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Pai e filha: mais de 90 shows juntos e uma relação forte de amizade

Nesta semana, nós trazemos um exemplo de uma forte relação de pai e filha, os dois que gostam de aproveitar diversos momentos juntos

Pai e filha: mais de 90 shows juntos  e uma relação forte de amizade

Sabe aquela relação que as pessoas falam das meninas serem mais apegadas ao pai?  Nesta semana, nós trazemos um exemplo de uma forte relação de pai e filha, os dois que gostam de aproveitar diversos momentos juntos como grandes amigos, que também trocam confidências.

Um estudo realizado pela Universidade Emory, nos Estados Unidos, comprovou que os pais de meninas são mais cautelosos. Isso acontece por diversos fatores ligados à Psicologia e Sociologia. 

“Grude do pai”
A Juliana Bilk, analista de marketing, moradora de Campo Largo, conta sobre a ligação próxima que tem com o seu pai, mesmo que os dois tenham sido separados pela distância, já que seu pai mora em Santa Catarina. Mas mesmo a distância não diminui o contato dos dois, que sempre conversam por celular e planejam programas juntos.

“Eu e meu pai temos a mesma banda preferida, a Engenheiros do Hawaii. Óbvio que só é minha banda preferida por causa dele, que me levou no primeiro show quando eu tinha 8 anos. A partir desse primeiro nós começamos a ir juntos em vários shows. Já viajamos o Brasil inteiro atrás dos caras e até hoje nunca perdemos um show em Curitiba. Faz 18 anos e a gente já conheceu uns nove estados indo atrás da banda".

Ao longo desses anos em que visitaram juntos mais de nove estados, foram a 20 cidades e participaram de mais de 90 shows. Além disso, acompanharam o desenvolvimento da carreira das bandas Engenheiros do Hawaii, Poca Vogal e atualmente o projeto solo do Humberto Gessinger.

Juliana destaca que a relação com o pai é muito forte, um amor sem explicação mesmo e uma conexão em muitos sentidos. "Eu sou um grude com meu pai e a minha mãe, mas ele é ‘minha pessoa’, a primeira pessoa que conto tudo primeiro ou ligo quando eu tenho problema", detalha.

 

A Folha conversou com a psicóloga Aline Leon, que explicou que independente do contexto, o primeiro vínculo mais forte dos bebês é com a mãe, mas o que acontece é que lá pelos 5 anos existe um maior interesse pelo sexo oposto, pelo diferente. Muitas vezes os próprios pais entendem isso como uma preferência e reforçam o comportamento da criança fazendo com que o vínculo pai e filha também se fortaleça. Além disso, ela detalha que por questões culturais e sociais, os pais tendem a ser mais maleáveis com filhas mulheres do que com filhos homens, o que mais uma vez leva a esse resultado de pai e filha ficarem mais próximos.

O pai da Juliana, Marcio Bilk de Athayde, mais conhecido como Will, falou sobre sua relação com a filha: “A Juliana chegou para me transformar num pai muito mais apaixonado, cheio de amor e carinho. Todo mundo sabe do xodó que ela é para mim, de todo o amor que tenho e demonstro, sem nenhum esforço e nenhum problema de me acharem excessivo ou desnecessário. Eu não me importo com o que falam. Eu amo ser assim com ela! Estar com ela é demais, pena que não é mais por 24 horas. Ela cresceu e criou asas, voa bem alto, mas volta a cada tempo, eu adoro vê-la voar, mas amo quando estamos juntos, é sempre bom”.

Durante a matéria, os dois se emocionaram ao compartilhar os momentos que vivem juntos, principalmente relacionado à banda Engenheiros do Hawaii, paixão dos dois. “Coisas pequenas me marcaram, como por exemplo quando eu vim morar no Paraná sozinha, eu lembro que chegava e havia um silêncio. Quando morava com meus pais, ele tinha o costume de assistir o canal de esportes à noite, eu tinha vontade de ligar para ele e ouvir o barulho da televisão ligada. Outro exemplo, é quando estou passeando no Shopping Mueller, lá tem uma loja de terno, que tem o cheiro do terno dele, são coisas pequenas assim que me marcaram a vida inteira”, Juliana conta.

Porém, a paixão maior dos dois é de assistir shows de música. Para isso, Will conta: “Meu maior hobby é a música, desde jovem comecei a me interessar, principalmente pela música brasileira, especialmente o pop/rock brasileiro e a MPB dos anos 80/90 (sou jovem dos anos 80, sou testemunha viva do nascimento do movimento POP/ROCKBR nos anos 1982), tanta coisa boa nasceu ali, momentos que recordo com saudosismo e com muita satisfação em ter vivido. De tantas bandas, Engenheiros do Hawaii (hoje representada por seu vocalista Humberto Gessinger) é a que representa de forma muito explícita e significativa a minha relação “pai&filha” com a Juliana. Quando aos 09 anos (em 2005) a Juliana foi ao seu primeiro show (Acústico MTV – Engenheiros do Hawaii), no teatro Guaíra, em Curitiba, ela já sabia tudo deles, e ficou muito feliz e chorona durante todo o show. Emocionante e marcante esse dia”.

A psicóloga conta que ter momentos entre pais e filhos de algo que gostem fortalece a relação: "Inclusive é uma ótima dica para os pais que desejam melhorar e fortalecer a relação com os filhos. Mas, pra isso, o foco também está em investir na relação com o filho ouvindo e abraçando suas ideias, o mais bacana é que dessa forma os pais e filhos podem encontrar juntos algo legal para terem um tempo de qualidade, lembrando que podem até mesmo ser passatempos simples, como aprender um jogo ou uma receita nova juntos".

Complementa falando o que os pais podem fazer para melhorar a relação com os filhos: "invista em conhecer seu filho primeiro de tudo e a compreendê-lo como um ser humano que está em processo de formação e precisa de um exemplo saudável para orientá-lo. Pais não precisam ser perfeitos, pais perfeitos não existem, mas tratar um filho com amor, sabendo estabelecer limites sem desrespeitar o limite da criança é a chave para o desenvolvimento de uma educação e de uma relação saudável.

O primeiro passo para ser um bom pai ou uma boa mãe é querer ser. E se você quer ser algo, é porque algo em você já é.”