Câmara Municipal de Campo Largo recebeu a secretária de Saúde, Danielle Fedalto
Na tarde da última segunda-feira (06), a Câmara Municipal de Campo Largo recebeu a secretária de Saúde, Danielle Fedalto, para apresentar sobre a Saúde Pública na cidade, onde pode discursar em Tribuna Livre por 30 minutos e respondeu por perguntas feitas pelos vereadores. Vale ressaltar que a sessão está disponível na íntegra no Facebook da Câmara Municipal de Campo Largo (Sessão ordinária, 06 de junho de 2022).
A secretária começou explicando que hoje, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), há atuação da Saúde da Família nas Unidades Básicas de Saúde, a Unidade de Pronto Atendimento – dedicada à Urgência e Emergência -, os programas de redes e o Samu. Explicou que na atenção primária há os casos mais leves, que são encaminhados para as UBS, que é a porta de entrada para o SUS. Na média complexidade está a atuação de algumas especialidades disponíveis no município, pois ela é de responsabilidade do estado. Já na alta complexidade, o atendimento é realizado pela UPA. Conforme retratou na apresentação, de janeiro a maio de 2022 foram realizados aproximadamente 40 mil atendimentos nas UBS.
“Atualmente nós temos 18 UBS que trabalham em conjunto com a Vigilância, pois temos as vacinações, notificações, agravos. Na UBS o paciente é acolhido, atendido e tratado. Se necessário for, ele será encaminhado. Temos a Unidade da Mulher e da Criança, Saúde Mental em dois CAPS – II e AD -, algumas especialidades no NISS, serviço de Infectologia, Farmácia Especial e o serviço do Samu, que embora esteja em Campo Largo, é regulado pela base em Curitiba, por meio do 192”, disse a secretária. Em atendimentos de média complexidade, de janeiro a abril, foram quase 15 mil realizados.
Destas 18 UBS distribuídas pela cidade, 11 delas são porte 1, com uma equipe de Saúde da Família, composta por médico 40 horas, enfermeiros, técnicos em Enfermagem e agentes de saúde. Há duas UBS porte 2, com duas equipes, e cinco UBS porte 3, que pode ter três equipes ou mais para atendimento.
Urgência e emergência
“Quando falamos em urgência e emergência não podemos falar isoladamente, mas do Paraná como um todo. Por mais que tenhamos hospitais de grande porte no município, eles são de gestão do Estado, via Central de Leitos, que não necessariamente sairá para Campo Largo”, ressaltou.
Os atendimentos da UPA 24h ultrapassaram 46 mil no período de janeiro a maio de 2022, com pico atingido em maio (12.509 atendimentos). O Samu atendeu no mesmo período 2.262 ocorrências. Foram transferidos via Central de Leitos 1.452 pacientes que apresentavam quadros mais delicados e necessitavam de atendimento hospitalar – de janeiro a abril.
Hoje o serviço de atendimento da UPA conta com 53 plantonistas, sendo que sete assumiram no mês de maio e mais sete assumiram em junho. Embora a Prefeitura tenha aberto concurso público, nenhum candidato assumiu a vaga. Foi necessário abrir também processo seletivo simplificado para ampliar a escala e realizar o atendimento à população.
“Nossa atenção está acima do que preconiza a portaria do Ministério da Saúde, pois preconiza nove médicos para atendimento em uma UPA de porte 3, que é o nosso caso, sendo cinco diurno e quatro noturno para atender pouco mais de dez mil atendimentos mês. A nossa UPA, diariamente, tenta trabalhar com 16 médicos. Nem sempre isso é possível – pois há muitas vezes furo na escala ou atestados, mas a divisão que tentamos trabalhar são dez médicos no diurno e seis no noturno para chegar a 12.509 atendimentos ao mês. Nunca foi negado atendimento a algum paciente e a UPA nunca ficou sem médico”, explica Danielle.
Conforme explicação da secretária, algumas situações provocaram o aumento da demanda. Entre eles cita adesão de novos pacientes aos serviços de saúde públicos após a pandemia, demanda reprimida pela pandemia, mudança climática, agudização de quadros crônicos. Outro fator é a ocupação de leitos no Estado, fazendo com que os pacientes permaneçam mais tempo na UPA, que recebe todos os cuidados necessários, mas ficam internados para aguardar leito às vezes por dias, até que saia vaga pela Central de Leitos do Estado. Já a rotatividade de profissionais se dá por mercados mais atrativos e residência médica, além da baixa por atestados médicos, incluindo Covid-19 e saúde mental.
Melhorias apresentadas
Durante a explanação, a secretária Danielle apresentou algumas melhorias que já estão sendo realizadas pelo município, especialmente na atenção primária. “O atendimento Covid-19 nas UBS com realização do teste antígeno é uma das melhorias, pois no início da pandemia nós centralizamos todo o atendimento à Covid no Centro Médico Hospitalar. Com a melhora dos números e a vacinação, entendemos que podíamos descentralizar. As unidades do interior sempre atenderam casos de Covid-19, até mesmo pela distância e para facilitar o atendimento ao paciente. Essa mudança aconteceu no início deste ano, no mês de março, quando as UBS passaram a receber pacientes sintomáticos no período da manhã”, disse.
Outra mudança citada foi a ampliação das equipes de atenção primária, e mais contratação de profissionais para UBSs do município. A secretária falou ainda sobre as reclamações quanto à telefonia nas UBS, onde foram necessárias algumas intervenções das companhias para normalizar o serviço.
Na urgência e emergência, as melhorias estão no aumento da hora plantão, para fazer com que permaneçam mais profissionais trabalhando na cidade, ampliação da equipe e está em fase de implementação a classificação de risco – que é a classificação do estado de saúde do paciente por meio da cor.
Durante as perguntas feitas pelos vereadores, a secretária explicou a divisão da equipe dentro da UPA: “temos médicos que ficam só na emergência, médicos na horizontal que cuidam dos pacientes internados, temos os médicos de corredor, que estão ali para atender a população que chega e a pediatria, para quando fazemos o fluxo separado. Nós tentamos chegar em 16 médicos, mas não temos este número ainda. Nós temos no município um contrato onde cedemos campo de estágio, tanto na UPA como na UBS, então por vezes a população vê o médico paramentado, mas ele não está apto para atendimento, pois é estagiário”.