Uma das mais importantes datas do calendário cristão, a Páscoa, traz muitos pontos interessantes de reflexão para toda a humanidade. Retratando o amor incondicional de um Deus soberano pela Sua criação, que se fez Homem, veio à Terra e se sacrificou por aqueles que o aceitam como seu Salvador pessoal, Cristo traz lições importantes sobre mansidão, reverência, perdão e amor ao próximo.

A Folha de Campo Largo conversou com o pastor Daniel Lessa da Silva, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que explicou sobre a importância da Páscoa do momento de reflexão sobre a Páscoa atualmente. “A Páscoa é uma oportunidade de olharmos para a cruz de Cristo e relembrarmos que há Alguém que nos ama incondicionalmente. Uma das passagens mais conhecidas da Bíblia, que está em João 3:16, quando diz ‘porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’, nos mostra que Ele é único, nunca terá outro como Cristo.

Também nos faz ter a certeza deste amor tão singular, de um Deus que se fez homem, habitou entre nós, foi tentado e venceu o pecado, a morte e virá buscar aquele que crê e entrega a vida em Suas mãos para que tenha a vida eterna, no Reino Celestial. É por meio deste amor que existe a graça e basta crer em Cristo, aceitá-lo como seu Salvador pessoal e permitir que Ele molde um novo coração, atribuindo ao homem converso características celestiais.”
Além do amor incondicional de Cristo pelas pessoas, o pastor também fala como este momento é importante para que as pessoas reflitam sobre as características de um verdadeiro cristão, que permite que o seu Senhor transpareça por meio de atitudes e palavras. “Estamos vivendo em um mundo cada vez mais tomado pelo pecado e somente Cristo pode aliviar nossas cargas diárias. Ao permitir que Ele se manifeste em nossas vidas, somos moldados. Não seremos perfeitos, mas quando filhos de Deus nos tornamos cada vez mais parecido com o nosso Pai, com atributos de mansidão, reverência, obediência ao Pai Celestial, compreensão e amor ao próximo, por exemplo”, completa.

Um dos maiores atributos de Cristo é o perdão. “A Páscoa é sobre o perdão, sobre remissão dos pecados. Quando pegamos o livro de Lucas 23:32-43 temos a história de Jesus já crucificado e os dois ladrões na cruz. Mesmo em dor, quando estava prestes a morrer, depois de ser açoitado, humilhado, traído e rejeitado, Jesus foi misericordioso e perdoou o homem que o aceitou. A misericórdia de Deus deve ser exaltada e levada em nossa vida como exemplo de tolerância e amor ao próximo. Também devemos aplicar a misericórdia em nós mesmos, ao não cobrar a perfeição de si mesmo, não se provar ou se colocar no limite todo o tempo. Confesse seus pecados, suas falhas, conte para Ele suas dificuldades, lutas, provas e agradeça pelas bênçãos e livramentos. A imagem do ladrão na cruz que foi perdoado por Cristo somos nós, que temos a oportunidade de chegar ao Pai da maneira que estamos. Onde há Cristo, nos corações onde Ele entra verdadeiramente, há transformação”, diz.

Passagem histórica
O pastor explicou sobre a Páscoa desde o Antigo Testamento até os dias atuais. “A palavra Páscoa vem de ‘Pessach’, palavra do hebraico que significa passagem. Especialmente em Êxodo 12:11, nós temos a lembrança da libertação proferida pelo Senhor ao povo hebreu que era escravo no Egito, quando há o relato da Páscoa do Senhor, em que eles já tinham o cordeiro como referência ao Cordeiro de Deus que seria morto em remissão aos pecados, uma promessa que vem desde o Éden. No Novo Testamento, em João 1:29, há a frase de João ao avistar Jesus ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’, comprovando essa referência.”

O pastor explica que durante a comemoração da Páscoa, o povo hebreu sacrificou o cordeiro sem quebrar ossos, assou inteiro, comeu junto de ervas amargas e pão sem fermento, em referência a Cristo. O sangue do animal, macho de um ano e sem máculas (Ex 12:5), foi passado nos umbrais das portas, pois haveria de passar um anjo que levaria a vida de todos os primogênitos. Aqueles que confiaram no Senhor, segundo relato bíblico, não foram atingidos.

“Quando Jesus vem à Terra, essa forma de comemorar a Páscoa acabou sendo substituída pela cerimônia de lava-pés, em símbolo de humildade, e a Ceia do Senhor, que nos remete ao sacrifício de Cristo feito na cruz. A Bíblia nos diz que devemos participar da Ceia do Senhor até que Jesus volte para nos resgatar deste mundo de pecado. Esta ceia é composta pelo vinho sem fermento - puro suco da uva – e o pão sem fermento que simbolizam o sangue e o corpo de Cristo”, diz.

A morte de cruz era a mais cruel, reservada para os maiores criminosos julgados à morte. “Jesus levava com Ele, mesmo com toda a Sua inocência e santidade, todos os pecados do mundo, carregando uma cruz que não foi feita para Ele. O apóstolo Paulo, no livro de Filipenses vai nos dizer que Cristo foi obediente até a morte (Fl 2:2-8). Quando vemos a cruz, conseguimos fazer a reflexão que na vertical, Cristo apontava para a Sua conexão com Deus e na horizontal os braços abertos, para abraçar aqueles que O aceitam como Redentor”, explica.

Jesus dá ainda considerações importantes sobre o descanso e a ressurreição. “Aqueles que descansam no Senhor conhecem a paz. Por meio da Sua morte e Sua Ressurreição reconhecemos a Sua promessa de que aqueles que descansam nEle, um dia, quando houver a segunda volta de Cristo, também serão ressuscitados e transformados, investidos com a Sua Glória, para adentrar ao Reino e viver eternamente ao lado de Deus”, finaliza.

Ações da Igreja Adventista
A Semana Santa para os adventistas do Sétimo Dia está voltada para a reflexão, quando é disponibilizado materiais com temas relevantes e com embasamento bíblico para estudo da Palavra em pequenos grupos nas casas dos membros da IASD, com convidados e amigos. Em 2022 essas reuniões voltam a acontecer, após dois anos de pausa devido a pandemia.
“No último sábado (09) nós realizamos o projeto Impacto Esperança, onde distribuímos aproximadamente 3.500 livros de maneira gratuita em vários bairros da cidade. O livro é ‘O último convite’, escrito por Clifford Goldstein, se você recebeu não deixe de ler, pois há uma mensagem de esperança muito preciosa nele”, conclui.