Em meio a muitas glórias e conquistas, na última segunda-feira (30) o Internacional Esporte Clube, o Tigre, completou 77 anos de fundação.
Em meio a muitas glórias e conquistas, na última segunda-feira (30) o Internacional Esporte Clube, o Tigre, completou 77 anos de fundação. Em toda a sua trajetória, o alvinegro campo-larguense conquistou 31 títulos da Liga Campolarguense, seis Taça Paraná, um Sul-Brasileiro em 2011, uma Série AIII em 2001, uma Taça dos Campeões em 2003 e a Taça do Centenário de Campo Largo, em 1971.
“Existiam dois grupos em Campo Largo, muito antigos, em dois bares que tinham uma grande rivalidade, sendo originado daí os clubes do Inter e do Fanático. Na data de 30 de maio de 1945 foi fundado o Internacional, por um grupo de amigos que tinha paixão pelo futebol. O primeiro campo do Internacional foi onde hoje é a Escola Municipal Reino da Loucinha e o CIOSP, mas em 1967 acabaram mudando para o endereço atual. Interessante lembrar que o Cemitério Municipal era onde foi construído o Colégio Estadual Macedo Soares e acabou mudando também para próximo do estádio atual. O nome do primeiro estádio era José Pedro Caropreso, que foi o primeiro presidente do Internacional”, relembra Tiago Rogiski, diretor do clube.
Desde a década de 1990 o estádio leva o nome de uma personalidade que marcou tanto a história do clube, como também de Campo Largo. Atílio Gionédis, ou o “Tico”, como era conhecido na cidade, era um homem reconhecido pela grande maioria da população local, não apenas por ser um antigo comerciante, no ramo de açougues, como pela sua dedicação ao esporte. Foi presidente do Internacional Esporte Clube, reeleito por 24 vezes, no período de 1965 a 2007. Por sua dedicação ao clube e ao futebol, é considerado o símbolo deste esporte, tendo recebido o título Benemérito do Futebol, emitido pela Federação Paranaense. Tico Gionédis faleceu em 20 de setembro de 2015, mas jamais esquecido pelos campo-larguenses.
“Hoje o Internacional foca muito nas crianças e jovens, por meio das categorias de base, sempre incentivando os valores, para preparar o cidadão para o futuro. Algo que meu avô, seu Tico, sempre prezou muito enquanto esteve na presidência do clube”, comenta Tiago.
O Internacional faz parte do projeto para fundar um clube profissional campo-larguense, para que os atletas vindos dos clubes da região que possuem categorias de base possam ter um início de carreira em clube do município. O projeto tem previsão de lançamento para este ano de 2022 e deve ser anunciado oficialmente dentro de alguns meses.
“Este clube irá utilizar as instalações do Internacional, que já é profissional. Irá começar na 3ª Divisão do Campeonato Paranaense, tendo sucesso vai subindo até alcançar a 1º Divisão”, explica.
Atualmente o Internacional se prepara para disputar o Campeonato Campolarguense, que é um dos principais campeonatos da região e abre portas para disputar a Taça Paraná. A previsão de início dos jogos é julho e envolve mais clubes da região.
“Gostaria de agradecer a todos os torcedores pelo apoio, por terem o Internacional em seu coração. O legado deixado pelo meu avô, Seu Tico, é levado muito a sério por mim e por toda a diretoria do clube, temos isso como um Norte. Sempre estaremos em ascensão, com os pés no chão, mas almejando mais conquistas”, finaliza.
Referência na região
O estádio do Internacional é hoje referência na região e habilitado a receber partidas de futebol profissional desde 2016. Este era um sonho antigo do seu Tico, mas, infelizmente, veio a acontecer somente após o seu falecimento.
Para garantir a qualidade do gramado do estádio, a grama é aparada semanalmente e duas vezes ao ano é realizada uma recomposição e adubação. Para a realização das partidas, o estádio mantém em dia os laudos de Segurança, Vigilância Sanitária, Engenharia e Corpo de Bombeiros e durante a pandemia seguia todas as regulamentações vindas da Secretaria de Saúde do Estado.
Entre as partidas que já recebeu, destaca-se as realizadas pela 1ª, 2ª e 3ª divisões do Campeonato Paranaense.
Carlão do Inter: coração alvinegro e muita gratidão
Carlos Deodato, mais conhecido como Carlão do Inter, é coordenador e professor da escolinha de futebol do Internacional. “A minha trajetória no clube começou em 20 de janeiro de 2004, a convite do seu Tico. Eles estavam sem uma pessoa para fazer a parte física do clube e eu acabei assumindo esse cargo. Algum tempo depois, ele me convidou para fundar também a escolinha de futebol, que ainda não existia, onde estou até hoje. Cuido também da manutenção geral do clube.”
Desde 2004, quando começou o seu trabalho no Inter, Carlos conta que foi possível conquistar a grande maioria dos títulos, perdendo somente um em sua carreira no clube campo-larguense, somando grande contribuição.
Falar sobre a escolinha de futebol é motivo de muita emoção para Carlos. “É muito gratificante, pois tenho atletas que estão trazendo seus filhos para darmos continuidade. Os pais passaram por aqui e hoje trazem seus filhos para treinar. Antes da pandemia tínhamos 200 atletas, hoje temos por volta de 100. Nós temos a escola que acolhe muitas crianças e adolescentes que não têm condições de colaborar e arrumamos padrinhos ou o próprio clube acaba adotando até ele seguir a carreira ou decidir seguir outra área. Eles entram aqui com 4 ou 5 anos de idade e vemos eles saindo homens formados, sinto-me orgulhoso”, diz.
“’Nós podemos até não ter a categoria adulto no Internacional, mas as crianças você nunca pode abandonar. Essa categoria sempre terá que existir no Inter, pois é daí que iremos chegar ao profissional’, foi o que o seu Tico disse para mim uma vez e vou levar sempre comigo. Naquele momento que ele falou, eu não entendi, hoje eu vejo como uma missão que ele me deu”, emociona-se Carlos. “Quando eu cheguei, seu Tico e a família me acolheram muito e o sentimento é de gratidão, retribuir por tudo o que eu recebi de apoio e ainda recebo. Eu agradeço desde a diretoria do Internacional até a rouparia, pois todos somos tratados da mesma maneira aqui dentro. É um clube que eu aprendi a amar, defender e lutar. Tive companheiros maravilhosos de trabalho, parceiros fantásticos que marcaram minha vida profissional. Muito obrigado por terem feito com que a Escola do Inter tenha o tamanho que ela tem hoje”, finaliza.