Os procedimentos estão acontecendo no CRAS da localidade e Prefeitura solicita que participantes que se cadastraram previamente não faltem, bem como se dirijam ao local somente no horário marcado
Ao passar pelo CRAS Lindamir Torres, na Rua Mato Grosso, é possível perceber uma movimentação diferente da usual na região da Ferraria. São muitos tutores circulando por ali, levando seus cães e gatos nas caixas de transporte para passarem pela castração e microchipagem.
A Prefeitura de Campo Largo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, organizou no pátio do CRAS a instalação da estrutura do Castramóvel que é uma parceria firmada com a Unidade Móvel vinda do interior de São Paulo. Estão sob o comando da ação a médica veterinária Gisele Sprea, da Secretaria Municipal de Saúde do município, e também o médico veterinário Leandro Bueno, do Castramóvel. Além do apoio da equipe de Vigilância em Saúde, há 23 profissionais para este atendimento, entre veterinários e técnicos.
O veterinário que veio de Sorocaba conta que ficou animado com a adesão da população e reforça a importância de ações como essa para a conscientização das pessoas sobre a castração, o bem-estar do animal e a contenção da população de rua. Desde ontem (22), até a próxima quinta-feira (25), ele estima que, por dia, uma média de 200 animais dos moradores da Ferraria serão atendidos pela estrutura do Castramóvel.
Segundo a secretária de Saúde do município, Danielle Fedalto, “a previsão é de castrar e microchipar 900 animais. E, além do procedimento, a gestão está oferecendo gratuitamente os medicamentos pós-operatórios. Contamos com a mobilização e o cuidado da comunidade que se cadastrou, para prevenir a Esporotricose e garantir a saúde e bem-estar dos cães e gatos participantes. Venham no horário agendado e não deixem de tomar todas as medidas recomendadas”.
Nesta segunda-feira, primeiro dia da ação, a gata Princesa foi o senha número 1 e abriu os trabalhos da estrutura que conta com sala de atendimento médico inicial, sala de anestesia, centro cirúrgico e pós-operatório para os animais. Esse é o passo a passo de cada bichinho cadastrado durante o procedimento. Já os tutores contam com uma sala de espera, assistindo vídeos com recomendações para depois da cirurgia. A tutora Paula Rodrigues aguardou ansiosa o fim da cirurgia do seu gato Oliver. E abriu um sorriso aliviado quando ele recebeu alta. “Estava um pouco nervosa esperando a cirurgia, mas achei bem organizado, seguro, fui bem orientada”, disse. Perto dela estava a tutora Tereza Correa que aguardava o gato Tinho. Ela chegou cedo e fez o cadastro ainda no primeiro semestre, quando soube da ação pela vizinha no aplicativo de mensagens: “Eu tinha mais gatos, mas infelizmente agora estou só com ele. Quis aproveitar a oportunidade”.
Já Teresa Gomes Brito Rosa levou a cachorra Meg, e sua filha Emanuella de Brito Rosa levou o gato Jhonson que foi resgatado de um abandono de ninhada em um supermercado. Como os gatos são castrados antes, e depois os cães, ambas estavam se ajudando no revezamento. O mesmo aconteceu com Lucineia Munhoz que levou o cão Snow e a gata Mia. Ela contou com a ajuda da sua cunhada para atender os dois. O tempo de espera da cirurgia é de, em média, uma hora, e somente o tutor responsável pode retirá-lo depois. “Achei muito importante essa ação da Prefeitura de oferecer castração gratuita para a comunidade, para impedir o aumento dos cachorros na rua e orientar a comunidade sobre doenças”, pontuou a tutora Elizângela da Silva que estava com a cachorrinha Mel.
Lembrando que o distrito da Ferraria está com prioridade da Unidade Móvel de Castração, como medida de controle e prevenção de uma zoonose que está circulando na localidade e que pode acometer também seres humanos: a Esporotricose. Inclusive um dos animais cadastrados, o gato Branquinho (foto), ao passar pelo atendimento médico inicial foi diagnosticado com a zoonose e não pode seguir para o procedimento. “Fica o alerta aos tutores. Ele já está com marcas vermelhas na pele e fará a cirurgia em outro momento oportuno, primeiro precisará ser tratado. Agora o gato vai para acompanhamento da Secretaria de Saúde de Campo Largo, com visita nossa na residência do tutor e fornecimento de tratamento. Se tiver outros animais junto, também precisam ser avaliados”, explicou Gisele Sprea no momento em que atendia esse caso.
Para prevenir a Esporotricose o único jeito é a castração.
Dinâmica da ação - Depois de quase quatro meses de cadastros presenciais e online, a fase de triagem aconteceu no início deste mês. Os funcionários da Vigilância em Saúde de Campo Largo ligaram previamente para todos os tutores que cadastraram animais, bem como abriram listas de transmissão no aplicativo WhatsAapp com todos os cadastrados. O intuito foi agendar a data da cirurgia e passar recomendações para esse momento, inclusive com vídeos explicativos, para terem tranquilidade antes e depois do procedimento do animal. “Esses momentos pré e pós cirúrgicos exigem cuidados, então buscamos divulgar informações de uma forma bem clara para as pessoas que vão castrar seus animais possam tomar as medidas necessárias, para um resultado seguro”, indica Gisele Sprea.