aos 10 anos de idade, após assistir um filme, o qual trazia um personagem médico fazendo uma cirurgia cardíaca e salvando uma vida. “Aquilo realmente me fascinou. Para mim, médico é exatamente essa pessoa, que pode cooperar em fazer o bem, ajudar as pessoas. Às vezes não é possível salvar todos os pacientes, mas dá qualidade de vida, trata as pessoas com dignidade, com respeito e pode criar a possibilidade de um futuro melhor.”
Para ele, a cada consulta percebe que as pessoas estão ansiosas e preocupadas com as diversas doenças e situações que envolvem o físico e o mental. “Percebo que as pessoas têm inquietações, medo da morte ou de um agravamento de doença, preocupados com seus filhos, querendo o bem-estar deles. Por isso, eu creio nessa questão de humanização, que as pessoas podem ser atendidas de maneira que aqui possam se sentir, não somente com uma cura física, mas também com uma ansiedade resolvida”, complementa.
O pediatra comenta que a parte mais desafiadora é justamente dar recursos, possibilidades e esperança para os pacientes diante das doenças que enfrentam, retomando que acalmar a inquietação dos pais acerca de uma doença também é um desafio. “O mundo está muito informatizado, então é muito fácil o acesso às informações. As pessoas têm algumas respostas de seus sintomas, no famoso ‘Dr. Google’, mas que muitas vezes não fazem um diagnóstico correto, tornando-as mais ansiosas, levando a um autodiagnóstico e automedicação, que nem sempre é o mais adequado. Existe o lado benéfico do acesso à informação, mas é necessário verificar se isso não irá causar prejuízos emocionais e físicos a um paciente”, ressalta.
“A maior recompensa eu vejo que é ter um resultado positivo, quando as pessoas se sentem melhor e mais seguras com relação ao diagnóstico e tratamento e procuram fazer exatamente o que foi passado em consultório médico. Além disso, quando recebo o reconhecimento e o sentimento de gratidão dos pais, é uma grande satisfação, pois meu objetivo é sempre o bem-estar de todos”, completa.
“Gostaria de parabenizar os colegas com relação ao Dia do Médico e dizer que desejo que o objetivo da Medicina, que é fazer o bem fazer, o atendimento de maneira adequada, humanizado, entendendo a dor ou sofrimento e a ansiedade dos pacientes ou familiares que nos procuram como médico, jamais se perca. Que nós possamos renovar a nossa mente, o nosso entendimento e posicionamento de sermos mais humanos diante de um mundo com circunstâncias difíceis, sendo nós representantes de pessoas que amam a vida, levando esperança e fé para dias melhores. Que Deus nos abençoe cada dia como um instrumento nas Suas mãos para levar o amor e o cuidado”, finaliza.
Dr. Dalton Luiz Rivabem Júnior Diretor da UTI do Hospital do Rocio e Intensivista
Dr. Dalton Luiz Rivabem Júnior é médico há 22 anos, sendo o atual diretor da UTI do Hospital do Rocio. O sonho em se tornar médico o acompanha há certo tempo. “Desde criança meu sonho era fazer Medicina, desde os tempos da escola primária. Sempre me pergunto o que é ser médico e acredito que ser médico é muito mais do que tratar, é tornar a vida do outro melhor; é dedicar seu tempo para priorizar a vida do próximo, se doar totalmente à sua profissão. Para ser médico, é necessário gostar de pessoas, valorizar o ser humano.”
Ele segue comentando que o médico tem uma profissão privilegiada, pois todo dia ele pode fazer a diferença na vida de alguém. “Existem muitos obstáculos e dificuldades, mas são desafios que nos fazem crescer cada vez mais na nossa profissão e na nossa vida. A grande recompensa vem através da demonstração de gratidão do seu paciente. Muitas vezes um simples gesto de carinho de alguém que você está atendendo transforma o seu dia, fazendo toda a diferença. Aproveito então para agradecer a todos os pacientes que confiaram a mim o seu tratamento, espero poder dar o melhor de mim sempre. Que Deus ilumine a vida de todos”, finaliza.