Rafael Pigozzi, de apenas 07 anos, tem Síndrome de Down e encanta a todos com a simpatia e inteligência
Simpático, esperto e muito amável, Rafael Pigozzi, ou somente Rafinha Pigozzi, de apenas 07 anos, já segue fazendo história. Com quase 5 mil seguidores no Instagram, a família compartilha fotos e a história de desenvolvimento desta criança tão querida. Hoje, ele é garoto propaganda do congresso Inclusão na Prática 2.0 – Edição Rio, promovido pelo Instituto Cromossomo 21, do educador social, cineasta e escritor Alex Duarte, em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro.
O congresso é gratuito e será realizado de maneira on-line, no próximo dia 31 de agosto, disponível no site www.congressoinclusaonapratica.com, aberto a todos que quiserem participar. Nesta semana, a Folha conversou com os pais de Rafinha, Nair e Nilson Pigozzi, pais também de uma adolescente de 16 anos, que contaram um pouco sobre a história do pequeno.
A família é natural do estado de São Paulo, mas há dez anos escolheram Campo Largo para viver. Embora Rafinha tenha nascido em Curitiba, sempre viveu em Campo Largo, sendo considerado um campo-larguense de coração.
Rafael foi um bebê planejado e muito esperado pela família. “A gestação não foi uma época muito fácil. Eu tive pressão alta em todo o período, fui acompanhada 24 horas pelo médico e ele nasceu de 38 semanas. Eu fui para uma consulta de rotina, quando a médica disse que teríamos que fazer a cesárea de emergência, pois nós dois estávamos correndo risco de morte. A médica organizou tudo, buscou UTI para ele e se cercou de tudo o que era necessário. Ele nasceu super bem e então tivemos a notícia que o Rafinha tem Síndrome de Down”, relata a mãe Nair.
Durante toda a gestação e os exames feitos pela mãe, nunca houve qualquer desconfiança ou possibilidade que Rafinha tivesse a síndrome, o que de certa forma causou um “susto” na família. “Tudo o que é diferente assusta, nós nunca tivemos casos na família, então o desconhecido causa um certo medo. Eu particularmente, no momento que recebi a notícia fiquei tranquila, não tive uma reação, só perguntei se foi algo que eu comi ou bebi durante a gestação, ainda na ignorância”, relembra.
Um mês depois que a “ficha caiu”, que a família estava mais informada sobre o que é a Síndrome de Down, tendo mais esclarecimentos, contato com as famílias que tinham casos da síndrome, Nair entendeu que o só o amor não era suficiente. “Eu precisava buscar meios para garantir que ele fosse uma criança bem desenvolvida e o contato com o atleta Breno Viola, judoca e que também possui a síndrome, mostrando as possibilidades de uma ‘vida normal’. Hoje eu tenho contato com eles mais próximo, já os conheço pessoalmente e sempre falo que eles foram essenciais para que eu pudesse lutar pelos direitos do meu filho”, ressalta.
Desenvolvimento e a personalidade do Rafinha
O desenvolvimento do Rafael ocorreu dentro do esperado sempre. A fisioterapia foi uma das primeiras intervenções realizadas, principalmente para auxiliar ele a “firmar” e para estimular o movimento. Foram apenas 11 meses de tratamento, depois já recebeu alta. A participação da família neste processo gerou um resultado visível, visto que por 30 minutos diários os pais se dedicavam a realizar os exercícios no menino.
“O Rafael é uma criança que gosta de tudo. Tanto de alimentação, como brincadeiras. Amizade ele faz com muita facilidade, é muito comunicativo, sociável. Sou suspeita para falar, porque sou a mãe, mas onde ele chega, ele faz a festa. Antes ele não gostava muito de foto, mas hoje, se ele vê uma câmera, já vem ‘mamãe, tira foto’ e pede para postar”, conta.
Rafinha modelo
Quando tinha 02 anos, Rafael participava de uma associação em Curitiba e foi selecionado para participar de uma exposição de fotografias em um shopping. Com o tempo, foram aparecendo mais convites, chegou a ser selecionado para participar de uma propaganda da Amazon, e recentemente fez uma propaganda da Gazin e hoje é o garoto propaganda do congresso promovido pelo cineasta, educador social, escritor, diretor e fundador do Instituto Cromossomo 21, Alex Duarte, em parceria com a Secretaria da Pessoa com Deficiência, do Rio de Janeiro.
“Estar em um projeto como esse, que conscientiza as pessoas, é muito lindo e gratificante. O projeto já existe há 15 anos. O Alex não tem familiar com deficiência, mas luta incansavelmente pela causa e eles dão oportunidade para jovens e adultos adquirirem independência, empoderando pessoas com deficiência, com autonomia e criando oportunidades”, explica Nair.
Inclusão
Perguntada sobre a inclusão em Campo Largo, Nair compara com a realidade de hoje com a história. “Nós vemos uma melhora, mas ainda temos muito o que avançar na inclusão”, diz. “A diversidade existe e mais do que ficarmos somente falando sobre ela, devemos colocar na prática a inclusão, dar mais oportunidades às pessoas com deficiência, ajudando elas a se desenvolverem promovendo a igualdade. Da mesma forma que estamos sempre buscando o melhor para ele, direcionando ele para ter autonomia, devemos ter a consciência de olhar as pessoas com mais amor, respeito, empatia e segurança”, finaliza o pai.
Acompanhe o Rafinha nas redes sociais @rafinha_pigozzi22 no Instagram.