Impacto dos custos foi um dos motivos do cancelamento; organização da feira de 2023 inicia em novembro deste ano e deseja trazer evento forte aos expositores e consumidores
Com muita tristeza, a organização da Feira da Louça, que acontece tradicionalmente há 30 anos em Campo Largo, acabou cancelando o evento. A decisão foi tomada pela organização há cerca de 45 dias, após quase um ano de preparo.
A Folha de Campo Largo conversou com Fábio Germano, presidente do Sindilouça, que explicou toda a situação. “Nós trabalhamos arduamente para viabilizar a Feira da Louça, desde outubro do ano passado, cotando equipes, tendas, espaço, enfim, toda a parte administrativa que demanda atenção e planejamento prévio. Porém, neste ano temos uma situação complexa, que é a retomada de dois anos de pandemia, tudo fechado, uma pressão grande sobre os custos, tanto aqueles que envolvem a organização de um evento, quanto a produção industrial como um todo. Chegou o momento da reunião em que decidimos não fazer por conta destes atenuantes, questionando se seria um momento certo de se fazer esse evento, também por não saber como o mercado iria se comportar referente aos custos.”
Ele completa: “Não foi fácil tomar essa decisão, ficamos muito tristes em precisar anunciar esse cancelamento. Sabemos que há artesãos que usam a feira como a sua principal fonte de renda no ano, então foi algo que nos abateu. Porém, nossa intenção é organizar um evento mais forte para o próximo ano, que atraia ainda mais pessoas. Foi uma decisão dolorida, muito dolorida”.
A Feira da Louça atrai uma média de 40 a 50 mil pessoas em suas edições, que duram 10 dias e tem como público-alvo o cliente final, que tem a oportunidade de conhecer um pouco do trabalho desempenhado pelas indústrias do ramo da cerâmica. Em média, são 60 expositores que atuam no evento, contando com praça de alimentação. “Essa é uma feira de negócios para o consumidor final. Temos alguns clientes que vêm comprar e que são CNPJ, compram para revenda, mas o nosso foco sempre é o consumidor final”.
“Nós temos conversado com várias indústrias e percebemos que estão tendo vendas e, embora tenhamos enfrentado dois anos de pandemia, foram efetivadas vendas. O nosso maior problema com relação ao pós-pandemia são os custos que subiram muito, como por exemplo a matéria-prima, o gás natural que só neste ano subiu 51%, embalagem, que oneraram muito o custo final do produto. Essa é a grande questão e preocupação das indústrias”, diz.
Evento em 2023
A organização para o evento de 2023 irá começar em novembro deste ano e a intenção é realizar um evento favorável para expositores e consumidores, tão bom quanto tradicionalmente é realizado, na cidade, já com um controle maior de custos, relata Fábio.
Esse planejamento é dividido em etapas, onde o primeiro reúne definição de layout, data, local e outras situações administrativas. Os convites e vendas de pontos de exposição, negociações, entre outros está previsto para fevereiro de 2023 e assim por diante.
A intenção da feira é sempre auxiliar a economia local, fomentando o comércio e a arte, com os espaços para artesãos, inclusive, que veem o evento como o principal da agenda anual da cidade, por isso a preferência é dada sempre para realizar o evento na cidade.