Um fato que chocou vários campo-larguenses nas redes sociais na última semana.
Um fato que chocou vários campo-larguenses nas redes sociais na última semana. A suspeita de um abuso sexual contra um “gatinho”, na região do Lamback, causou consternação e pedido de justiça da família.
A Folha conversou com a dona do gato, que contou que o crime ocorreu no dia 21 de agosto, um domingo pela manhã. “Ele estava miando porque queria sair, sempre ia tomar sol cedo e voltava. Era próximo das 6h45. Eu abri a janela para ele e ele foi, mas quando voltou estava muito estranho, com um miado diferente e com dificuldade de andar. Eu achei que haviam envenenado ele e comecei a procurar métodos para reverter. Foi quando notei um inchaço com secreção saindo da região anal dele.”
Ela então marcou uma consulta no mesmo dia com o médico veterinário, que de imediato suspeitou de abuso sexual. Ela chegou a cogitar que alguém poderia tê-lo ferido com algum objeto, mas o veterinário explicou que por conta do inchaço e da secreção, provavelmente era uma violência sexual mesmo. O gato foi mandado para casa e morreu no dia 23 de agosto, uma terça-feira.
O corpo do gato foi enviado para necropsia em Curitiba e o resultado deve sair em até 20 dias. O boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil, que, conforme informações da dona, irá investigar o caso.
“Não consigo entender o que se passa na cabeça de uma pessoa em fazer isso com um bichinho. O que tem na cabeça para ter atração por um gato? E se faz isso com um gato pode fazer muito pior com uma pessoa. Tenho medo de ter que desconfiar de todos, porque foi uma coisa muito rápida, não daria tempo de ele ter ido longe, então é alguém próximo, mas o difícil é saber quem”, declara. “Ele era muito amado por nossa família, era o ‘grudinho’ da minha filha. Meu sentimento é de indignação e medo”, finaliza.
Denunciar é primordial
A Folha conversou também com a Mari Mazzon, do SOS 4 Patas, que atua no município com resgate de animais. “Acontecem casos assim e dificilmente nós conseguimos encontrar um culpado. Já resgatamos gatas com prolapso retal – quando os órgãos saem pela cavidade – e outras lesões características que são suspeitas de abuso. A abordagem é igual em casos de maus-tratos, sendo conduzido à delegacia, é preso e passam pela audiência de custódia”, retrata.
Parafilia
Carolina Gadens Marchiori, psicóloga especialista em Psicologia Clínica Cognitivo Comportamental e em Sexualidade Humana, comenta sobre o caso de parafilia. “A parafilia é um transtorno de preferência sexual. São pessoas que têm preferência sexuais por indivíduos que não são humanos, adultos e vivos. Essas preferências ocorrem diante de objetos e situações incomuns. Se encaixa na mesma categoria de pedofilia (que é a preferência por crianças) e a necrofilia (que é a preferência por pessoas mortas), e tem outros casos também. É uma doença e não tem cura, mas existe tratamento para que a pessoa tenha controle desses impulsos sexuais. E pior que, infelizmente, antigamente ‘eram comuns’ essas práticas”, diz. Questionada sobre a possibilidade de uma pessoa desenvolver mais de um tipo de desejo “incomum”, a psicóloga diz que geralmente o foco é um só, mas pode ocorrer de ter mais de um.